Fanfic: Cúmplices & Amantes - AyA

Capítulo 4.

— Acha, por acaso, que eu te devo alguma satisfação? Logo eu? – aquele tom ácido me deu nos nervos. Ela mordeu o lábio, virando-se de costas para mim e pronta para andar. A segurei fortemente pelo braço. — Se não me soltar agora, acabo com você.

— A é? Duvido. Só me diz logo se transou ou não com o meu namorado! Bom. Nem necessitaria tanto, piranha do jeito que você é, já deveria saber que transou sim com o meu Ucker. – revidei áerea e seca. Ela virou-se para mim, me fuzilando ao máximo.

— Piranha? Você por acaso me chamou de piranha? Rá. Que incrédulo isso, não ?! Eu sou a piranha porque foi eu quem o seu namoradinho comeu ontem, e não você. – ela disse em tom alto, já chamando muito mais atenção para nós duas, e nossas amigas atrás de cada uma, insegura e com medo do que poderia vir a acontecer. — Se põe no teu lugar e entenda que só porque você não abre essas pernas, que não é uma biscate e muito corajosa, para me chamar de piranha na minha frente. Mas não se preocupa, não vou debochar mais de você, acho que o seu namorado ter ejaculado dentro de mim já é uma ótima vingança. – meu sangue ferveu. E eu me lembro de ter dado um forte tapa na cara dela. Quando abri os olhos, a vi com o rosto virado, os cabelos na frente do rosto, e ela com a mão em cima dos cinco dedos ficados em sua pele. — Sua desgraçada! 

Dulce avaçou em minha direção, acertamento-me em cheio no rosto duas vezes, agarrou meus cabelos e eu fiz o mesmo, não soltaria enquanto ela não soltasse. Ou, até que alguém nos separasse, que por incrível ou péssimo que fosse, era o Christopher. Calça jeans, camisa branca social sobrada, cabelos louros escuros com gel e lindos. Mas seus olhos estavam fuzilando-me.

— O que pensavam que estavam fazendo? Heim. Dulce? – olhou-a. — Anahí? – me mirou, com os olhos fulminando. Senti lágrimas nos meus olhos. Bati em seu peito.

— Seu cretino. Como pôde? Como pôde ter me traído, numa festa, com essa aí?

— “Essa aí” você vai ver amanhã em ambas partes do seu rosto ridículo! – gritou ela furiosa. Maitê e os outros garotos a segurava e ajeitava-a um pouco. Dulce estava vermelha de raiva e sem muito fôlego, assim como eu, que estava prestes à desabar.

— Dulce! – esbravejou Ucker, ele a olhou, depois me olhou novamente. — Não conversaremos aqui. Você vai comigo para casa hoje, e lá agente conversa. 

— Porque não podemos conversar agora? Está com medo de que todos saibam que você namorou por anos uma garota virgem, e nunca conseguiu tirar sua virgindade. Logo você, o fodão de todas as turmas do terceiro ano? – gritei, furiosa. As pessoas nos olhavam mais curiosas ainda, adorando tudo aquilo. Malditos curiosos!

— Me poupe. Ucker, deixa essa garota aí e vamos comigo na enfermaria. – disse Dulce, fingindo-se muito bem de vítima. 

— Não. Vai você sozinha, garota. Você levou tapas, não está paraplégica! – eu revidei. 

— Agora não dá, Dulce. Sua amiga te leva. – garotos se aproximaram de Dulce, querendo aproveitar-sem do momento.

— Eu disse amiga! – surpresa e magoada, não acreditei que Ucker estivesse com ciúme daquela piranha. Ele não tinha esse direito, não tinha mesmo!

— Você é um falso, Christopher. Um falso, cachorro, mentiroso e cretino. Você é isso e muito mais, seu ridículo, como pode ser tão ousado assim? Se não queria ficar mais comigo, porque não terminou? – só aquela hipotese me partiu o coração. Eu nunca antes me imaginei sendo deixada pelo Ucker. 

— Porque tive pena de você. Foi só isso que não me levou a te abandonar de qualquer forma, por que mesmo se eu te chutasse como lixo você não ligaria. Você não liga pra nada!

— Não. – gritei em prantos. — Você é que não liga pra ninguém, nunca ligou pra mim e nem nada. Nunca se importou com o que eu sentia!

— E você? Se importou com alguma coisa que eu sentia? 

— Porque eu ligaria só pra prazer? Não nasci e nem vivi para satisfazer seus prazeres sexuais, seu animal. Quer comer Dulce María? Coma! Quer comer e fo*der todas as vadias dessa maldita escola? Fo*da! Aliás, fo*da-se você e todas elas. – eu disse antes de lhe dar um belo tapa na cara. Sério, acho que viraria moda levar dois tapas na escola. 

Sai de lá o mais rápido possível, sem nem ao menos prestar atenção na expressão que o Ucker tinha. Se era de raiva, ou surpresa? Mas ele sabia, ele sabia bem que eu nunca perdoaria traição, eu poderia perdoar outras coisas, mas traição, NUNCA!