Fanfic: O Que Eu Sinto Por Você - DyC ♥

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- Isso tudo parece tão inútil – Anahí comentou enquanto folheava sem vontade um dos meus trabalhos da faculdade.

- Obrigada por dizer que meu esforço de horas é inútil – Peguei o trabalho da sua mão e o coloquei de volta na mesa junto com outras pilhas de papéis.

- Porque você quase se mata fazendo essas coisas, hein? – Ela perguntou ignorando meu comentário anterior.

- Pra me formar é claro, pra que mais seria? – Respondi sem tirar os olhos do livro em que procurava a resposta pra outro trabalho.

- Você não parece gostar muito disso tudo. – Ela disse apontando para os papéis em volta – E eu não consigo imaginá-la como uma jornalista no futuro.

- Nem eu... – Deixei escapar num sussurro desviando os olhos do livro pra ela.

- Deveria fazer como a Mai que abandonou tudo isso e foi seguir o sonho dela, que é o meu sonho também. – Ela pegou uma das minhas canetas e fingindo ser um microfone começou a cantarolar uma música.

Era diferente, elas sabiam quais eram os seus sonhos. Eu não. Não tinha a menor idéia do que queria fazer da minha vida. Isso não me encorajava a largar a faculdade de jornalismo e ter que enfrentar meus pais. Pra que desencadear uma guerra se eu nem sabia o que faria depois?

- Chris! – Anahí disse com um sorriso quando ouvimos a porta da frente bater. Não a acompanhei no sorriso, pelo contrario, voltei a enfiar minha cara entre os livros sentindo aquele aperto incomodo no coração.

- Oi – Ouvi a voz dele logo depois ao entrar no pequeno escritório em que estávamos. – Achei ter ouvido uma voz terrível, era você cantando Any? – Ele disse brincando

Ergui meus olhos do livro e o vi indo até ela e lhe dar um abraço.

- Idiota- Ela lhe deu um tapa fraco no braço rindo.

Então ele se virou pra mim e seu sorriso murchou um pouco, nos encaramos por alguns segundos até eu desviar o olhar pra baixo.

- Oi Dulce – Ele disse formal.

- Oi...

Fingi estar concentrada no meu trabalho enquanto os dois falavam bobagem ali do meu lado, mas a verdade é que desde que ele havia chegado eu não consegui escrever nem mais uma frase.

Minutos depois eu resolvi desistir de tentar continuar com meus livro e anotações, juntei tudo em uma pilha e levantei da mesa com tudo aquilo nos braços, deixando os dois ainda conversando ali e fui pro meu quarto. Joguei tudo em cima da cama e olhei aquilo me decidindo se arrumaria agora ou depois. Depois, sempre depois.
Fui em direção a cozinha e quase dei meia volta quando o vi ali sozinho se servindo de suco. Ele levantou os olhos quando me viu entrar, mas me olhou por apenas um segundo e voltou a se concentrar no suco.

Fui me virando pra sair dali, mas parei ao ou vir à voz dele.

- Não precisa fugir não, eu já estou saindo daqui.

- Não estou fugindo – Disse sem muita confiança na voz. Eu sempre menti muito mal.

- Não?Engraçado, achei que você estivesse fazendo muito isso ultimamente. Talvez eu tenha me enganado, talvez seja só coincidência que quando eu chego em algum cômodo você subitamente se lembre que tem que ir para outro lugar. – Sua voz não era nem um pouco calma.