Fanfic: O Portal da Felicidade

Com seu pequeno alto-falante, ela, meio que profetizando, pedia para que as pessoas entrassem no tal ` Portal da Felicidade `. Ouvia-se os dizeres:

“Venham todos! Os meninos, as meninas, os moços, as moças, os velhinhos e as velhinhas! Venham conhecer o Portal da Alegria! Entre neste meu caixote e será muito feliz! Você recordará os bons tempos e voltará à sua infância para reviver a melhor época de nossas vidas. Venha! Venha voltar a ser criança! Entre no Portal da Felicidade!”

Só que pela fama de todo brasileiro ser metido a malandro, as pessoas começaram a desconfiar e foram se afastando aos poucos, só que aquele olhar profundo me conquistou e depois de muito pensar, tomei coragem e resolvi entrar no bendito portal.

Quando me ofereci, ela ficou super animada. E as pessoas em volta olhavam curiosas para aquele caixote. A moça pediu para eu esperar do lado de fora. Entrou. Fiquei esperando por alguns segundos (que por sinal, pareciam milênios). Enquanto isso, ouvia alguns dizeres muito dos estranhos. Continuei a esperar. E de repente, ela surge com uma roupa bem melhor que a anterior: um belo vestido azul-piscina brilhante com uma coroa prata. Parecia que ela tinha usado mágica pela curta fração de tempo. Comecei a pensar com quem estava lidando. Ela me convida pra entrar e, nesse momento, um flashback da minha vida inteira passou na minha mente. Entro e tudo está escuro. Sinto uma mão em minha testa e... Desmaio. Vejo o meu corpo no chão e, meio que sozinho, começo a viajar por cima dos prédios do centro do Rio. Alguns segundos se passam e quando pisco, eu estou num lugar desconhecido, mas bem familiar. Fico alguns minutos pensando e descubro: retornei à minha infância!

Estou numa praça que tinha perto da minha casa quando eu tinha meus 5, 6 anos. Vejo crianças brincarem na terra de caça ao tesouro, brincando no escorrega, no balanço, na gangorra, no campinho de futebol. Dou algumas voltas pela praça para lembrar novamente do local (sim, eu tenho uma memória de peixinho) e depois de algumas voltas, reconheço um velho conhecido meu, Pedro. Nós éramos inseparáveis que nem irmãos siameses. Mas ele tinha algo mais familiar do que naquele momento da minha vida – pois do 4º ano em diante a gente nunca mais se falou – ele tem traços de alguém que eu conheço no presente, bem importante na minha vida, mas não consigo me lembrar exatamente quem é.