Fanfic: Tem Gente que não acredita em vampiros (Poncho y Anny)

O grupo olhava para a caixa metálica que
havia sido retirada do fundo do mar...Alfonso e Dulce estavam felizes por
reencontrar Anahi...e tbm pelo dinheiro que haviam conseguido para dizer sobre
aquilo...Dulce leu um pequeno escrito na tampa

Dulce :” Nobres
homens de bem, jamais ouseis profanar este túmulo maldito. Aqui estão
sepultados demônios viciados no mal e aqui devem permanecer eternamente. Que
Deus vos protejam" 

Alfonso : O que será que isso quer
dizer ?

Dulce encolheu os ombros...

Anahi : Oh tem mais escrito aí !!

Dulce : Inverno
,Acordador,Tempestade,Loba,Espelho,Gentil e Fúrio.

Alfonso com a ajuda de Christian e
Cesar empurrou a tampa da caixa metalica

Joshua : Eu
sabia...

Lentamente
o amontoado de observadores foi sendo empurrado para longe da caixa por uma
nuvem que cheirava a podridão e emboloramento.

Joshua não
abandonou seu posto de observação, valendo-se apenas de um lenço de pano no nariz.
Seus olhos brilhavam, não cabendo nas órbitas. Numa olhada mais atenta, contou
quatro corpos.

Apesar do
cheiro insuportável, não pareciam podres, mas profundamente secos, calcinados.
Tinham formato humano, normal. Nada de demônios, nada de bizarro. Os rostos
estavam sulcados e faltavamlhes

os olhos.
Dois deles conservavam uma branda cabeleira esbranquiçada. A pele adquirira um
tom

marrom e
se encontrava completamente colada aos ossos, dando um ar completamente
cadavérico. Em

alguns
pontos não existia pele, somente a ossadura exposta. Dois deles certamente eram
homens, pois

os órgãos
masculinos teimavam em aparecer. Os outros dois ainda estavam cobertos por
restos de

tecidos.

Anahi
chegou por trás do professor e estendeu-lhe uma máscara para poder respirar com
maior

eficiência,
eliminando em parte aquele terrível odor.

Anahi : São
múmias?

Joshua :
Parecem...

Anahi :Acho
que tem mais gente aí debaixo.

Joshua : É,
parece que sim.

Os
estudiosos voltaram com máscaras, acotovelando-se sobre a caixa. Estavam
fascinados com

os
cadáveres. Amontoavam-se e empurravam-se tentando se revezar à frente do grupo.
Anahi tentava

se manter
junto ao professor Joshua , mas os amigos estavam próximos à histeria. Todos
queriam

botar os
olhos naquelas quatro criaturas. Queriam supor alguma coisa. Queriam desvendar
a caixa.

Empurraram
Anahi para trás. Joshua começou a gritar, pedindo calma ao grupo e puxando de
volta

sua
assistente predileta. Anahi estava assustada.

Joshua :
Todo mundo vai enjoar de ver estas coisas aqui. Não precisam

promover
esta pancadaria.

Anahi  ainda estava com a cara espantada.

Os outros
acalmaram-se, mas insistiam em manter os olhos pregados dentro da caixa. Nem perceberam
que haviam ferido a colega.

Alfonso :  Que foi? —

Anahi :
Quando me empurraram... eu bati na lâmina

Alfonso
abaixou os olhos e assustou-se de verdade. O avental branco da colega havia
adquirido um

tom
avermelhado, molhado da cintura para baixo, onde Anahi descansava a mão ferida
pela afiada ferramenta.

Anahi :
Não é nada sério, foi um corte pequeno, mas está doendo muito.

Joshua
virou-se. Assustou-se também.

Joshua : Que
foi isso, Anny ?

Anahi : Me
cortei na lâmina...

Algumas
gotas de sangue pingaram, caindo no chão, formando um rastro por onde Anahi,
ainda

amparada
por seu amigo de infância, passava. Numa sala externa ao laboratório encontraram
um estojo

de
primeiros socorros.

Alfonso :  Pensei que você ia desmaiar.

Anahi :
Não... eu não ia.

Alfonso :
É. Eu lembrei do seu pequeno probleminha com sangue. Como chamam isso...
Alguma-coisafobia...

Anahi : Eu
sei lá, não estou conseguindo lembrar de nada agora. Acho que fiquei
impressionada com o

avental
vermelho.

