Fanfic: Casando-se Por Vingança

- Cagna – ele murmurou. Ela pagaria por isso!

Ele, Alfonso Herrera, iria triturar a carne detestável de Anahi Puente e cuspir seus restos para bem longe!

Anahi sentou no gramado do parque, repleto de patos, enquanto o filho alimentava os animais com as sobras de sanduíche. Estremeceu apesar do calor do sol de verão.

Sentia-se completamente congelada, o que sempre acontecia quando pensava em Alfonso. Dor, ódio e desprezo podiam transformar uma mulher de sangue quente em um bloco de gelo.

Assim como o medo do desconhecido.

O medo do que Alfonso faria.

Ele se inquietou, piscando os olhos verdes ao ser bicada nos dedos. Entregando o pequeno pedaço de pão ao pato guloso, ela se voltou para Nicky, que parecia bem a vontade e sorria. Nunca quisera admitir o quanto era parecido com o pai, o que agora lhe causava certo choque ao observar o filho.

Agora que vira o pai dele em carne e osso novamente.

Agora que vira a versão adulta do lindo rostinho do filho, dos olhos negros, da boca teimosa e do queixo determinado.

O fato de Alfonso ter se reconhecido em Nicky com tamanha rapidez a abalara profundamente. Como ele ousava fazer aquilo depois de rejeitar suas responsabilidades?

Ela o odiava por isso.

Saia da minha vida – ele dissera três anos atrás – você não passa de uma vadia, uma traidora Não quero vê-la novamente enquanto viver.

Amargo ,frio, insensível, arrogante, presunçoso, condenador, surdo...

Ela ficou sem adjetivos e suspirou.

Talvez ele já tivesse reconsiderado o assunto a esta altura, refletiu esperançosa.

Poderia ter visto um pequeno reflexo de si mesmo no menino, mas seu primo Luca também tinha as belas feições dos Herrera. Luca era uma copia ardilosa, mesquinha e desagradável de Alfonso, mas a semelhança era inegável. Talvez Alfonso já tivesse deixado as suspeitas de lado...

Mas então ela se deu conta do problema que tentava a custo ignorar.

O que ele estava fazendo no saguão da Hannard, afinal?

Sera que tinha comprado a empresa? Seria seu patrão novamente?

Contorcendo os dedos frios, ela sentiu a tensão pesar em sua espinha. Não, pensou.

Não imaginar o pior. Ele poderia estar apenas de passagem.  Talvez fosse amigo de Josh Hannard e tivessem um encontro.

Etalvez porcos voassem, obrigou-se a admitir. Quando Alfonso Herrera aparecia em uma empresa, com o fiel grupo de assistentes em seu encalço, era por uma única razão.

Ele comprara a companhia e, com sua tática habitual, aparecera de surpresa em sua nova aquisição como um raio letal que surge do nada.

Sentiu um tremor descendo por suas costa.s Oh, não!, pensou, pousando o rosto sobre os joelhos porque não podia aceitar a idéia de que ele tivesse o poder de arruinar sua vida novamente.

Uma vez já era suficiente.

Há três anos tivera a maravilhosa função de ser sua assistente pessoal. Tivera uma vida de sonhos quando se tornara sua amada. Eles mal podiam viver longe um do outro: dois amantes apaixonados e possessivos que se combinavam perfeitamente em sua febril atração.

Então fora apresentada ao primo dele e tudo terminara em questão de semanas.

- Macaco – Nicky disse em voz alta.

Veremos os macacos amanhã – Anahi prometeu, erguendo a cabeça para ver o pequeno rapazinho de cabelos escuros que era a coisa mais importante de sua vida, independentemente de quem fosse seu pai.

- Não, olha lá macaco... – ele insistiu.

Voltando a cabeça, Anahi enxergou a figura corpulenta de Fredo Scarsozi. Estava parado nas sombras das arvores próximas.  Ele fez um breve aceno de reconhecimentoe ela então percebeu, com os nervos em frangalhos, que, longe de esquece-los, Alfonso os vigiava através do olhar firme de seu mais confiável funcionário.

Pois bem.  Ela se ergueu decidida: ele teria travar aquela batalha sozinho porque ela não tomaria parte nisso.  Nicky era apenas seu, Alfonso que se preocupasse em provar o contrário.

Caso se importasse com o assunto.

Envolta em amargura, raiva e desprezo, ela ergueu os ombros e ofereceu a mão ao filho.

  - Vamos querido – ela murmurou – já é hora de voltarmos.