Fanfic: Meu eu em você [DyC]

Ao abrir os olhos, Dulce sentiu as têmporas doer pela claridade. Confusa, ela passara a mãos sobre o rosto, bocejando amargamente. Gemeu com dor na cabeça. Ela olhou para o lado e confirmou estar na ala hospitalar do colégio. Vagarosamente, Dulce foi se sentando na cama, ainda com o lençol até a cintura, cobrindo-a. Ela olhou pela janela o céu, tão vivo e limpo como se nada tivesse acontecido noite passada. A lembrança fizera seus olhos embaçarem e a garganta arder. Então era tudo verdade. Não havia tido um pesadelo. Ian e Rebeca estavam mortos.

Rudemente ela levantou da cama, os pés abruptamente no chão gelado enquanto ela caminhava em direção a saída, sem ligar para a camisola branca que usava. Os corredores do colégio estavam vazios, mas ela sabia aonde encontrá-lo. Correndo, ainda acordando, Dulce soluçou contidamente avistando o loiro na quadra, amarrando o cadarço do tênis. Foi até lá e sua presença o fez se erguer e encarar seus olhos. Assim de pronto, ela já estava terrivelmente exprimida contra seu corpo, o abraçando pela cintura com a cabeça sob seu peito, chorando fortemente.

Christopher passou o olhar pela platéia – os outros colegas que olhavam para eles – e em seguida, engoliu em seco, reconfortando Dulce, quebrando seu orgulho. Não daria importância para eles dessa vez. Havia algo mais vital ali, e ela estava frágil e doce agarrada nele. Ele sabia que a partir da noite passada eles estavam confusamente ligados. Quem sabe fosse por isso que estava tirando Dulce da quadra, caminhando com ela para um lugar solitário, como a escadaria leste do colégio.

Sentou-se prontamente, trazendo-a para seu colo e segurou o queixo dela com carinho. Dulce tinha os olhos inchados e chorava sem controle. Christopher tragou saliva, acariciando com a outra mão as costas dela, num gesto solidário.

- Você está bem? – ele perguntou, engolindo em seco. Dulce estava pálida.

- Eu não queria que eles morressem – disse ela, colocando uma mão sobre o rosto dele, como se lhe devesse desculpas. – Foi tão horrível.

- Hey… ontem foi uma casualidade e… não sabemos quem fez aquilo.

- Alguém de coração podre! – exclamou Dulce brandamente, forçara o maxilar com raiva. – Nunca mais vou esquecer… eles… eles… - mas a voz fora apagada pelo choro.

Como se ela fosse uma criança, pela primeira vez, Christopher a acalmou, balançando-a em seu colo enquanto ficavam em silêncio. A barriga dele estava contraída, devido às emoções fortes e ao fato de ter, a ultima pessoa no mundo que imaginara Dulce, nos braços.

- Vão descobrir quem os matou – disse ele firme e seguro. – E eles vão pagar, Dulce. Nem que pra isso eu tenha de te prometer ir atrás dos culpados. Mas eles vão pagar.

- Dói muito – murmurou Dulce, respirando pesadamente. – Dói muito, Christopher.

- Shhh… tranqüila, tranqüila.