Fanfic: Sorte no amor AyA finalizada

Aquilo significava alguma coisa?                       

Deus, ela tinha que parar de procurar sentidos implíci­tos em tudo. Se ele estava usando o relógio, só significava que gostava dele, e não porque ela o havia consertado.

- Por quê? – Anahí indagou, provocativa. - Por que eu deveria parar de falar?

- Para eu dizer que amo você - gritou de volta para ela.

Queria acreditar nele. Com as mãos ainda nos qua­dris, alfinetou.

- Ah, simples assim.

- Sim. - Ele ainda gritava. - Simples assim. Desde o primeiro momento em que a vi, droga.

Ela sentiu como se seu casco tivesse sido torpedea­do. Suas palavras invadiram-na. Ele falava sério? Uma olhada em seu rosto já dizia que era sério. O coração de Anahí revirava-se no peito.

- Você vai precisar de algumas aulas de romantismo.

- Não quero aulas. Quero você. - Era hora de fazer uma confissão verdadeira. Do contrário, ela não acredi­taria nele, e ela precisava acreditar. E entender. - Era disso que tinha medo.

Ouviu-o, mas não conseguia acreditar. Como pode­ria ser verdade?

- Você tinha medo de mim?

Balançando a cabeça, ele retirou suas mãos da cintura, uma de cada vez, e então tomou-a em seus braços.

Medo de admitir o que estava sentindo. Medo de que, se o fizesse, o destino puxasse meu tapete nova­mente, como fizera com Virginia .

E, simples assim, seu coração entregou-se a ele.

-Alfonso , não há garantias na vida.

- Sim, e sou lógico o suficiente para saber disso. -Seus olhos acariciavam o rosto dela ao percorrê-lo. - Tam­bém sou humano o suficiente para ter medo de perder você.

Sua cabeça oscilou, como se fazendo a informação entrar.

- Então, se você nunca me tiver, não pode me perder?

Realmente soou estúpido quando ela disse em voz alta.

- Algo assim. Mas agora há uma terceira pessoa para considerar. - Puxou-a para mais perto, o bebê sendo a ínfima semente entre eles. - Não posso ser egoísta. Vou ser pai. - Sentindo mais amor do que podia colocar em palavras, olhou-a por um longo tempo. - Gostaria de ser um marido também.

Ela mordeu o lábio, temendo expor-se a mais uma decepção.

- Não sei.

Menos de uma hora antes, aquilo seria o bastante para fazer com que ele recuasse. Mas era um homem diferen­te do que fora meia hora antes. Dera um grande mergu­lho de cabeça do penhasco onde se encontrava. Enlou­quecera um pouco.

- Tudo o que preciso saber é se você me ama. - Vas­culhava seu rosto, buscando a resposta.

Ela tinha que ficar lembrando de respirar. O ar conti­nuava estacionado em seus pulmões.

- E é só isso?

- É só isso. - Então, como temia que ela dissesse não, bateu o pulso contra a coluna da cama mais próxi­ma. O cristal partiu-se. Um diminuto pedaço caiu sobre a única parte da colcha que ainda estava exposta. - Pre­ciso que você conserte meu relógio,Anahí . - E lhe disse o que estava em seu coração. - Preciso que você me conserte.

Ela podia sentir as lágrimas se formarem dentro dela. Lágrimas de felicidade agora.

- Ah, Deus, assim fica difícil dizer não.

Ele passou os dedos nos lábios dela, já saboreando-os.

- Então, não diga. Não diga não. Diga sim,Anahí . Diga sim. Você sorri e diz sim. Tente e verá - comandou.

- Sim – Anahí sussurrou, para depois dizer mais alto. - Sim. - Ela riu. - Você está certo. - Envolveu o pesco­ço de Alfonso com os braços e olhou para a porta por cima do ombro, lembrando-se que eles não estavam a sós. A sua mãe ainda estaria por lá? - Você ouviu isso, mamãe?