Fanfic: Sorte no amor AyA finalizada

- Ele apareceu no elevador?

Balançou a cabeça. Contara à sua irmã sobre o apagão, deixando de fora alguns detalhes picantes.

- Não, ele estava comigo no elevador quando faltou energia.

Maite franziu a testa.

- Claro que nem toda a energia. - Pausou para de­pois deixar o queixo cair. - Ele forçou você?

Ele até tinha tentado se conter, Anahí pensou.

- Foi mais como uma combustão espontânea mútua. Tentava se recompor.

Maite fez a pergunta-de-um-milhão-de-dólares.

- Ele sabe?

Anahí revirou os olhos.

- Eu não sabia até esta manhã.

- Então, o que você vai fazer? - Aquela era sua irmã mais velha, a que ela sempre admirara, mesmo quando ficara do lado de Dulce. Anahí sempre tinha todas as respostas, mesmo se algumas delas estivessem erradas. Mas aquele era um campo inteiramente novo em que se viam jogando.

- Não sei. - Anahí sufocou outro soluço, não que­rendo chorar na frente da irmã. Seus ombros balança­ram com o esforço, e ela fingiu que era de propósito. -Ter o bebê. - Daquilo estava certa. Era dos passos se­guintes que não tinha certeza.

- E? - Maite indagou.

Anahí tentou pensar, canalizar a nova pessoa em que se tornara, a confiante mulher de negócios. Não era fá­cil. Naquele momento, sentia-se como uma criança per­dida que só queria alguém que tomasse conta dela.

Finalmente, disse:

- E tentar reunir os pedaços da minha vida de novo. - Forçou um sorriso nos lábios. - Estou ficando boa em catar os cacos.

Levantando-se, Maite colocou a mão no ombro de Anahí.

- Você não vai contar para o Alfonso?

Ela queria. Mas sabia que não podia. Pelo menos, não agora.

- Não acredito que Alfonso queira ter alguma coisa a ver comigo.

O choque, seguido de raiva, eclodiu nos olhos da irmã.

- O quê? O bastardo safado engravida você e depois some?

- Ele não é um bastardo safado – Anahí  defendeu-o efusivamente, seus sentimentos em escalada novamen­te. Ela podia chamá-lo assim, ninguém mais. Levou um instante para que se controlasse novamente. - É uma longa história, Maite. E eu já disse, ele não sabe que estou grávida. - Viu o olhar de sua irmã. - E não saberá, entendido? - Anahí avisou. - Não até que eu esteja pronta para dizer algo a ele. Agora, não conseguiria lidar com uma oferta de casamento por pena, e eu realmente não saberia o que fazer com uma oferta dele. - Sabia que aquilo não fazia sentido para ninguém além dela. Estava entre o forno e a caldeira.

Anahí  ergueu-se e segurou a irmã pelos ombros.

- Por favor, Maite, prometa que não dirá nada. Maite projetou o queixo, teimosa.

- Ele tem o direito de saber, para que possa fazer a coisa certa.

- Oh, Deus, não - Anahí resmungou. A última coisa que queria era que ele "fizesse a coisa certa". Queria que o fizesse porque a amava, e não porque era certo. Sentiu-se exausta, ansiosa e irritada ao mesmo tempo. - Do jeito como me sinto agora, ele não tem direito algum. Além do mais, ele vai voltar para Nova York.

- Anahí...

Fechou os olhos para o apelo da irmã. Ela não diria nada a Alfonso, não até que estivesse mais calma.

- Vou cuidar disso do meu jeito.

Não, não vai, Mari Portilla pensou ao parar do outro lado da porta, escutando. Fora atraída pelos solu­ços que ouvira, seu instinto materno alertando-a de que um de seus filhos estava ferido.

Anahí  estivera cabisbaixa toda a noite anterior. Sendo a mais gregária de todos, sua filha tentara forçar um sem­blante feliz. Estava lá, nos olhos dela. Maria tinha saído da cama aquela manhã direto para seu quarto, conversar.