Fanfic: Sorte no amor AyA finalizada

Como se percebesse ter se tornado repentinamente o alvo das atenções, olhou para a recepcionista. Ela tinha levantado as sobrancelhas para a entusiasmada acolhida do chefe.

- Pare de franzir a testa assim, Doris. Não estou fler­tando com a senhorita Ponce, só estou fazendo uma observação óbvia. Além do mais, tenho idade para ser seu a... - Pigarreou e consertou: - Pai. - Seus olhos bri­lharam ao passar o braço pelo dela e conduzi-la até seu escritório. - Entre, entre.

Aquele escritório tirou-lhe o ar. Mal percebeu que ele tinha deixado a porta aberta, como se para manter alguma conexão com o real.

Pedro Herrera inclinou a cabeça, admitindo:

- É um pouco amplo.

Um pouco amplo? O homem tinha claramente um dom para eufemismos. Seu veredicto veio sob a forma de um suspiro.

- Já vi campos de golfe menores.

Suas palavras foram devolvidas com uma explosiva e intensa gargalhada.

- Sua mãe me avisou que você sempre diz o que pensa.

Ruborizou, temendo tê-lo ofendido de alguma ma­neira, ou mostrado a garotinha assustada que existia por Irás das palavras e dos sonhos grandiosos.

- Minha mãe sempre me disse para pensar antes de falar.

Aquele tinha sido o tema de mais de um dos sermões que tivera que ouvir. Sempre fora ela mesma, mesmo quan­do não sabia quem ou o que era. Anahí sempre fizera as coisas do seu jeito, sem tentar se conformar à imagem que faziam dela. Agora, ela percebia que a imagem que tinha de si mesma era a que sua mãe tivera todo o tempo.

Um outro sinal de que sua volta para casa era uma boa idéia. Realmente acreditava nisso.

- Sua mãe é uma mulher adorável. E a conheço e a seu pai há quase tanto tempo quanto conheço Rosita e Rueben Portilla. - Os melhores amigos de seus pais, reco­nheceu Anahí, isto sem mencionar que Rosita e sua mãe eram primas, também. Rosita tinha trabalhado para os Herrera, tomando conta de seus filhos, desde pratica­mente o começo dos tempos. Supôs que, em parte, teria que agradecer também a ela pela oportunidade.