Fanfic: Casando-se Por Vingança

Até Nicky ficou intimidado com o olhar feroz. Em vez de continuar puxando a mão de Anahi, agarrou-se a ela com firmeza e se escondeu atrás de suas pernas. Foi aquele movimento defensivo do garotinho normalmente destemido que fez com que a raiva desse fim a seu choque. Erguendo o queixo, Anahi encarou o demônio cruel e impiedoso e repetiu com frieza: - Não, não é. Alfonso trocou o peso do corpo esguio de uma perna para outra. - Não minta para mim – ele replicou em tom áspero, desviando os olhos do menino para fixa-los nos da mãe – Sua feiticeira maldita. Farei com que pague caro por isso! Pelo brilho ameaçador nos olhos e pela maneira de retesar a boca, Anahi sabia que ele falava serio. Uma vez achara aquela boca muito atraente e sedutora, pensou consigo mesma. Infelizmente, ele tinha bastante consciência de que era dono de um corpo incrivelmente sexy. - Não sei do que está falando – ela negou categoricamente. Os olhos negros cintilaram. Ele deu um passo na direção dela. Por um instante terrível, Anahi imaginou que ele a agarraria pelo pescoço. Ela engoliu em sego e deu um passo para trás, quase tropeçando no filho. - Alfonso... – alguém tentou chamar a atenção dele ao colocar a mão sobre seu braço. Foi então que Anahi se lembrou de onde estavam. Todo o saguão permanecia em silencio e dúzias de rostos curiosos espreitavam os dois. Alfonso parecia ter esquecido seus próprios companheiros, um dos quais tentava lembra-lo de que tinham vários expectadores. Ele olhou ao redor, os cílios negros tocando ligeiramente os malares salientes. O rosto atraente estava completamente transfigurado. A atmosfera no saguão parecia fervilhar de uma fúria contida, que ele despejou na pessoa que lhe tocou o braço. Anahi estremeceu. O alivio momentâneo talvez tivesse feito com que afrouxasse a mão que segurava o filho, pois Nicky repentinamente se soltou. No segundo que levou para se virar e tentar recapturar o garotinho, este já estava fora do alcance e se dirigia à saída como se fosse um pequeno refém que reconquistara a liberdade. Nicky conhecia aquelas portas e sabia exatamente como usá-las: bastava ultrapassar o portal mágico para que elas se abrissem para um mundo de pura diversão a um intrépido garotinho de dois anos. - Nicky, não! – Anahi gritou enquanto o seguia. Ele apenas deu um gritinho de prazer e seguiu em frente, as perninhas aproximando-o cada vez mais da liberdade e da estreita calcada, que era o único ponto de segurança entre lê e uma das ruas mais movimentadas de Londres. Enquanto corria, Anahi já podia imaginar o corpinho espremido sob as rodas de um ônibus de dois andares. Sua pele ficara gelada, seu coração batia em agonia contra o peito. Então viu um braço se esticando e uma figura grande se inclinar para erguer a criança do chão. Enquanto Anahi observava tudo isso acontecer, atordoada de horror, fixou os olhos em outro rosto terrivelmente familiar. Fredo Scarsozi, o fiel guarda-costas de Alfonso, segurava o menino com o formidável poder de seus músculos. Seu estomago se revirou. Nicky gritava, frustrado, enquanto Anahi apenas o observava com atenção. Fredo podia ver a semelhança também, ela concluiu ao parar, quase escorregando na frente dele.