Fanfic: O Que Eu Sinto Por Você - DyC ♥

Acordei muito mais cedo do que costumava no outro dia. Eu me sentia
péssimo! Minha cabeça estava cheia com a lembrança do beijo e eu tentava
com todas as minhas forças não pensar sobre esse assunto, mas parecia
impossível!

Desistindo de ficar rolando ali na cama cada vez mais
irritado comigo mesmo, resolvi tomar um banho e sair caminhar um pouco
ver se conseguia me distrair... sei lá...

Quando saí do meu quarto
percebi que o apartamento continuava em silencio. Dulce devia estar
dormindo ainda. Acho que era melhor assim, não sei como seria encará-la
logo cedo.

Saí pra rua mas não tinha dado nem dois passos quando topei com Poncho na calçada.

-
Ei, e aí? – Ele me cumprimentou – Nossa, que cara é essa
Christopher?Quem é que te bateu? – Ele riu olhando pro meu rosto. Eu
sabia que não estava com a melhor aparência do mundo! Estava preocupado,
tinha dormido mal e quando tentava rir tudo o que saía era uma
careta.

- Não dormi muito bem, umas coisas aí... – Enrolei, não
sabia muito bem se queria ou não contar sobre o que rolou entre mim e a
Dulce. – Então, comprando pão hein? – Olhei para a sacola que ele tinha
nas mãos.

- Morar longe dos pais tem dessas, você mesmo tem que comprar o seu pão de manhã – Ele deu de ombros  - Então, onde está indo?

-
Ah, não sei... eu ia dar uma volta.. sei lá... – Coloquei as mãos no
bolso pensativo, tinha perdido a vontade de caminhar já – na verdade
acho que vou voltar pra casa – Suspirei me virando para a entrada do
prédio

- Ok cara, você ta estranho. O que aconteceu? – Poncho perguntou quando entramos no prédio.

- Se eu te contasse você não acreditaria.

- Tenta – Ele insistiu

- Beijei a Dulce ontem – Confessei, percebi como isso era estranho dito em alto e bom som.

~*~

Minha
cabeça parecia que iria explodir de dor. Levantei da cama com a mão na
cabeça tentando lembrar onde tinha um remédio pra dor. Saí do quarto
indo já em direção ao quarto do Chris, era ele que sabia onde tudo
estava nessa casa.

Então parei na metade do corredor, pensar no
Chris me fez lembrar do que aconteceu ontem.  A sensação estranha voltou
e a vergonha também.

Passei reto pelo seu quarto, de repente percebi que não queria ver ele, não tinha coragem de encarar ele...

Quando
passei pela sala sem prestar atenção onde andava perdida no meu mal
humor, esbarrei na mesinha de centro, bati o joelho no sofá e derrubei
um copo de cima da mesa que se espatifou no chão.

- Ótimo! – Disse irônica pra mim mesma – Tudo que eu precisava para meu dia começar ainda melhor!

Ainda
esfregando o joelho dolorido me abaixei para juntar os cacos de vidro
do chão, brigando comigo mesma por ser tão desastrada.

- Aiii...
mas que droga! – Puxei meu dedo pra longe do vidro ao sentir mais uma
dor, agora no meu dedo que começava a sangrar por um corte. Deus, esse
deve ser o pior dia do mundo!

- Por que as coisas só acontecem comigo???

~*~

Poncho
pareceu não acreditar que eu tinha realmente beijado a Dulce. Enquanto
eu tentava falar ele ria, na verdade gargalhava achando tudo muito
engraçado.
Não podia culpá-lo por achar que eu estava brincando, a
um dia atrás se alguém me contasse  isso eu também não teria acreditado.
Dulce e eu éramos amigos demais pra acontecer qualquer coisa entre nós.

Desistindo
deixei Poncho ainda dando risinhos lá em baixo e voltei para o meu
apartamento. Abri a porta e ouvi alguém xingando em voz alta. Fui até a
sala e a vi sentada no chão segurando uma das mãos enquanto reclamava
da vida.

Meus olhos passaram dos cacos de vidro na sua frente para o sangue na sua palma da mão.

-
Por que você é tão descuidada? – Perguntei irritado já indo até ela.
Dulce ergueu o rosto surpresa quando me ouviu, não tinha me visto até eu
falar.

- O que? – Ela perguntou confusa.

- Não consegue
passar um dia sem se bater ou se machucar de algum jeito, que droga
Dulce! – Me abaixei ao seu lado e peguei sua mão analisando o corte. Eu
não podia me controlar, me preocupava com ela e me irritava que ela
fosse tão descuidada.

Ela puxou a sua mão da minha e me encarou séria.

- Isso não é nada, ok? Deixa de ser chato.

~*~

Ele me encarou de volta só por alguns segundos antes de pegar na minha outra mão e sair me puxando até o banheiro.

-
O que vai fazer? Me matar pra se livrar dessa preocupação aqui de uma
vez por todas e jogar meus restos mortais pela privada?? – Perguntei
irônica enquanto sentava em cima da pia de mármore. Ele me fuzilou com o
olhar e se negou a responder.

Se virou de costas pra mim procurando algo na prateleira, quando se virou tinha uma caixinha nas mãos.

- Vou fazer um curativo nisso aí.

- Já disse que não é nada...

- Deixa de ser criança, Dulce. – Ele puxou minha mão e começou a passar um remédio que tirou de dentro da caixa.

Ele
estava me irritando. Odiava quando ele me tratava assim! Como se eu
fosse uma menininha de 6 anos. Mas resolvi ficar quieta...

Olhei
para o seu rosto enquanto ele concentrado fazia o curativo na minha mão
olhando pra baixo. A lembrança do beijo voltou de novo...
Pude
sentir minhas bochechas esquentarem. Será que poderíamos esquecer que
aquilo aconteceu? Não, claro que não. Eu pelo menos não conseguiria
esquecer...

- Pronto, acho que ficou bom – Ele disse largando minha mão, eu nem sequer olhei pra baixo, continuei encarando ele.

Christopher finalmente me encarou de volta. Nossos olhos estavam no mesmo nível já que estava sentada na pia.
Minha boca ficou seca e eu simplesmente não consegui desviar o olhar.
Ficamos assim, nos mirando em silencio sei lá por quanto tempo.

- Por que... por que ta me olhando assim? – Ele perguntou, sua voz quase um sussurro. 

- E por você ta me olhando assim? – Perguntei de volta, minha voz não saiu mais alta do que a dele.

~*~

Percebi
o quanto nossos rostos estavam próximos e fiquei bravo comigo mesmo por
estar me deixando levar mais uma vez para algo que eu sabia que nunca
acabaria bem.  Desviei o olhar para a caixinha de primeiros socorros ao
lado dela na pia, peguei a caixa e fui até a prateleira agradecendo por
ter um motivo que me afastasse por alguns passos dela.

-  Hum...
obrigada – Ouvi ela dizer. Guardei a caixa no lugar e me virei de volta
pra ela, Dulce sinalizou pra mão – Obrigada – Repetiu.

- Tudo bem. – Respondi dando de ombros.

Ela
desceu de cima da pia e saiu do banheiro. Eu suspirei fechando meus
olhos por um momento.  Esse clima entre nós não me agradava.  Primeiro
essa sensação estranha quando ficávamos muito perto um do outro e depois
esse constrangimento...