Fanfic: Sorte no amor AyA finalizada
Tudo o que ele podia fazer era emitir uma palavra solitária, quiçá duas. Do jeito que seus pensamentos se atabalhoavam, ele não se achava capaz de construir uma frase completa coerente. Naquele instante, todas as palavras de seu vocabulário estavam num turbilhão fantástico a caminho do liquidificador que era o seu cérebro, girando e não fazendo sentido algum.
Suas pernas estavam bambas, como acontecera quando ele a puxara para fora do carro naquela semana logo após o air-bag ter ameaçado separá-la de sua afirmação como ser racional. Talvez devesse reagir a ele com claustrofobia. Deus sabia que ele tinha o mesmo impacto sobre ela que o confinamento em locais apertados. O pânico era o centro de seus sintomas agora. O tipo de pânico que surgia quando ela se encontrava em circunstâncias completamente fora de controle e além de seu alcance. Ele fizera aquilo com ela. Então, por que ela queria beijá-lo de novo? E por que, em nome de Deus, ela estava querendo levar o que acontecia ali à frente?
No segundo em que cogitara fazer amor com ele, algo dividiu sua atenção, uma resolução férrea estabeleceu-se para manter sua sanidade.
Não, droga, ela não iria por aquele caminho de novo, ela não iria seguir seus hormônios por aquela ladeira danosa e escorregadia. Ela estava mais velha, mais sábia - bem, pelo menos, mais velha. Já não era hora de a sabedoria dar o ar da graça?
Querendo recuperar um fiapo de compostura, deu uma olhada em seu macacão. O vivo borrão de tinta que deixara no peito dele quando ele a segurara tinha se transferido para o dela. Apesar da seriedade da situação em que se encontrava, Anahí podia sentir sua boca curvar-se.
- Parece que fazemos parte do mesmo clube. - E então limpou a garganta, determinada a desempenhar a melhor atuação de sua vida. Embutiu em seus lábios um sorriso animado e brilhante, do tipo que usava quando lidava com um cliente particularmente estressante cuja fidelidade desejava conquistar.
- Bem, fico feliz por termos tirado isso a limpo. Agora, talvez possamos ir trabalhar. - Ela apontou para a parede do outro lado. - Se você ficar com aquela parede, eu posso terminar aqui.
Ela soava convincente, como se estivesse acostumada a ser beijada por homens o tempo todo.
Dada a sua aparência, talvez até fosse, Alfonso pensou. Mulheres como Anahí eram objeto do desejo e das fantasias de muitos homens.
Algo mais também agitava-se dentro dele. Ciúmes.
Alfonso conteve-se, veloz e firmemente. Não tinha como estar com ciúmes. Ele mal a conhecia. E iria continuar sendo assim.
Ele aproveitou a deixa que vinha daquela mulher, aliviado por ela não querer levar algum tipo de discussão sobre o que ele tinha feito tolamente. Muitas mulheres teriam querido isso, perguntando-o para onde "aquilo" estava caminhando.
Era como se soubesse.
Não tinha idéia. Ele nem sabia do que "aquilo" se tratava. E, naquele momento, não estava a fim de discutir nada, a não ser quantas mãos de tinta ela queria naquelas paredes. Tudo o mais requereria um processo mental mais complexo do que era capaz de elaborar àquele ponto dos acontecimentos.
Balançando a cabeça, ele pegou a lata de tinta e o rolo que ela lhe dera.
- Obrigado.
Ela sentia sua garganta seca como osso, e respondeu:
- Não se preocupe com isso.
- Não vou.
Era uma promessa que ele fazia a ela, concluiu. Parou e observou-o por um segundo enquanto ele alavancava a tampa da lata, para então despejar o conteúdo numa bandeja. Aquilo significava que ele também sentira alguma coisa? Seria bom saber que não estivera só na a ofensiva que havia sofrido.
- Está bem - respondeu ela.
Para evitar que ele falasse mais alguma coisa, Anahí ligou o rádio. Uma canção romântica espalhou-se pelo ar. Ela foi ligeira em mudar de estação. Mas a seguinte pertencia a um programa que recebia ligações dos ouvintes. O locutor estava falando sobre uma proposta de imposto. Murmurando, mudou de estação até encontrar uma de música romântica .
Com um sorriso, deixou o rádio na estação.
Com o rolo pronto para começar, Alfonso resmungou, olhando-a por cima do ombro.
- Oh, Deus, você realmente escuta música romântica ? Ótimo, estavam de volta a suas posições de combate, pensou ela. Em cantos opostos de uma questão. Esperava que o sentimento de segurança retornasse, aquele que lhe dizia que não havia nada a temer.
Desta vez, tal sentimento não retornou.
Talvez mais tarde, pensou, esperançosa.
- Sempre que posso.
Alfonso franziu a testa, voltando-se para a parede. Tentando bloquear a música.
-Não sabia que você era do tipo que gostava de canções-para-chorar-as-mágoas.
- E não sou. - Ela adorava música e romântica era o seu gênero predileto. - E elas não choram as mágoas. Há um monte de boas letras e bons sentimentos a se apreender na música romântica.
- Se você diz.
- Sim - disse animadamente, esfregando o rolo na bandeja -, digo sim.
Ela começou a cantarolar ao som da música do rádio, fazendo o que podia para silenciar o som que seu corpo estava cantarolando ao lembrar daquele beijo.
Autor(a): feio
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 167
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k2323 Postado em 28/07/2011 - 18:20:23
Amei , até que fim ele teve coragem de dizer que a amava. Viva!!!
Otimo! Final. -
k2323 Postado em 28/07/2011 - 18:20:23
Amei , até que fim ele teve coragem de dizer que a amava. Viva!!!
Otimo! Final. -
k2323 Postado em 28/07/2011 - 18:20:22
Amei , até que fim ele teve coragem de dizer que a amava. Viva!!!
Otimo! Final. -
k2323 Postado em 28/07/2011 - 18:20:22
Amei , até que fim ele teve coragem de dizer que a amava. Viva!!!
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k2323 Postado em 28/07/2011 - 18:20:22
Amei , até que fim ele teve coragem de dizer que a amava. Viva!!!
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k2323 Postado em 28/07/2011 - 18:20:21
Amei , até que fim ele teve coragem de dizer que a amava. Viva!!!
Otimo! Final. -
k2323 Postado em 28/07/2011 - 18:20:21
Amei , até que fim ele teve coragem de dizer que a amava. Viva!!!
Otimo! Final. -
k2323 Postado em 26/07/2011 - 14:25:29
Nossa!!!
que barra. -
k2323 Postado em 26/07/2011 - 14:25:27
Nossa!!!
que barra. -
k2323 Postado em 26/07/2011 - 14:25:27
Nossa!!!
que barra.