Fanfic: Sorte no amor AyA finalizada

Capítulo 6

Estava tudo branco à sua volta.

O pânico arranhava a garganta de Anahi. Era como se tivesse sido jogada no meio de um marshmallow.

A claustrofobia, um problema que não conseguira superar e que a acompanhava em cada elevador, em cada cômodo apertado em que se encontrasse desde os seis anos de idade, ergueu-se em suas patas traseiras para comprimir sua garganta, ameaçando bloquear a passa­gem de ar para os pulmões.

O fato de o air-bag tê-la pressionado contra o banco, imobilizando-a, e o cinto de segurança estar roçando em seu ombro e seu colo, expremendo-a, só fomentava a onda de pânico que se formava dentro dela.

Não pôde evitar sua reação. Veio sem pensar, sem aviso. Anahí começou a gritar. Não um gritinho ou um soluço, mas um grito possante e aterrorizante que pode­ria ter estilhaçado copos d`água num raio de uma milha.

Os sentidos de Alfonso, que estava atordoado, entraram em alerta máximo, e o grito perpassou-o. Com o coração disparado, ele tentava imaginar o que poderia ter causado aquele tipo de reação por parte daquela mulher que estava completamente fora do seu campo de visão. Lembranças do acidente de carro com Virginia vieram imediatamente à sua cabeça.

Virginia  gritando.

Pouco antes de morrer.

O terror tomou conta dele. Lutando contra o air-bag acionado, Alfonso deu um jeito de desatar o cinto de segu­rança e liberar o ombro. Com a adrenalina correndo em suas veias, e convencido de que Anahí estaria seriamen­te ferida, procurou a maçaneta da sua porta. Pareceu le­var uma eternidade para achá-la. Finalmente conseguin­do, Alfonso puxou-a e empurrou o ombro contra a porta, cavando sua saída.

- Agüenta aí! - gritou para Anahí, dando a volta no carro.

Atento às duas coisas ao mesmo tempo, viu o moto­rista que causara o acidente e olhou para ele com raiva. Alfonso mal podia vislumbrar o rosto do homem. O motor da caminhonete ainda estava ligado e o motorista pare­cia pronto para escapar. Naquele instante.

- Nem pense nisso! – Alfonso ordenou. Dirigindo-se ao lado do carona de seu Jaguar, correu os olhos pela placa do outro carro, guardando-a na memória. Uma memória fotográfica permitia que absorvesse e retivesse tudo o que vira. - Eu guardei o número da sua placa e juro que vou atrás de você.

O homem por trás do volante da caminhonete amas­sada levantou as mãos, rendendo-se. E começou a balbuciar um pedido de desculpas. Suas palavras eram só barulho de fundo. Alfonso mal o ouvia.