Fanfic: Lost Memories (Vondy) *Terminada*

Capítulo 11: Quadro em branco

Eu estava me encarando no banheiro muito assustada. Havia um pequeno lenço perto ao meu nariz com uma mancha grande de sangue. Christopher estava ao meu lado, com uma preocupação ainda maior do que a minha. Minha cabeça doia um pouco e eu sentia meu corpo tremer. Aquelas sensações eram horriveis.

- Dulce, você têm certeza de que não caio da cama? - perguntava o anjo a todo momento.

- Não. Quando eu acordei eu estava deitada normalmente, quantas vezes eu vou ter que te dizer? - cansada de repetir aquelas palavras.

- Está sentindo alguma dor?

- Só minha cabeça que doe um pouco...

Ele colocou a mão ao rosto, pensativo. Terminei de limpar meu o sangue em minha face e percebi que havia manchado um pouco o vestido que ele me dera para vestir.

- Desculpe... - falei.

Ele não entendeu de inicio, mas depois percebeu que eu estava me referindo ao vestido.

- Tudo bem. Mas eu não tenho outra roupa feminina aqui...

- Sem problema - me dirigindo para a cozinha.

Christopher me acompanhou e pegou um copo com agua na geladeira. Nos sentamos na mesa e ele me entregou o copo. Ele ficava me observando enquanto eu bebia a agua. Confeso que eu fiquei com vergonha dele ficar me olhando tão intesamente avaliando tudo que eu fazia.

- Me fala... isso não é normal, né? - perguntei.

Ele respirou fundo antes de responder.

- Não, e o tempo está bem umido, então não pode ser por estar ressecado... Quando vai ser sua consulta?

- Hoje, só não sei que horas.

- Vou te acompanhar. Preciso saber o que os exames dirão.

- Não precisa ficar tão preocupado...

- Eu não posso deixar você passar por isso sozinha e eu já te falei que vou te ajudar a recuperar sua memoria.

A cada minuto que se passava eu estava mais encantada por aquele anjo. Eu não tinha palavras para descrever o quão agradecida eu estava. Me levantei da mesa e olhei para o relogio que ficava na parede. Já eram oito horas. Segui para o meu quarto e peguei o papel que marcava o horário. Eu teria que estar no hospital as duas da tarde. Guardei o papel no envelope junto com a chave e o pequeno papelzinho. Eu havia tido coragem para abri e olhar o conteudo mais nada disso ajudou muito. A única coisa que eu sabia era que eu me chamava Dulce e que alguma coisa ruim havia me acontecido antes do acidente.

Me deitei na cama e fiquei pensando naquele sonho. Talvez eu deve-se contar ele para o anjo. Mas nada daquilo fazia sentido para mim. E o que mais me assustava ao relembrar eram aquelas duas lapides. Havia algo escrito nas duas, mas eu não pude ler. Eu precisava me lembrar de algo, precisava me concetrar e tentar recuperar alguma coisa, mas todo o meu esforço não adiantava de nada. Eu não sabia no que pensar e não fazia a minima idéia de como recuperar alguma lembrança. Christopher apareceu na porta.

- Preciso ir no hospital para resolver alguns problemas. Vou tirar alguns dias de folga.

- Não precisa parar de trabalhar por minha causa - retruquei.

- Há anos eu não tiro um tempo e se eu for te ajudar preciso tirar outras preocupações da cabeça. E também, a Cyntia vai adorar em saber que eu tirei uma folga - ele sorrio para mim e saio. - Você pode ficar aqui em casa até eu voltar? Têm comida na geladeira e tv na sala - me falou ao longe - Prometo que não demoro.

Ouvi a porta da sala abrir e depois fechar. Agora eu estava sozinha novamente. De alguma forma eu sabia que aquela situação se repetio varias vezes em minha vida. Uma possivel lembrança? Talvez... mas já era um começo, eu acho... Eu sempre tinha essas impressões, como ao ver a cidade pela primeira vez eu sabia que já havia visto ela antes - ou talvez uma parecida -. Acho que eram mais informações perdidas do que lembranças... sempre fico confusa quando falo sobre esses assuntos...

Me levantei da cama e decidi dar uma explorada na casa. Não havia quintal então a casa terminava praticamente na cozinha. Pelo corredor eu já sabia que uma porta dava para o banheiro. Haviam mais outras duas, uma provavelmente do quarto do Christopher e a outra... era aquela porta que havia espiado ao chegar na casa.

Fiquei muito curiosa para ver o que se tinha dentro daquela porta, mas fiquei com receio de abrir porque talvez o anjo não gostasse das pessoas cheretando sua casa - e quem gosta? - Peguei na maçaneta e decidi dar somente uma espiadinha, o que faria de mal? E também a porta podia estar fechada. Movimentei a maçaneta e ela se abrio.

O que se revelou foi um pequeno quarto pouco iluminado. Haviam varias telas de pintura espalhados pelas paredes, todas brancas. Também se tinha uma mesinha ao centro com várias tintas e pinceis. Ao lado da mesinha, em um cavaletese tinha outro quadro em branco. Não sei se o anjo pintava, pois todos os quadros estavam em branco e a sala parecia bem empoerada.

Me dirigi para a mesinha e fiquei olhando os objetos em cima. Avistei um pincel, e como uma criança curiosa o peguei. Ao toca-lo houve flash em minha mente. Eu me vi em uma sala bem iluminada, com vento batendo em uma enorme cortina cor de creme que cobria uma janela enorme que dava de vista para a rua. Havia um somzinho tocando algum tipo de musica que não pude saber e na minha frente um pincel que estava em minha mão passava por uma tela alegremente.

- O que você está fazendo aqui? - perguntou alguem atraz de mim.

Voltei ao normal. Soltei o pincel assustada e me virei. Não era o anjo...