Fanfic: Sorte no amor AyA finalizada

Capítulo 15

- Queria que você pensasse em se mudar para cá. Permanentemente.

As palavras de seu pai ecoaram dentro da limusine, pegando Jack totalmente de surpresa. Um pouco antes, estivera observando a paisagem escura enquanto se diri­giam à casa dos Portilla, fora de São Paulo, pensando em como sentia falta da eterna movimentação de Nova York. Ele definitivamente não esperava por essa.

Alfonso mexeu-se no lugar, olhando para seu pai. Pela primeira vez, ocorreu-lhe que talvez o homem em quem se espelhara e respeitara toda a sua vida não o conhe­cesse. Como poderia, se acabara de lhe fazer tal pro­posta?

- Papai, eu realmente aprecio a oferta, mas...

Pedro levantou a mão, impedindo as palavras que estavam por vir.

- Só pense nisso - seu pai pediu. - Você não tem que me responder agora.

Alfonso não via por que adiar o inevitável.

- Você sabe qual será minha resposta se a der agora ou depois.

O sorriso nos lábios de Pedro era enigmático. -Nada é tão certo, filho.

Ele não queria parecer ingrato ou atrapalhar algum plano de mestre que seu pai concebera, mas, quanto antes saísse de São Paulo , melhor. Sentia falta de Nova York, mas, muito mais importante, ele precisava de distância entre ele e Anahí. Ela era do que ele mais sentia falta, e estar tão perto era sabotar sua força de vontade.

- Você não precisa de mim, papai. Você acabou de transferir Christopher para cá.

Mas Pedro não retiraria a oferta. Em seu jeito tran­qüilo, forte, ele era irredutível.

- E ele é seu melhor amigo. Você foi quem me apre­sentou a ele, lembra? Vocês dois trabalham bem juntos.

Seus poucos encontros com Christopher por ali fizeram com que se sentisse muito competitivo em relação a seu ami­go. Decidira reconsiderar aquela situação.

Concluiu que a franqueza era o melhor caminho a seguir, ao menos no trabalho.

- Sim, trabalhamos, mas pensei que você o estivesse preparando para assumir as operações.

Pedro ficou silencioso por um momento, como se pesando suas palavras cuidadosamente. Alfonso perguntou-se se não era porque seu pai não queria magoá-lo.

- O banco cresceu muito para ficar nas mãos de um só homem,Alfonso. E, se não fosse tão grande, eu o teria deixado nas suas mãos. Você é quem tenho preparado todos esses anos. - Um sorriso atravessou seus lábios, antes de desaparecer. - Talvez preparado demais. Você precisa de diversão na sua vida.

Alfonso suspirou e balançou a cabeça.

Você vive dizendo isso.

Pedro ajeitou-se no banco quando a limusine tomou a alameda de entrada dos Portillas. Alfonso percebeu que pai estava estranhamente alerta, do jeito que ficava quando estava prestes a fechar uma importante fusão de empresas.

Certo, chegamos - disse Pedro, esfregando as mãos, ansioso. - Sem conversas de trabalho esta noite, certo?

Alfonso julgou desnecessário lembrar seu pai de que só ficaria por uma hora. Menos, se conseguisse dar um jeito.

- Você manda.

A porta do passageiro abriu-se. O chofer recuou, dei­xando que passassem. Pedro lançou um sorriso para o filho, que desembarcava.

- É assim que eu gosto.

Ela não queria estar numa festa, muito menos em uma lesta sendo dada em sua homenagem. Mas não tinha como dizer não à sua mãe. Por algum motivo, ela pare­cia muito empolgada com a festa. Além disso, pensou Anahí, dissera não àquela mulher muitas vezes em sua adolescência e nos seus vinte anos de idade. Se tê-la ali, desejando-lhe só coisas boas, deixava sua mãe feliz, Anahí  supôs que era o mínimo que poderia fazer.