Fanfic: Sorte no amor AyA finalizada

- Estará pronto na sua próxima visita. - Ergueu os olhos na direção dos dele. - Se você me disser quando virá. - Soava muito como se estivesse solicitando um encontro? Deus, esperava que não.

- Tenho que voar para fora da cidade amanhã. - Era esperado em Nova York para uma reunião rápida. Até então, tinha pensado em fazer uma videoconferência. Agora, voltar para casa soava como uma recomendação médica. - O que você acha de terça-feira às dez?

Ele estaria de volta até lá, mas precisava de tempo para-pôr as coisas em perspectiva.

Anahí apertou os lábios e concordou. Por dentro, dis­farçava a frustração. Esperara que ele dissesse que esta­ria passando lá amanhã.

Que diferença uma meia hora fazia, pensou.

Naquela manhã, sentira-se feliz de não o ter respiran­do em seu pescoço. Daquele ponto de vista, terça-feira pareceria cedo demais. Agora, parecia uma eternidade.

Segure a onda antes que não haja volta. Não é o pri­meiro cara com quem você fez amor.

Não, mas era o primeiro que soltara fogos de artifí­cio em seu corpo e sua mente.

Anahí desobstruiu a garganta e tentou soar indife­rente.

- E o que você usará como relógio até lá?

Ele tinha vários relógios em casa, inclusive um Rolex que mal usava. Na maior parte do tempo, ele dava preferência ao que estava com ela agora, mas lembrara de trazer outro. Acreditava em se planejar para cada im­previsto.

Só precisava formular algo para o que sentia.

- Não é meu único relógio - disse a ela.

- É claro que não. O que eu estava pensando?

Não conseguia compreender a expressão no rosto dela. Entretida? Desapontada? E por que compreendê-la faria tanta diferença para ele?

Droga, mas ele precisava desanuviar a cabeça.          

- É, porém, meu favorito. Meu pai me deu quando me formei na faculdade. Pertencia ao meu avô. - Não podia evitar o sorriso que vinha à sua boca. - Aposto que o vovô nunca o testou dessa maneira. – Alfonso dirigiu-se para o elevador.

Ele gostava do jeito que o sorriso dela comandava suas feições, saindo timidamente para reconhecer o ter­reno, para então espalhar-se pelo rosto. Era como assis­tir ao sol nascer e se apossar da terra.

Ele certamente se apossava de Alfonso.

Tal percepção fez com que freasse tão rápido que se viu em risco de prender o pé na roda. Aquilo estava acon­tecendo muito rápido, desestabilizando-o.

Era hora de recuar.

Agora.

Pigarreou, olhando para a escada que o técnico to­mara.

- Bem, eu estava a caminho do escritório do meu pai antes do que aconteceu - disse.

Você disse. - Ela não apreciava a idéia de ir pelas escadas, com seu ar saturado e sua iluminação precária. Gostava menos ainda da idéia de pegar o elevador, mes­mo tendo o técnico informado sobre o restabelecimento da energia. Escolheu o menor dos males e se dirigiu à escada.

Ele veio logo atrás dela. Sentiu-se segura e em peri­go ao mesmo tempo.

Quando ele abriu a porta que dava para a escada, dando-lhe passagem, ela parou abruptamente.

- Eu acho que você está com algo que é meu.

Fitou-a com uma expressão de confusão. Ela pergun­tou-se se ele sabia o quão adorável ficava assim. Prova­velmente não era a palavra que ele gostaria de ver apli­cada a ele, pensou.

- O quê? - Queria saber. Ela diria algo educado, sen­ti mental ou parecido?

Ele ficou na defensiva, daquele jeito que protegia os homens de assumir qualquer compromisso além de sa­ber o tipo de vinho que se adequava ao jantar.