Fanfic: Sorte no amor AyA finalizada

Com um impulso, Anahí encontrava-se ao lado do técnico, cujo nome estava escrito em branco sobre o bolso de sua camisa. Raul. Dando-lhe um sorriso agradecido, esforçava-se para tentar voltar ao normal. Recuperar a compostura já era uma causa perdida.

Alfonso jogou os dois blazers para cima, seguidos de sua bolsa. E, no momento em que ele estava lá ao seu lado, com uma aparência mil vezes melhor que a dela, lastimou.

- Vocês estão bem? - Rugas de preocupação formaram-se na prolongada testa de Raul, que fitava os dois com incerteza. - Querem que eu chame os paramédicos?

Alfonso balançou a cabeça. - Estou bem. - Olhou para Anahí. - Você está bem?

Seus olhos mantiveram-se nos dele por um bom tem­po. Ele só estava perguntando pelo seu estado, ou queria ir mais fundo? Superficialmente, poderia responder-lhe com um conciso - Sim. - Não havia nenhum osso que­brado, nada que comprometesse sua saúde. Para além disso, ela não sabia.

Mas, se houvesse, era problema dela, não dele.

Dando mais uma respirada profunda no ar fresco, ela finalmente reiterou.

- Estou bem.

O técnico estava de pé novamente, surpreendente­mente ágil para alguém que aparentava estar pelo menos uns vinte quilos acima do peso.

- Certo, então. - Raul deu um toque no braço de cada um deles, como se os dispensando de seus cuidados. -Tenho outros elevadores para cuidar.

Assim que Raul se virou para ir embora, Alfonso cha­mou-o.

- Toda a energia do prédio já retornou? Raul deu um sorriso de cem watts.

- Como se nada tivesse acontecido, exceto pelos ele­vadores estarem um pouco fora de sincronia. Mas cui­darei disso logo. - Apressou-se até a escada, despedin­do-se. - Tenham um bom dia. - Pouco antes de sumir.

Alfonso hesitou em comentar aquilo. Uma vez de pé, estendeu a mão para Anahí  e aguardou. Logo ela entre­laçou seus dedos nos dele e se pôs ao seu lado.

Sabendo como havia se comportado, Anahí tentou rir sobre o incidente.

- Bem, eu vou falar horrores desta empresa de ele­vadores, mas, em vez de estar trêmula, sim, estou bem.

Mordeu o lábio ao olhar para ele novamente. Aonde estariam indo a partir dali? Eles falariam do que aconte­cera no elevador? Ignorariam? Tratariam como se fosse o primeiro passo para uma trégua ou uma aberração da qual era melhor não tomar conhecimento?

Não sabia, e desejava algo que pudesse entender, algo familiar a que pudesse se agarrar.

Tardiamente, ela percebeu que ainda estava seguran­do a mão dele. Soltando-a, olhou para o pulso dele. Onde antes havia um relógio de cristal restavam somente al­guns cacos.

- Seu relógio. Ele olhou-o.

- Que tem ele?

- Está quebrado. - Bem, aquilo explicava o som de vidro se quebrando que ouvira. Ela pensara ser sua ima­ginação, junto com os rodamoinhos de cor, calor e músi­ca que passaram por sua cabeça antes de o elevador vol­tar a funcionar.

Erguendo o pulso, Alfonso examinou-o. Balançou a cabeça.

- Está mesmo.

- Posso consertá-lo para você - ofereceu-se, estican­do a mão para pegá-lo.

Alfonso tirou a mão. Naquele momento, quanto menos contato tivessem, mais rápido sua mente iria desanuviar.

- Não, eu.

Uma expressão confusa surgiu no rosto de Anahí, pura depois sumir.

É o mínimo que posso fazer, depois do que você fez para me distrair do pânico no elevador. - Um sorriso sensual formou-se em seus lábios.

O comentário foi o bastante para fazer a tensão que ele sentia cessar temporariamente. Alfonso riu e retirou o relógio, entregando-o. Anahí depositou-o na bolsa. Quando posso buscá-lo?