Fanfic: Sorte no amor AyA finalizada

Seu machismo fez com que tomasse as palavras dela como uma ofensa pessoal. Se havia uma coisa que ele odiava, eram pessoas que insistiam em rebaixar os nova-iorquinos. -Você está estereotipando...

- E você não? - ela disse. - Você faz parecer que nós somos caipiras.

- Nós? - Ela não dissera que acabara de se mudar de Nova Iorque?

- Eu sou nascida e criada em são Paulo . Ele sabia disso. E também de algo mais.

- Mas você saiu daqui.

Seus motivos eram muitos e complexos. Não iria en­trar nesse assunto com um sabe-tudo esnobe, indepen­dentemente de quem fosse o pai dele.

- Essa é uma história para outro dia. Além disso... -seu tom enfatizou a palavra -... eu voltei. - Eles aproxi­mavam-se de um cruzamento muito movimentado. Ela conhecia um atalho que os desviaria do que parecia ser um engarrafamento em formação. - Vire à esquerda. -Depois, mudou de idéia. Não sobre aonde estavam indo, mas para onde o dia estava caminhando. - Não, espere.

- Esperar? - indagou, descrente do que ela dissera. Ela pensava que ele poderia parar o carro no meio do cami­nho? Se parasse, dois segundos depois estariam cercados por uma cacofonia de buzinas, todas berrando contra eles.

- Pode me deixar na esquina. - Apontou para o lu­gar. - Eu posso andar o resto do caminho.

Ele não fez menção de encostar.

- Você está me demitindo do serviço?

- Não, estou abrindo a porta para você sair correndo dele, sem ofensas - finalizou, levantando a sobrancelha escura na palavra "correndo".

Apesar de ser uma idéia tentadora, ele não tinha inten­ção de recuar. Tinha dado sua palavra a seu pai e iria até o fim. Aquela mulher parecia tão sensata quanto um gambá solto em meio às cinco pistas daquela movimentada avenida.

- Já que estamos quase lá, eu vou dar uma olhada no local que você escolheu.

Não, ela não apreciava aquela atitude. Quanto antes ela se visse livre daquele homem, melhor se sentiria. Em vários sentidos.