A campainha tocou, forçando uma separação relutante, e os gêmeos foram abrir a porta para a avó, que já era esperada.

—Sua mãe vai levá-los a uma celebração de Natal —Anny explicou.

—Vai mesmo? — ele respondeu, olhando-a com intensidade. — Bom — murmurou e beijou-a outra vez, devagar, suave, brincando com a língua em seus lábios.

Maite entrou na sala e parou ao perceber o que se passava. Anny nem escutou-a entrar. Absorvida pelo amor que pensara perdido para sempre, sentiu um calor sensual que se espalhava pelo corpo, abraçou Poncho e se beijaram com paixão. Finalmente se separaram, sem fôlego. Maite Herrera sorria para eles, com um brilho de esperança no olhar ansioso.

Anny ajudou a colocar o agasalho nas crianças e Poncho fixou a árvore no lugar Só então ela lembrou da reorganização que fizera no andar superior e mordeu os lábios pensando numa boa explicação.

Despediram-se de Maite e das crianças e subiram de mãos dadas até o quarto. Poncho começou a afrouxar a gravata e Anny o olhava nervosa.

—Poncho.., eu...

Ele não pareceu ouvir e foi para o banheiro. Então...

—O que foi que aconteceu?...

Poncho saiu para a porta, olhando-a, incrédulo.

—Eu precisava colocar meus pais em algum lugar. Era a única solução.

Estendeu a mão agitada pelo quarto, onde o banheiro brilhante e limpo, ostentava a pia vazia. Também esvaziara uma parte de seu armário e colocara as roupas no de Poncho.

—E nós dois vamos dormir em que quarto? — ele perguntou bravo.

Anny fez um gesto na direção da porta.

—Vai dar tudo certo — ela disse nervosa. — Comprei duas camas novas para os quartos de Sam e Kate. Sua mãe pode dormir no quarto com Kate. — Maite sempre dormia lá na noite do Natal para ver as crianças abrirem os presentes logo cedo. —Vou dormir com Michael e você pode dormir no quarto de Sam. São só duas noites, Poncho. —Você sabe que se colocarmos os gêmeos no mesmo quarto nunca vão dormir.