Alfonso :É.
Sangrou bastante. Quem diria? Um cortinho tão vagabundo destes.

Anahi :
Vagabundo? Vagabundo porque não foi na sua mão, seu otário.

Dulce entrou.
Estava bastante empolgada.

Dulce :
Ei, não é hora de namoro. Já enjoaram daquelas coisas?

Anahi: Não.
É que eu me cortei numa das lâminas.

Alfonso : Cortou
e passou mal...

Dulce : Foi
o sangue, né? Nem vi. Como o restante, estava tentando chegar perto daqueles
cadáveres fedidos.

Anahi :
Por culpa sua e do restante eu tô aqui, com a mão estrupiada.

Isso aqui
arde pra danar.Deve ser por causa do fio da lâmina. Corte de faca costuma ser
bastante ardido.

Alfonso
passou-lhe mais algodão.

Anahi :
Acho melhor ir até um pronto-socorro; pode ser que tenha de levar ponto.

Alfonso :
Não é fundo, não. Deixa um algodãozinho aí, logo sara.

Anahi :
Falou, doutor Alfonso. Se eu morrer de tétano, processo você.

Alfonso :
Morta?

Anahi :
Deixo uma carta, mandando o meu advogado te visitar. Pode deixar.

Dulce  foi até a porta. De

lá podia
perceber que os bitolados ainda estavam em

cima da
caixa. Ia esperar o fogo abaixar para voltar aos cadáveres. Virou-se para Anahi.

Dulce :
Aqueles trecos... aqueles mortos... são múmias mesmo?

Anahi : Parecem
múmias. Na verdade, acho pouco provável que sejam múmias. Teriam que ter
passado

por todo
um processo de mumificação, do qual Portugal não era muito adepto. Acho que
simplesmente

pegaram
aqueles quatro, ou mais. Parece que tem mais ali debaixo. Como dizia, pegaram
eles e simplesmente prenderam lá dentro.

Dulce : Assim,
por nada?

Anahi : Você
não leu o aviso? A Inquisição portuguesa acusou-os de bruxaria. Isso remonta a
mil

quinhentos
e vinte, por aí. Nessa época, a Inquisição começou a operar em Portugal,
atacando

principalmente
os judeus. Foi a época de Dom João III.

Dulce : É.
Esse papo de Igreja sempre foi barra pesada.

Alfonso : Foi
e ainda é. Essa crueldade chega a ser nazista. Onde já se viu prender gente
dentro de caixas

de ferro?

Anahi :Na
verdade, a coisa ficou feia para as bruxas no século quinze. Em mil
quatrocentos e oitenta e

quatro, o
Papa Inocêncio VIII publicou um documento que redefinia a bruxaria para a
Igreja Católica.

Antes
desse documento, para a Igreja a bruxaria era vista como folclore, paganismo de
povos

ignorantes,
coisas sem importância, mas depois o Papa declarou que bruxas eram seres do mal
real, e

que
bruxaria era uma apostasia ao cristianismo. Bruxaria passou a ser satanismo, ou
seja, adoração ao

diabo
cristão. Isso deu muito mais trabalho para a Santa Inquisição, sobretudo em
Portugal.

Alfonso : Por
quê?

Anahi : Porque
em Portugal a prática de bruxaria era bastante difundida. Havia muitas bruxas e

algumas
declaradas poderosas. Entendam que falo bruxas pelo costume folclórico da
coisa;

quando
digo bruxas, quero dizer bruxos homens também, como esses que encontramos. Eles

foram
declarados bruxos e encerrados na caixa de prata. Ao menos, até o momento, é a
hipótese

mais
provável

O trio
voltou para a sala de observação a onde estavam os cadáveres.Todos haviam se
afastado da caixa...o frio naquela sala era horrível...

Alfonso :
Quem ligou o ar-condicionado ?Alguem desliga essa merda ?

Anahi : O
ar tá quebrado....

Alfonso :
Hein ?

Os
acadaveres estavam em cima de macas...Ao todo eram sete...Dulce se aproximou de
um e percebeu o frio aumentar...

Dulce : O
pessoal..o frio tá vindo desse aqui !!

O grupo se
aproximou daquele cadáver percebendo que o frio ao redor dele era maior...

Anahi : O
ar perto deste aqui esta mais frio...

Alfonso :
Isso quer dizer...

Dulce :
Apresento-lhes nosso primeiro amigo....Inverno!

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