Fanfic: Sorte no amor AyA finalizada

- Sendo assim, tenho algo para lhe dizer.

Mas sua mãe a interrompeu, como se temesse ouvir algo que estragasse o momento e a festa para ela.

- O que quer que seja, estou certa de que é fascinan­te, mas você pode me contar tudo depois que pegar o meu xale.

Anahí  olhou-a sem entender. Afinal, o calor das pes­soas tornava o ar da casa mais quente, e não frio. Seu xale?

- Deixei-o na saleta. - Virando-se na direção da saleta, conduziu a filha com o leve toque de sua mão nas costas dela. - Pegue-o para mim, por favor.

Anahí hesitou, mas atendeu ao pedido. Pegar o xale da mãe lhe dava uma desculpa para uma trégua momen­tânea. Só porque ela havia decidido recomeçar sua vida pela segunda vez em cinco anos, isto não significava que estava completamente confortável com a idéia. Talvez devido àquele velho trecho de um livro de que se lem­brava dos tempos de segundo grau. Um autor, talvez Wolfe? Ou quem sabe Paulo coelho? Quem quer que seja, disse que não se pode voltar para casa.

Ela rezava para que fosse só um bom título de livro, e não uma profecia.

O estopim que a fizera deixar São Paulo foi quando "apagou" depois de uma bebedeira, acordando ao lado de um total desconhecido. Mas, em parte, também mudara-se para nova Iorque  porque seu relacionamento com as irmãs ia de mal a pior. Elas já foram bastante próxi­mas, mas isto fora na infância, e crianças têm tendência a relevar coisas que adultos não conseguem.

Como palavras amargas e decepções que nunca de­veriam ter acontecido. Dulce e ela trabalhavam na mesma empresa, Macrizon, com inocente entusiasmo. E eram presas fáceis para uma mulher chamada Belinda Waters, que sentia um prazer perverso em colocar uma contra a outra.

Mari, impaciente, esfregava as mãos nos braços.

- Por favor, Any, estou com frio.                

Olhou, desconfiada, para a mãe. Ela estaria ficando doente: mas seu semblante parecia saudável como nun­ca. Novamente, Anahi deu de ombros.