Fanfic: Sorte no amor AyA finalizada

- Ainda precisa de mim aqui?

- Por assim dizer. - Mantinha o pensamento de que queria que Alfonso supervisionasse o escritório de São Paulo por enquanto. Poderia revelar isso depois. Agora, precisava fazer com que Alfonso concordasse em ir à noite. - Na verdade, eu não trouxe você aqui para supervisio­nar o novo negócio de Anahí. - Viu Alfonso mirá-lo encucado. - Pedi que viesse porque estou preocupado com você.

- Preocupado? - Alfonso pronunciou a palavra como se fosse estrangeira.

- Sim, preocupado. - Pedro deu a volta em sua mesa e apoiou o braço paternalmente no ombro do filho. -Você nunca parece se divertir, Alfonso.

As palavras de seu pai imediatamente trouxeram a imagem de Anahí à sua mente. Anahí, seu corpo sinuo­so molhado de suor enquanto faziam amor no elevador. Livrou-se daquele pensamento antes que ele tomasse conta de seu corpo.

- Não preciso de diversão.

- Acredite em mim, você precisa.

Com uma pausa, Pedro fitou seu primogênito inten­cionalmente. Alfonso nunca lhe dera uma preocupação. Até agora. Sabia o quanto seu filho sofrerá quando Virginia mor­reu. Mas aquilo foi anos atrás. Era hora de ressuscitar seu coração.

- Nós vivemos o momento, Alfonso. O passado já pas­sou, planejamos o futuro, mas vivemos o momento - insistiu. Olhou para o filho enfaticamente. - Não pode­mos reviver o passado, e não podemos mudá-lo, não importa o quanto queiramos. - Rastreava o rosto de Alfonso para ver se estava entendendo, mas a expressão de seu filho era uma máscara. Pedro continuou pres­sionando. - Tudo o que temos é o momento, para for­marmos tanto os futuros como os passados. Não deixe os momentos lhe escaparem, Alfonso. Não se case com o banco. É uma amante muito fria e exigente. Não pode lhe dar uma família.

- Pode me dar escritoriozinhos regionais. - E riu, balançando a cabeça. - Nunca pensei que ainda recebe­ria conselhos do meu pai aos quarenta anos de idade.

Pedro sorriu.

- Nunca se é velho demais para ser esperto, Alfonso. -Encerrou o assunto, sabendo que, se forçasse muito a bar­ra, só conseguiria afastar Alfonso do que era melhor para ele. - Então, Mari e Henrique Portilla darão uma festa hoje à noite para celebrar a inauguração da loja de Anahí.

Era o que ele temia. Fora necessário um grande es­forço da sua parte para evitar ir à loja na sexta. Vencera aquela luta, não iria entrar em outro campo de batalha.

- Não posso.

- Você pode e vai. - Alfonso levantou uma sobrancelha. O tom de voz de seu pai não aceitava discussão. A última vez que ele usara aquele tom de voz, Alfonso tinha oito anos e decidira ir ao Central Park antes que seu pai tivesse chance de encurtar o passeio. - Você cuidou dos detalhes da loja.

Sobre aquilo seu pai estava errado.

- Ela mesma cuidou dos detalhes, e eu só carimbei tudo. Caso você não tenha notado, ela é uma mulher muito inde­pendente e obstinada.

Pedro não se incomodou em esconder o sorriso.

- Sim, notei.

- E os filhos deles seriam teimosos na mesma medi­da. - Como o resto de sua família. Eles são pessoas mui­to orgulhosas, Alfonso . Você não pode insultá-los não com­parecendo. Pelo menos, um pouco.

Havia uma suspeita nos olhos de seu filho.

- Quão pouco?

A resposta de Pedro foi a personificação da inocên­cia.

- Uma hora. Duas, no máximo. Faça isso por mim.

Alfonso suspirou. Não poderia desapontar seu pai sem gerar suspeitas, e a última coisa que queria era falar so­bre os sentimentos que Anahí despertara nele. Ou que ele estava tentando desesperadamente resistir a tomá-la em seus braços e dizer que a amava.

Ele não podia amá-la. Porque ele não queria se expor à decepção novamente.

Alfonso suspirou.

- Está bem. Eu vou. Mas só por uma hora. Q triunfo sublinhou o sorriso de Pedro.