Fanfic: Sorte no amor AyA finalizada

Providenciei um gerador novo, de última geração, do tipo que usam em hospitais. - Ele analisou sua expressão. - Mas você não está se impor­tando com isso, não é, Anahí?

- Não, senhor. - Pegou a caixa que continha o reló­gio de Alfonso em sua bolsa e colocou-a na mesa. Viu Pedro olhá-la, sem tentar pegá-la. - Estava pensando se o senhor poderia me fazer dois favores. Primeiro, poderia dar isto ao Alfonso? - Empurrou a caixa na direção dele.

Pedro ergueu uma sobrancelha e Anahí balançou a rabeca, permitindo silenciosamente que ele abrisse a caixa. Uma expressão inquisidora cobriu-lhe o rosto. - É o relógio do avô dele.

- Ele sabia o quanto o relógio significava para seu fi­lho. Ele o teria dado para ela como um sinal do seu afeto? Ela estaria terminando tudo entre eles por algum motivo?

- Eu sei - ela confirmou. - Ele me disse. Eu substi­tuí o cristal para ele. Tinha quebrado - continuou, espe­rando que seu pai não perguntasse como seu filho o que­brara.

Era óbvio que ele ainda não tinha entendido por que ela lhe pedia que agisse como intermediário entre eles.

- Por que você mesma não o entrega a ele? Certo, lá vamos nós.

- Esse é o segundo favor. Eu aprecio tudo o que o senhor sempre fez por mim, de verdade, mas, se não se importar, eu preferiria prosseguir sozinha daqui em di­ante. Quer dizer, sem Alfonso - acrescentou, para que ele não pensasse que estava recusando seu generoso emprés­timo também. - Eu tenho experiência suficiente com negócios...

- Ninguém está duvidando disso, Alfonso. Eu só que­ria tirar um pouco da carga das suas costas.

Ela sentou-se um pouco mais ereta.      

- Meus ombros estão bem. São mais fortes do que parecem.

Um sorriso surgiu em seus lábios.

- Sim, eu sei. - Quando olhou para ele, com uma ex­pressão confusa em seu lindo rosto, ele explicou. – Sua mãe tinha me inteirado um pouco sobre o que você passou. E como você lutou para se recuperar. Não deve ter sido fácil. - Ele pareceu genuinamente impressionado. - Você deveria ser premiada.

Anahí olhou para suas mãos.

- Obrigada - murmurou, constrangida. Mas perce­beu que Pedro lhe dera a saída perfeita. - Então, o se­nhor entende. Tenho que fazer isso do meu jeito.

Ele entendia mais do que ela pensava. Pedro balan­çou a cabeça.

- Ele tem lhe dado trabalho, não é?

Ela quis negar, mas depois viu que não tinha por quê. Aquele homem podia enxergar dentro dela. -Sim. Pedro riu para si mesmo.

- Ele é muito teimoso. Temo que ele tenha puxado isso de mim.

A diferença era que, quando o pai de Alfonso era teimo­so, fazia pensar que era a sua idéia, e não a dele, que ele estava defendendo. Ela sorriu condescendente.

- Esqueceram de lhe dar seu charme.

O elogio trouxe um sorriso a seus olhos.

Pedro já podia ver a jovem designer como sua nora. Quanto mais a via, mais aprendia sobre ela, mais se con­vencia de que Anahí era o tipo de mulher de que Alfonso precisava em sua vida. Uma igual a ele, uma mulher in­dependente que pudesse caminhar com as próprias per­nas e, ainda assim, completar uma união com a sua pre­sença. De certo modo, ela o lembrava de sua esposa, Ruth. Alfonso não poderia arrumar nada melhor.

Seu sorriso era caloroso ao olhá-la. Sentiu-se mais que lisonjeado. Mas, nesse caso, ela soava sincera.

- Você está exercitando um pouco do seu charme tam­bém, não é?

- Eu não diria isso, eu só... - Parou de falar subita­mente quando viu Pedro Herrera levantar os olhos para visualizar alguém atrás dela. Virando-se em seu assento, por uma fração de segundo sentiu-se tonta. O que viu não ajudou nem um pouco. Seus olhos comprimiram-se.

O trânsito melhorou para você?

- Trânsito? - Pedro repetiu, demandando uma ex­plicação. A via-expressa atrás da sua janela tinha movi­mento bom, sem problemas à vista.