Fanfic: Sorte no amor AyA finalizada

 - Você quer saber se eu estou tendo um caso com ela?

Ele vira seu pai ficar zangado uma ou duas vezes, mas nunca com ele ou com qualquer outro da família. Não sabia direito o que estava prestes a ver agora. Alfonso manteve sua posição. Pois, se seu pai estava tendo um caso, ele iria convencê-lo a acabar com aquilo de qual­quer forma. E a se livrar da garota tão rápido quanto fosse humanamente possível, sem que isto envolvesse assassinato.

Seus olhos não desgrudavam dos de seu pai.

- Sim.

Por um segundo, Pedro permaneceu inerte. Depois, esfregou a mão no rosto, com uma expressão de perple­xidade.

- Meu Deus, não sei se fico lisonjeado ou ofendido. - Ele riu e Alfonso soube que o perigo havia passado. -Meu rapaz, sua mãe, que Deus a abençoe, é mais do que o bastante como mulher para mim.

- Bem, se você não está tendo um caso com ela e não está aborrecido comigo, por que está me pedindo para fazer isso?

A resposta era simples.

- Porque ela precisa de ajuda. - E porque você pre­cisa também, Pedro acrescentou silenciosamente. - Ela já passou por poucas e boas.

- Poucas e boas?

- Você sabe, na vida pessoal. - Suas palavras vieram rápidas, como se tivesse pouco tempo disponível. - É muito complicado para falar agora, mas pensei que você, antes de qualquer um, seria solidário. - Então, apontou as únicas instruções que daria sobre o caso. - Ajude-a a se reerguer. A não deixar que se aproveitem dela, esse tipo de coisa. - E, para que Alfonso não pensasse que estava lidando com alguém desprovido de qualquer noção sobre negócios, acrescentou. - Não me entenda mal, Anahi é experiente. Mas duas cabeças funcionam melhor que uma.

- A não ser que pertençam à mesma pessoa - res­mungou Alfonso entre os dentes, odiando a posição em que estava sendo colocado.

Prestes a trazer Anahi de volta, Pedro virou-se para Alfonso.

- Como?

Alfonso desfez-se do que disse. Ele deveria fazer o melhor possível. Quanto antes começasse, mais cedo terminaria.

- Tudo bem, eu topo.

- Sabia que toparia. - disse Pedro, dirigindo-se à porta.

Chegando até Anahí, Pedro sorriu e conduziu-a ao escritório. Olhou seu relógio de pulso.

- Temo estar um pouco atrasado.

- Reunião? - perguntou Alfonso, em alerta instantâneo.

- É forma de dizer. - Sua expressão suavizou-se. -Teleconferência.

Aparentemente aguardando uma suspensão ou, pelo menos, um adiamento de última hora da sua própria exe­cução, caso fosse incluído na tal conferência, Alfonso rapi­damente inquiriu.

- É alguém que conheço?

- Intimamente. - A palavra ficou suspensa no ar por um segundo, antes de Pedro concluir. - Prometi ligar para a sua mãe. - Voltou seu olhar para Anahí. - Tenho que correr, Anahí, mas deixo-a em muito boas mãos.

A partir do olhar que Alfonso Herrera lançou sobre ela, Anahí teve mais que uma leve desconfiança de que ele queria usar aquelas muito boas mãos para torcer o seu pescoço.

Inconscientemente, ela arqueou os ombros, ficando praticamente em alerta assim que ele se aproximou dela. Quanto mais perto ele chegava, mais a tensão se espa­lhava pelo seu corpo.

E, quanto mais perto ele chegava, mais belo ficava.

Quanto a isso, não restava dúvida, pensou, tentando manter-se imparcial em seu julgamento, Alfonso Herrera era um daqueles homens para os quais o termo "lindo de morrer" fora cunhado.