Fanfic: Sorte no amor AyA finalizada

- A mobília ainda não chegou?

- Como? - Suas palavras repetiram-se em sua mente e ela entendeu a que ele se referia. - Ainda não. - Usan­do pulôver de lã branco-neve e saia que, juntos, davam a impressão de compor um vestido, deu de ombros. - Não que haja muita coisa para chegar.

- Minimalista?

- Algo assim.

Viu que ele examinava seu rosto. O homem deveria ser um agente da CIA.

- Pensei que você tinha dito que seu negócio estava indo bem.

Ela resistiu ao impulso de dizer que nada daquilo era da conta dele. Normalmente, aquele não era seu estilo. Ela gostava de falar, de conhecer melhor as outras pes­soas, e não se importava que elas fizessem o mesmo com relação a ela. Mas havia algo naquele homem que trazia à tona o que ela tinha de pior. Ela obrigou-se a ser mais que civilizada. Não queria que Alfonso tivesse nada para usar contra ela quando fosse se reportar a seu pai, como ela presumiu que ele fosse fazer.

- E está - disse orgulhosamente. Um tom defensivo surgiu em sua voz. - Foi meu casamento que não foi bem.

Ele olhou para a sua mão. Não havia nem vestígio de uma marca onde sua aliança costumaria estar. O que sig­nificava que seu divórcio não era recente.

Ela viu para onde ele estava olhando e pensou no que ele deveria estar pensando. Resolveu dar um passo calcu­lado e esclarecer as coisas.

- Comprei a cooperação do meu marido com mobília. Ele era mais ligado a ela do que eu, de qualquer forma. Mas eu sinto falta da TV.

- Você não tem TV? - Ele mesmo não assistia muito, a não ser a CNN de vez em quando, para se inteirar do que acontecia no mundo, mas acreditava que todas as mulheres eram fissuradas em programas de entrevistas e novelas, a ponto de gravá-las caso não pudessem assisti-las no momento da exibição.

- Tenho. - Neste momento, estava em uma caixa no seu quarto. Bem ao lado do saco de dormir que pegara emprestado do irmão. - Mas não como a de que abri mão. Custou mais do que meu primeiro carro. Plasma - con­tou-lhe, já que Alfonso cessara temporariamente a bateria de perguntas. - Assistir a qualquer coisa naquela tela era como estar lá de verdade. Até comerciais eram divertidos.