Fanfic: Red Darkeness

           "Era
incrível, como algo tão pequenino, tão indefeso, algo tão... Tão frágil pôde
virar um monstro! De uma noite para outra, um pequeno acontecimento, um fato
que muitas vezes deixa de ser importante na vida de milhares de pessoas pode
ser tão importante para mim, e vários outros da minha espécie. O destino me deu
um futuro cruel, mas que eu realmente tinha consciência e certeza de que ia
acontecer, se não fosse hoje talvez amanhã, ou até mesmo depois, tudo isso não
fazia a menor diferença porque um dia iria acontecer. Na data marcada, na hora
certa, tudo ocorreu em seu tempo e meu corpo reagiu normalmente, foi quando meu
sangue secou, meus pulmões já não serviam mais, e até mesmo meu coração tinha
parado de pulsar, não só meu corpo, mas minha alma mudou radicalmente e a bomba
que eu carregava dentro do peito explodiu.

           
Foi em um dia nublado, com o céu escuro e nuvens soltando trovões e raios que
competiam pela maior audiência. Já aviam se passado dois anos após a minha
primeira convulsão, tinha dores fortes de cabeça em um corpo de 6 anos, minha
enfermeira havia acaba de voltar, devido ao seu vestido branco não consegui
distingui-la das claras paredes do hospital, seus olhos pareciam duas bolas
vermelhas que me mostravam sua direção:

           
- Catrina! Minha pequenina preciosa, você já está melhor? - seus lábios me
diziam com delicadeza, mas sua voz me dizia outra coisa, seus olhos foram se
abrindo cada vez mais e mais como se estivessem me devorando aos poucos...
Porém, com 6 anos como eu ia saber que queriam fazer exatamente isso? - Chegue
mais perto, vou retirar uma amostra de sangue! - o desespero subiu a minha cabeça,
e o medo dominou meu corpo. Cuidadosamente ela fechou a porta da minha sala...
52, nunca me esqueceria desse número...

           
- Não chegue perto de mim! - lágrimas caiam pelos meus olhos deixando uma
evidente mancha de clemência, comecei a correr em volta da sala sem a intenção
de deixá-la me tocar, ela me seguiu desesperada, algo me dizia que ela não era
a mesma de sempre, que não iria só tirar uma amostra de sangue, e que com
certeza isso não era bom.

           
O meu quarto era quase vazio, uma cama de solteiro ocupava o lado esquerdo e
mais nada a preenchia, havia muito espaço para um ataque surpresa, então me
escondi debaixo da cama, mas infelizmente essa foi a idéia mais estúpida que se
passou pela minha cabeça. Minha enfermeira puxou a minha perna e me agarrou,
sentou na cama e me acariciou delicadamente, passando seus dedos e os
entrelaçando em meus cachos:

           
- Querida, me perdoe... são só negócios! - qualquer um parasse e olhasse pensaria
" Que lindo, o amor maternal ", realmente se parecia com isso,
acredito que tive sorte considerando como me tornei uma vampira, por que depois
disse ela me perguntou:

           
- Você está pronta?  - então simplesmente, não dei-lhe resposta, ela me encarou
com um olhar fazio, o mesmo que eu teria após algumas horas, afastou meus
cabelos deixando meu pescoço a mostra, seus olhos brilharam repentinamente, seu
sorriso era acolhedor, sua boca se abriu, porém, mesmo não conseguindo enxergar
direito, senti uma leve mordida, minha dor de cabeça havia parado, me senti
fria e quente ao mesmo tempo, um choque termico tomou conta do meu corpo e fez
com que eu desmaiasse nos braçoes minha enfermeira, naquele momento a bomba que
estava dentro de mim explodiu e não deixou nenhum vestígio de quem eu era, só
não sabia se estava preparada para o que havia me tornado. "