Fanfic: A falta que vc me faz aya finalizada

Sem ao menos falar com Maite, Anny subiu para o quarto assim que chegou em casa.

—Estou com dor de cabeça, por favor, desculpe-se com sua mãe por mim.

Na verdade, não era só a cabeça que doía. Quando Poncho entrou no quarto depois de ter levado a mãe para casa, ela ainda estava acordada, mas fingiu dormir e concentrou a atenção nos movimentos dele.

Ele foi para a cama nu, como sempre dormia. Deitou de costas, com as mãos servindo de apoio para a cabeça, e ficou olhando o teto escuro, enquanto Anny ficava imóvel a seu lado. No fundo de seu coração ferido, ela desejava que o destino mudasse e desaparecesse com as últimas semanas.

Ficaram muito tempo imóveis, em silêncio, até que a tensão tornou-se insuportável. Poncho deu um suspiro e virou-se para alcançá-la. Anny se entregou com avidez, e fizeram um amor desesperado e silencioso.

Claudia apareceu como um fantasma, esfriando seu corpo quando acreditava estar chegando ao clímax. Poncho percebeu a mudança e ficou imóvel, observando-a lutar com a assombração que a magoava.

Anny lutou com todas as suas forças, os olhos apertados contra as lágrimas, os lábios insaciáveis e as mãos travadas nos ombros de Poncho. Sentiu o corpo pronto e percebeu que conseguira afastar Claudia. Com um tremor, puxou-o pelo quadril.

—Anny —ele sussurrou ao penetrá-la. Apenas Anny, inúmeras vezes, compreendendo que ela lutara e vencera a batalha por causa dele.

Quando acabou, ela sentiu-se solitária e vazia.


Poncho ficou muito ocupado com outro caso e precisou passar algumas noite fora de casa. Estava negociando com uma pequena construtora perto de Huddersfield.

Apesar de acreditar, Anny atormentou-se com idéias que sabia serem injustas. Ele não fez comentários, compreendendo o que se passava em sua mente. Queria a confiança que ela não conseguia mais ter, o que contribuiu para que o casamento continuasse em crise durante semanas.

Uma tarde, leu uma notícia no jornal que deixou-a inquieta. Johnny Depp faria uma palestra aquela noite sobre seu trabalho, na escola de Artes, e a entrada era aberta a todos os interessados.

Como Poncho estava fora, decidiu pedir para a mãe ficar com as crianças e participar. No fundo, compreendia que a necessidade de ferir o marido era maior que a vontade de assistir à palestra.

Culpa dele, Anny pensou ao estacionar o carro. O fato de saber que ele sentia ciúme de alguém como Johnny Depp a incentivara a sair de casa.

Sentou-se no fundo da sala, sem esperar que Johnny a reconhecesse ou lembrasse dela. O encontro entre eles fora breve. Mas ele reconheceu-a e lembrou-se na hora. Caminhava para o palco, relanceando o olhar sorridente pela platéia, quando a viu. Parou, encarou-a, e Anny corou ao ser alvo do sorriso de reconhecimento na frente de todos. Sorriu de volta com timidez e afundou-se na poltrona.

A palestra começou, e logo sentiu-se relaxada, a atenção fixa no modo inteligente e sutil como Johnny conduzia o assunto. Várias vezes, ele notou que ela acompanhava as risadas com a platéia e lançou-lhe olhares de reconhecimento, que fizeram bem ao seu ego tão magoado nas últimas semanas.

A palestra terminou e, antes que tivesse tempo de se levantar, Johnny aproximou-se.

—Anahi, que gentileza ter vindo!

—Adorei a palestra — disse com um sorriso tímido. —Foi empolgante.

—Você estuda aqui?

—Não!