Fanfic: Plano “Amor” - AyA

Capítulo 1.

— Alô. – disse a voz de minha irmã sonolenta. Senti um pingo de dó ao imaginar ela dormindo e do nada o telefone tocar e ela ter de atender por causa da minha insistencia, mas eu precisava falar com ela. Só ela sabia me entender! — Annie? É você? Está chorando? – perguntou ela com seu típico tom de preocupação, apesar de mais nova, Dulce se preocupava demais comigo, como se fosse minha irmã mais velha. Eu sempre me senti segura demais com ela e seu ciúme por mim e minha segurança. 

— Na-não. – tentei disfarçar, numa péssima tentativa de tosse forçada. 

— Então porque está me ligando às três da manhã? – questionou ela já menos sonolenta quando me atendera. 

— Você estava certa. Ele não prestava, não presta! – eu disse já sentindo os meus olhos marejarem, mas eu não queria chorar, não queria preocupar mais a minha irmã e muito menos me lembrar da raiva que senti quando eu soube que Rodrigo me traía, com a minha “melhor amiga”. 

— Hmm. Rodrigo? – advinhou ela. — É, eu disse que ele era um cretino, ou é, tanto faz. Mas me conta, já que me acordou às três, o que ele te fez? 

— Ah. – suspirei, contendo as lágrimas que caiam silenciosamente pelo meu rosto. — Ele me traiu, Dul. Me traiu com a Débora, quem eu sempre pensei que fosse minha amiga fiel. – eu disse cheia de raiva. Débora, loura falsificada, piranha, cretina e cachorra de quinta. 

— OK. Isso é péssimo, sinto muito, maninha. Mas não vou te jogar o sermão de eu te avisei, mas você sabe que não foi só uma vez, foram várias. – bufei, cerrando meus olhos. — Mas tudo bem. Você quer que eu vá até o seu apartamento? Ou você vem aqui. Já perdi meu sono, agente pode sair e conversar. 

— É muito necessário sairmos agora? Você pode voltar à dormir e.. – Dulce me interrompeu. 

— Ai. Você sabe que uma vez acordada por alguém enquanto dormia, eu não durmo mais depois. – disse ela com uma ponta de irritação na voz. É, é verdade que depois que alguém acorda a minha irmã, ela não dorme novamente, à não ser que volte à ser noite. 

— Tudo bem. Podemos nos encontrar na lanchonete da Britanny, ela é 42 horas!? – eu disse me levantando da cama. 

 — Está bem. Nos vemos lá, maninha! – encerramos a ligação.

Peguei meu sobretudo bege com botões pretos, minha bolsa, chaves e saí.

Dulce não morava muito longe de mim, ela, apesar de noiva, morava sozinha. Mas o motivo real era muito fútil, Dulce não achava necessário morar antes do casamento, com o noivo, Christopher. Então era cada um em seu apartamento, e depois do casamento, eles se mudariam para uma luxuosa cobertura, em Manhattan. Dulce, minha irmã mais nova, tem 23 anos, já eu tenho 26, Dulce já está noiva, enquanto eu, após um longo namoro de três anos, estou solteira e com par de chifres. Isso é tão injusto! Não que eu sinta inveja de Dulce porque ela é minha irmã, e eu a amo e quero vê-la feliz, mas eu sou mais velha, eu tenho emprego, fiz vários cursos, viagei por várias partes do mundo, conheci diversos homens bonitos, os namorei, mas eu já deveria estar casada e me preparando para ter filhos. Mas nunca, nunca mesmo, aparece um homem decente para mim, ou então, perfeito o suficiente para me fazer saber que ele é o escolhido. Meus planos são óbvios. Quero me casar e ter filhos. Mas ser mãe é algo complicado, é preciso achar o homem certo, e a minha saga começará, nem que para isso eu tenha que pagar três mil em uma inseminação artificial.