Fanfic: Sorte no amor AyA finalizada

Alfonso poderia se perder naquele sorriso. - Sua mãe. Poderia se perder em seus olhos, acrescentou.

- O que diabos eles estão pensando? – Anahí inda­gou, com a tolerância começando a se esvair de sua voz.

Deu um pulo quando a porta atrás dela fechou subi­tamente.

Em seguida, a voz de sua mãe surgia por trás da porta fechada.

- Eles estão pensando que talvez você devesse falar do bebê?

Anahí virou-se, olhando a porta, visualizando a mãe por trás dela. Maite tinha falado?

- Você sabe do bebê?

Todos os pensamentos sobre sua mãe desapareceram quando ouviu Alfonso perguntar:

- Que bebê?

Zangada por ter sido encurralada daquele jeito e en­ganada pelo seu próprio sangue, zangada por isso já ter acontecido com ela, Anahí virou-se para ele e disparou:

- Seu bebê. Nosso bebê. - E, em última análise, o bebê dela, pensou. Porque seria. Só dela.

Os olhos de Alfonso focalizaram a barriga dela. Ela es­tava usando um vestido turquesa justo, que acompanha­va sua respiração.

- Nós temos um bebê? - perguntou incrédulo. Ele pensava que ela estava inventando?

- Em mais ou menos oito meses, teremos.

Seus olhos estavam tão abertos enquanto o miravam que ele parecia um cervo surpreendido por faróis, pen­sou, desdenhando.

- Por que você não me disse?

A voz dele estava perigosamente baixa. A qualquer momento, ele iria explodir, ela sabia. Tentou abrir a porta, mas estava trancada. Não tinha como escapar do confronto.

Droga, mamãe, por que você está me humilhando assim?

- Porque eu acabei de descobrir. E, além do mais, não é da sua conta.

- Pro inferno que não é.

Sua voz quase fez o lustre chacoalhar. Respirando fundo, Alfonso tentou se recompor. Más havia pelo menos uma dúzia de emoções rodopiando dentro dele, cada uma tentando dominá-lo por vez. E, todo o tempo, um estra­nho tipo de alegria costurava-o, iluminando sua penum­bra interior.

Olhou a barriga dela de novo. Mal parecia grande o bastante para alojar uma uva, muito menos o início de um ser humano.

- Tem certeza?

Como ficar na defensiva era muito mais fácil para ela, abrigou-se nesta prática.

- Do quê? De que estou grávida ou de que é seu?

Ele viu a raiva em seus olhos, e viu a mágoa por bai­xo dela. Viu ecos dele mesmo em sua autodefesa. Era como ela, percebeu. Desde que Virginia morrera, tinha embarreirado qualquer mão que se estendesse para ele. To­dos esses anos, ele saíra de seu caminho para manter distância de todos.

Talvez fosse a hora de mudar.

- Que você está grávida - respondeu sucintamente. - Porque sei que, se você está grávida, só pode ser meu.

Não, ela não iria baixar a guarda, não iria se confor­mar com as palavras dele. Ergueu o queixo como se o desafiasse a bater nela.

- E por quê?                                        

Seus olhos se encontraram com os dela. Queria abra­çá-la, segurá-la em seus braços e festejar a notícia que ela acabara de jogar em cima dele. Um bebê. Iriam ter um bebê. Aquele sentimento de estarem sozinhos desa­parecera, simples assim.                            

- Porque você não é do tipo de mulher que transa com um monte de caras.

O fato de ele ter dito isso, de mesmo ter pensado isso, aquecia o coração de Anahí .