Fanfic: Sorte no amor AyA finalizada

- Material bruto - Dulce repetiu, e riu. - É a pri­meira vez que ouço alguém chamar diamantes e esme­raldas dessa forma. Parece que você está se preparando para abrir antes do planejado.

- Estou - Dulce confirmou. Dobrou as pernas, colo­cando os pés por baixo do seu corpo, e observou a chuva cair do lado de fora de sua janela. Aquilo deixava o inte­rior da casa sombrio. - No fim de semana depois deste.

- Tão cedo? - Ouviu o barulho de chaves batendo no teclado. Dulce estava chacoalhando de novo. Elas pegaram isso de seus pais, pensou. - Pensei que você não tivesse escolhido o pintor ainda.

- Escolhi. Eu mesma. - Então, decidiu ser completa­mente honesta. - Com uma certa ajuda.

- Ajuda? - A voz de sua irmã disparou o alerta. Anahí respirou fundo, preparando-se para continuar.

- Alfonso Herrera apareceu para me incomodar com re­lação a seguros. Era óbvio que ele achava que eu não era inteligente o bastante para ter um. Disse a ele quem era o meu segurador e coloquei-o para trabalhar.

- Grande garota. - Uma satisfação instalou-se na voz de Dulce ao aplaudi-la.

Nem tão grande assim, Anahí pensou, sabendo que ela não tinha sido totalmente verdadeira quanto à ordem dos fatos. Olhou para o relógio. Já era tarde para encon­trar Dulce, além do que ela estava muito cansada. A idéia de uma ducha quente era muito convidativa para ser ignorada. - Hum, Dul, você está livre para almoçar amanhã?

- Claro, por quê?

Parou por um segundo, para então soltar.

- Preciso conversar.

- Sobre Alfonso?

Na última hora, Anahí  ficou com medo. Dulce e ela tinham acabado de se restabelecer e ela não queria que alguém que ela admirava, alguém que nunca come­tera os erros que ela cometera, a visse como uma fraca. Ao menos, não até ela contar o seu lado da história.

- Não - negou veementemente. - Quero desenhar um colar para a mamãe e pensei que você poderia me dar algumas idéias.

- A-hã.

As costas de Anahí enrijeceram-se.

- Não me venha com esse negócio de "irmã, eu sei o que você está pensando". Eu realmente quero a sua opi­nião.

- Certo. Por que você não passa no escritório ama­nhã e saímos para comer alguma coisa enquanto você me impressiona com seus desenhos?

Ela sorriu, feliz. Já se sentia melhor.

- Parece bom. A que horas?

- Pode ser às onze e meia. Vou sair mais cedo para não enfrentarmos uma multidão.

- Está certo - disse Anahí. - Vejo você amanhã, às onze e meia.

Estava sorrindo quando desligou, e todos os pensa­mentos em Alfonso foram colocados de lado. Pelo menos, por enquanto.