Fanfic: Sorte no amor AyA finalizada

- Já que parece não ter trazido nada, por que não marcamos para outra hora?

Fitou-o sem parecer ter entendido. Talvez ele deves­se dizer somente monossílabos.

- Alguma outra hora em que você tiver algo para eu dar uma olhada.

- "Algo"?

Ele respirou fundo, para depois soletrar para ela. Devagar.

- A planta do espaço de que vai necessitar. O inven­tário dos itens de que vai precisar ter em mãos. Tudo, desde caixas de envio de encomendas a bicos de Bunsen. Projeções de fluxo de caixa - acrescentou, perguntando-se se ela estaria acompanhando.

- Eu não uso bico de Bunsen - informou-o sucinta­mente.

Alfonso olhou para ela e se viu ardendo no fogo de seus olhos. Ele iria dizer algo mais quando, de repente, perce­beu que aquela atraente figura estava a apenas centímetros de distância dele e que alguma coisa além de uma reunião de negócios estava acontecendo ali. Era como se todos os poros de seu corpo tivessem-se aberto e estivessem inalan­do aquele perfume extremamente feminino e volátil.

Aquela mulher era uma fêmea com "F" maiúsculo.

A última coisa que ele queria em sua vida.

Com esforço, ele retomou sua indignação.

- Você ao menos tem uma idéia do que se precisa para abrir um negócio?

Ela mordeu o lábio inferior.

- Eu...

Ele forçou-se a olhá-la nos olhos, em vez de na boca.

Como um homem que estava sentado no centro de um barco quando este se partiu, ele sentiu-se compelido a se agarrar a algo para sobreviver. Neste caso, ele preci­sava afugentá-la.

- Alguém já lhe disse que a maior parte das empre­sas quebra em seu primeiro ano?

Ela detestava seu tom de superioridade e precisou esforçar-se para não dar meia-volta e simplesmente sair.

Ela podia sentir suas unhas cravando-se nas palmas de suas mãos enquanto lutava para conter o gênio que herdara de sua mãe. Aquele idiota pomposo na verdade estava rebaixando-a, tratando-a como se fosse uma egres­sa do jardim-de-infância. Só porque seu sobrenome era Herrera ele não tinha o direito de agir como se ela fosse algum tipo mentalmente incapaz.

Como ela devia, a Pedro tentar não matar seu filho, forçou um sorriso em seus lábios.

- Então, imagino que não temos com que nos preo­cupar.

- Como assim? - Alfonso perguntou, a frase arranhando-lhe a garganta ao emergir. Sentia-se como se estivesse perdendo a cabeça. Parte dele queria sair e bater a porta na cara daquela mulher. E a outra parte queria pro­var o gosto dos lábios cobertos por uma camada de ba­tom cor-de-rosa.

- Este não é o meu primeiro ano.

Abrindo a bolsa, retirou um artigo de revista dobra­do. Desdobrou-o calmamente e entregou-o a ele.

- Estou no ramo há dois anos. Minha loja era em Nova Iorque. - Tomou o artigo, retirado do suplemento local Anahi Magazine, um texto que descrevia seus designs exclusivos, de suas mãos, notando que ele não havia nem passado os olhos nele. Mantinha-os nela. - Não sou uma virgem, Sr. Herrera.