Fanfic: Imposible?

15
de fevereiro de 2010, seis da manhã.

Abri
os olhos, olhei para o teto do meu quarto lotado de estrelas e naves espaciais.
No canto da parede, perto da porta, uma bruxa em sua vassoura, e ao seu lado
uma fadinha sorridente. Sorri junto com ela. Eu adorava fadas. E odiava bruxas.
Talvez eu tenha colocado as duas uma do lado da outra, para todo dia que eu
acordasse e lembrasse que existe o bem e o mal e que devo seguir o caminho bom,
não importa como é a minha vida, os resultados dela não pode interferir em quem
sou. Palavras ditas pela minha vó que morrera quando eu tinha 10 anos, apesar
de eu ser uma criança na época, tudo o que ela me ensinou eu nunca esqueci. Foi
ela que me falou sobre as fadas, que eram guias, e boas criaturas, que eu devia
sempre acreditar nelas, que elas trocariam o favor. Agora, acreditar nelas não
é um favor, é um dever, uma paixão. Olhei para a parede onde tinha bonecas de
fadas, a mais velhinha era a primeira fada que eu tinha ganhado, da minha vó é
claro, as outras fui ganhando em aniversários, dia das crianças ou natal. No
total, devo ter umas 20 fadas. É, eu sei, são muitas, mas além delas me fazerem
acreditar, de me fazerem bem, elas me trazem lembranças de minha vó, e penso
que ela é agora uma fada olhando por mim, e por ela, eu acredito. Sentei na
cama e como todo dia, agradeci a Deus por mais um dia de vida. Olhei para o meu
celular que insistia em tocar, desliguei o despertador. Levantei devagar,
sentindo minha gata passar por minhas pernas ronronando.

-
Bom dia Bella – sorri para a gata que miou em resposta.

Ganhei Bella não tem
nem um ano. Meu pai que me deu; por eu não ter irmãos e nem muitos amigos, ele
sentia que eu era muito sozinha e comprou a gata para me animar um pouco. E deu
certo, não vivo sem ela. É uma gata branca com manchas de caramelo(gatoangorá),
com olhos azuis, meu pai a comprou quando ainda era um filhote; foi uma
surpresa, ele a colocou em meu quarto e quando cheguei da escola, ela estava em
cima da minha cama brincando com uma lã, então ela me olhou e miou e saiu
correndo, ainda dou risada lembrando desse dia, foi uma longa corrida para
pegar ela. Fui até a cozinha e coloquei um pouco de leite em sua tigela. Meus
pais falavam que faria mal a ela, só que, ela é uma gata e gatos bebem leite.
Passei a mão em seu pelo macio enquanto ela bebia e ronronou baixinho. Bebi um
copo d`água enquanto a olhava tomar seu leite matinal, olhei para o relógio,
atrasada, como sempre. Fui ao banheiro e liguei o chuveiro, enquanto a água
insistia a demorar para aquecer, tirava minhas roupas... Tomar banho de manhã era
relaxante, como um despertar, uns tomam banho frio, mas o frio pra mim era
insuportável. Nua, olhei para o espelho grande que havia no banheiro, e desejei
a morte com o que via; meu corpo estava horrível e ficava pior cada dia que
passava. Sequei minhas lágrimas e entrei debaixo d`água, desejando que todos os
meus problemas e medos fossem pelo ralo, assim como a água. Dez minutos depois,
sai do banho, coloquei minha roupa e arrumei minha mochila. Voltei para o
banheiro e penteei meu cabelo molhado, que graças á família do meu pai, não
precisava de chapinha, meu cabelo era totalmente liso, longo e loiro, as pontas
batiam um pouco abaixo das costas. Coloquei meu bom, velho porém valente All
Star e sentei no sofá da sala, esperando que vinte minutos se passassem. Deixei
meus pensamentos voarem pelo passado, algumas semanas atrás para ser exata. Eu
estava em Cancun, México, o lugar onde tem as mais belas praias, em minha
opinião. Desde os 10 anos, quando meus avós falavam da maravilha que era o
México.