Fanfic: Sorte no amor AyA finalizada

Anahí parou em frente ao armário contíguo à porta e pegou seu casaco. Segurando a manga de sua blusa com a mesma mão, começou a enfiar o braço na manga do casaco. Sentiu Alfonso chegar por trás dela e segurar o aga­salho para que ela pudesse enfiar o outro braço com mais facilidade.

Aquela proximidade causou uma já familiar onda de calor em sua espinha. Recuou, movendo-se para o lado e quase esbarrando na parede. Seu coração parou por um instante. Ergueu os olhos na direção dos dele, sen­tindo-se incrivelmente desajeitada.

- Obrigada.

- De nada. - Seguiu-a na saída, esperando que tran­casse a porta. Seu casaco três quartos desviava a aten­ção para suas pernas.

Como se precisassem de ajuda para serem notadas, pensou Alfonso. O que o incomodava era que seus olhos demoraram-se por lá mais do que seria seguro.

- Vamos andando - ele disse, seguindo para as esca­das. Descobrira que não havia elevador até o apartamento no quarto andar.

Anahí acompanhou-o.

- Pensei que era o que estávamos fazendo.

Ele não disse nada. Chegando ao primeiro andar, se­gurou a porta somente o bastante para que ela a alcan­çasse para segurá-la, e saiu na frente. Alfonso conduziu-a até o carro.

Parando do lado do passageiro, abriu a porta e segu­rou-a. Desta vez, ele não abandonou seu posto; esperou até que ela entrasse, antes de fechar a porta e contornar o carro.

- Por que está fazendo isso? - indagou Anahi, de­pois que ele se sentou à frente da direção.

Colocou a chave na ignição e deu a partida. O Jaguar ronronou que estava vivo. Naquele momento, o carro estava lhe proporcionando menos desgosto do que ela.

- Porque está muito frio e é muito longe para irmos a pé até o endereço que você me deu.

Ela dera-lhe a localização da loja, que estava passan­do por uma reforma, quando ele lhe telefonara de ma­nhã cedo para confirmar o compromisso. Tivera a mes­ma impressão de quando o conhecera.

A mesma que teve agora.

- Não, não estou falando de ir de carro até a loja, e sim de ser meu consultor de negócios, antes de mais nada.

Sendo um homem que estava confortável com quem e o que era, ele respondeu de forma simples e sem des­culpas.

- Porque meu pai me pediu. Não era suficiente, até onde lhe constava. Ela estava habituada a fazer as coisas sozinha e, se recebesse a apro­vação dos Herreras e qualquer privilégio que aquela as­sociação pudesse lhe proporcionar neste negócio emi­nentemente competitivo, não seria à custa do seu orgu­lho. Ela não precisava daquele homem a menosprezando-a, olhando para ela em tom de crítica.