Fanfic: O Que Eu Sinto Por Você - DyC ♥

"Não me lembro mais qual foi nosso começo.
Sei que não começamos pelo começo
Já era amor antes de ser."

~*~

Eu fiquei parada como uma estatua por vários minutos depois dele já ter saído.  Aos poucos as pessoas ao meu redor voltaram suas atenções para suas próprias mesas e conversas e o restaurante voltou a se encher de vozes.

- Dulce? – Maite parou na minha frente e apertou gentilmente meu ombro. – Você está bem?
Eu queria responder ela, queria mesmo. Mas por um momento eu não sabia nem mais falar! Eu não conseguia raciocinar direito! Até respirar pareceu uma coisa muito difícil de fazer.

- Acho que ela está em estado de choque – Ouvi Maite comentar com alguém que estava atrás de mim, provavelmente Anahí.

“Eu estou apaixonado por você” A voz dele ainda estava ecoando nos meus ouvidos “Eu estou apaixonado por você” “Eu estou apaixonado por você” “Eu estou apaixonado por você” “Eu estou apaixonado por você” “Eu estou apaixonado por você” “Eu estou apaixonado por vocꔓEu estou apaixonado por você” “Eu estou apaixonado por você” “Eu estou apaixonado por você” “Eu estou apaixonado por você” “Eu estou apaixonado por você” “Eu estou apaixonado por você”

- Respira, Dulce – Maite me aconselhou – Você tá pálida, eu vou pegar um copo de água para você.

“... E se você sente algo por mim, algo mais do que amizade ou vontade de ficar comigo não  só às vezes apenas de brincadeira, se você sente o mesmo por mim... por favor, por favor, por favor... me fala... Você sente o mesmo?”

Meu coração pulou no meu peito e minhas pernas estremeceram. Ele gostava de mim, ele estava de verdade apaixonado por mim! Meu melhor amigo estava apaixonado por mim! Não era apenas brincadeira, não só uma amizade colorida, era real! Ele sentia algo!

- Aqui Dulce, bebe um pouco de água – Maite tinha voltado e me oferecia um copo cheio de água.

- May, o que eu disse? – Eu perguntei pra ela, ignorando o copo. Minha voz saiu estranha e nem parecia minha própria voz.
- Que? Disse o que? – Ela perguntou confusa.Eu segurei forte seu braço fazendo até um pouco de água cair pra fora do copo que ela segurava, mas ela me olhou séria.

- O que eu disse? O que eu respondi pra ele? – Perguntei urgente, eu precisava me certificar que estava realmente louca, eu tinha respondido ele... não tinha? Eu tinha feito à besteira de abrir a boca quando devia ter ficado com ela fechada enquanto entendia direitinho o que ele tinha dito? Eu tinha mesmo falado? – Eu disse...?

- Você disse...não. – Ela respondeu baixinho me olhando confusa.

Então sim, eu realmente estava louca.

- Eu tenho que ir. – Falei me voltando pra mesa e pegando minha bolsa.

- Onde você vai? – Anahí perguntou quando passei por ela. Mas eu nem respondi, saí às pressas do restaurante.

Estava chovendo tão forte que eu não conseguia ver bem nem um palmo diante do meu nariz. Mas eu não me importei com o frio, com água, com nada! Eu precisava encontrar ele.

~*~

Eu não sabia nem como tinha conseguido achar o caminho de volta pra casa. Eu estava completamente arrasado! As coisas tinham sido melhores antes de eu ter tido aquela estúpida esperança!

Abri a porta do apartamento e me arrastei pra dentro, me escorei na porta e fui escorregando pro chão querendo voltar no tempo, desejando não ter ido no restaurante, a rejeição dela me matando por dentro. O que eu iria fazer agora? Como poderíamos continuar morando junto?

Descansei minha cabeça entre meus joelhos sentindo o mundo de cabeça pra baixo! O pior é que eu sabia, mesmo nunca tendo sentido isso antes na vida, era pra valer... era muito forte... eu amava ela e dificilmente esqueceria isso fácil. Ficar longe dela indo morar em outro lugar era uma ideia boa mas muito dolorosa, se eu saísse daqui a perderia pra sempre! Duvidava de que um dia voltássemos a sermos amigos. Então tinha a segunda ideia, a de continuar aqui vendo ela todo dia e podendo estar por perto mesmo que isso acabasse comigo e esperando o dia em que o que eu sentia fosse embora. Como imaginar ficar longe dela parecia me machucar mais, então eu teria que ficar com a segunda opção, isso é se ela não estivesse tão desconfortável, com tanta raiva que pudesse querer ainda morar comigo.

Fiquei ali no chão sei lá por quanto tempo, imaginando mil saídas pra essa história. Até que de repente alguém abriu a porta com força e eu fui empurrado pra frente. Quando me virei a vi tão molhada quanto eu passando pela porta, fiquei de pé imediatamente e dei alguns passos pra longe dela.

~*~

Fechei a porta e me virei dando de cara com ele ali a poucos passos de mim. Nossos olhos se encontraram e apesar do frio que estava sentido por causa da chuva, senti meu rosto esquentar.
- Chris eu...

- Antes que você diga qualquer coisa quero que você saiba que não vou te incomodar, vou fazer de tudo para que as coisas voltem a ser como antes – Ele foi falando com a voz baixa – Eu ainda não sei como, mas vou acabar com isso dentro de mim. Vou dar um jeito de...

- Psiu – Eu fechei o espaço entre nós e coloquei um dedo em seus lábios o calando. Eu ia começar a falar mas ele deu um pulo pra trás assim que eu o toquei.

- Eu... eu acho que pra começar seria melhor que você ficasse um pouco afastada – Ele continuou ofegante.

- Chris... – Eu dei um passo em sua direção e ele de mais um pra trás.
Como eu iria explicar como me sentia com ele tão decidido a ficar longe?