Fanfic: Sorte no amor AyA finalizada

Ela persistiu na luta.

Na sua opinião, estava sendo vulnerável demais, e não deveria ser assim.

- E como você saberia disso? Enumerou para ela.

- Logicamente, se você fosse do tipo de mulher que dormisse com qualquer um, teria estado preparada. Te­ria me oferecido um preservativo, ou estaria tomando pílulas.

Alfonso parou, sabendo que, se dissesse a próxima coisa em voz alta, estaria dando um passo muito grande. Um passo que, uma vez dado, não admitiria volta.

Tomando sua decisão, deu o passo de qualquer modo.

- E, emocionalmente, eu simplesmente sabia.

Ele estava lhe dizendo que tinha sentimentos por ela. Anahí pressionou os lábios, dizendo para si mesma que não chorasse. O que ele dissera não mudava nada. A longo prazo, ele iria dar para trás. Talvez oferecer-lhe alguma ajuda financeira, mas só isso. E, ainda que ele fosse res­ponsável em cinqüenta por cento pelo estado em que ela se encontrava, ela não queria pedir nada. Ou levar nada.

- Você não tem que se preocupar - disse-lhe tranqüi­lamente. - Eu não espero nada.

Ele segurou-a pelo braço antes que ela se virasse. Não queria falar com as costas dela. E ela precisava olhá-lo nos olhos, ver que ele falava sério.

- Mas eu espero. Espero ver o meu filho ou filha to­dos os dias.

O homem era cheio de surpresas.

- Você quer a custódia?

- Sim. - Olhou-a enfaticamente. - Sua e do bebê.

- Estou muito velha para alguém ter a minha custó­dia.

Ele estava irritado por ela resolver brincar com a se­mântica.

- Você sabe o que quero dizer.

Uma felicidade saltitou dentro dela. Ele a queria. Mas, no momento seguinte, a lógica entrou em cena para aca­bar com a alegria.

- Não.

Ele encarou-a, balançando a cabeça levemente, como se para desobstruir os ouvidos.

- Como?

Sentia que se transformava em geléia por dentro, sem saber por quanto tempo poderia agüentar firme. Anahí esforçou-se para soar indiferente.

- Não é uma palavra difícil,Alfonso . Eu disse não.

Ele não desistiria assim. Tendo decidido sobre a ques­tão, sobre ela, ele insistiria até o fim. Não tinha outra escolha. Amava-a e ao bebê cuja existência desconhecia até 15 minutos atrás.

- Por que não?

Ela colocou as mãos nos quadris. Ele tinha dificulda­de de aprendizado?

- Como assim, por que não? Não vou fazer você se casar comigo por pena ou algum senso de obrigação equi­vocado. Até você saber do bebê, nem estava falando co­migo. Você ia voltar para Nova York sem nem se despe­dir. E, agora, você quer casar comigo? - Ela não era um caso de caridade. - De jeito nenhum. Agora, sinto muito se ofende o seu orgulho, a sua honra ou o que quer que seja, mas...

- Já chega! - bradou. Enquanto ela o fitava, atordoada, ele pediu. - Você pode parar de falar por um minuto? -Como se para sublinhar seu pedido, apontou para o relógio.

Estava usando o relógio que ela consertara.

Aquilo significava alguma coisa?

Deus, ela tinha que parar de procurar sentidos implíci­tos em tudo. Se ele estava usando o relógio, só significava que gostava dele, e não porque ela o havia consertado.

- Por quê? – Anahí indagou, provocativa. - Por que eu deveria parar de falar?

- Para eu dizer que amo você - gritou de volta para ela.

Queria acreditar nele. Com as mãos ainda nos qua­dris, alfinetou.