Fanfic: Lost Memories (Vondy) *Terminada*

Capítulo 27: Buquê de flores

Anahí puxava minha mão enquanto atravessavamos a praça. Eu não fazia ideia de onde ela estava me levando e me perguntava o que ela tanto queria comigo para me trazer ali. Continuamos a andar até ela me arrastar para traz de uma árvore.

- O que você...

- Shiii! – disse ela, me interrompendo. – Fique quieta ou vão nos ver.

- Quem vai nos ver?

- Espera um pouco...  logo você vai entender...

Para que todo aquele mistério? Eu estava me sentindo mal por ter deixado Christopher sozinho...

- Não pense que não percebi o que estava acontecendo lá atraz – disse ela ainda olhando escondida para a nossa frente.

Fiquei totalmente vermelha. Eu não sabia o que dizer. Anahí apenas esboçou um sorrisinho ao perceber minha reação, mas logo ficou séria.

- Acho melhor você parar por ai – ela comentou.

Como assim?

- Não estou fazendo nada... – me defendi.

- Mas iria se eu não tivesse aparecido...

- Bem... acho exagero seu achar que quero algo com ele.

- Eu não disse que você quer algo com ele...

Fiquei vermelha mais ainda. Eu não estava medindo as minhas palavras.

- Escute, você imagina o que vai te acontecer quando conseguir as memórias de volta? Se quer tanto recuperar sua vida antiga, não tente criar uma nova. Ou você vai acabar saindo machucada, e não vai ser só você...

Criar uma nova vida? Acho que Anahí estava exagerando de mais. O que ela achava que iria acontecer ali?

- Você está...

O celular dela tocou.

- Sim – ela disse, atendendo. – Fica calmo, não precisa pesar dessa maneira – ela parecia preocupada. – Faça do jeito que lhe falei e tudo vai ficar bem. Certo, boa sorte!

Ela desligou e eu esperei mais explicações.

- Decidi te mostrar um pouco de meu hobby. Provar para você que ser uma cupido é bastante divertido e gratificante.

- Espera! Você me trouxe aqui para bisbilhotar um encontro?

- Eles já estão conversando a quase dois meses, mas só hoje ele teve coragem para se declarar.

- Anahí, você não acha isso errado? Se ele souber...

- Besteira, ver o casal ficar junto é sempre a melhor parte. Opa! Parece que ele chegou, e bem na hora.

Ela dizia isso olhando para um banco de praça bem perto do lago que ficava ao centro do parque. O rapaz aparentava ser jovem, talvez vinte anos. Usava uma camisa polo e calças com um tênis branco, nada chamativo. Em uma das mãos, segurava um buquê de flores vermelhas que não pude indetificar de longe. O rapaz se sentou ao banco e respirou fundo, parecia bastante nervoso.

- Droga... – comentou Anahí. – Falei para ele ficar mais calmo... desse jeito vai acabar estragando tudo.

- Ele vai se confesar para alguem que gosta, o que você queria?  

- Ficar nervoso é para adolecentes que não têm experiência. Ele precisa mostrar que já é um homem experiente, que sabe o que fazer.

- Se ele soube-se não pediria a sua ajuda...

Ela me olhou zangada, mas logo voltou a espiona-lo. O rapaz olhava constantemente para o relógio. Parecia que perderia o controle a qualquer momento.

- Faça alguma coisa, ele está nervoso – pedi a Anahí.

- Não há nada que posso fazer agora, só podemos esperar. Ela está demorando de proposito, talvez até esteja o olhando ao longe, testando se ele realmente está decidido.

- Mais uma vez acho que você está exagerando... Parece até que estamos em um campo de batalha e que todo movimento é um estratégia.

- É dessa maneira mesmo que penso sobre relacionamentos. São um campo de batalha onde só os mais astutos sabem vencer. Acho que por isso nenhum homem até hoje conseguio me chamar a atenção, a maioria não passa de um bando de idiotas...

- Christopher é um exceção... – comentei baixinho.

- Concordo.

Quando o rapaz parecia que não iria mais aguentar esperar, surge uma garota e ele logo se levanta. O rapaz entrega as flores para ela, bastante envergonhado. Ela aceita e juntos, se sentam no banco da praça.

Ele começa a conversar, ainda nervoso - pelo menos era o que aparentava de onde eu estava – e constantemente olhava para ela e depois virava o rosto.

- Está parecendo um idiota... – comentou Anahí.

- Para de ficar criticando!

O garoto começou a se aprocimar. A menina olhava constantemente para o chão, não sei se estava com vergonha, mas parecia que estava tomando coragem para contar algo a ele. O rapaz age, fazendo aquele velho truque de se epreguiçar e abraça-la pelas costas. Anahí levou a mão a testa reprovando totalmente aquela atitude. Eu estava achando muito fofo o modo como ele estava indo devagar, sem forçar nada. Foi então que vendo aquela cena, onde os dois estavam tão proximos, que eu tive outro de meus flash.

Eu estava em uma praça parecida com a que Christopher havia me levado. Mas era bem menor e em vez de um lago ao centro, havia um parquinho para crianças. Sentada em um banco, olhava para o parquinho, quando derrepente, um enorme buquê de flores surgio em minha frente. Ao olhar a pessoa que havia me entregado, não consegui ver seu rosto, pois tudo começou a ficar branco. E logo percebi que estava de novo com Anahí.

Minha visão começou a girar. Minha cabeça a doer tanto que achei que iria desmaiar. Levei minha mão a testa, andando alguns passos para traz, tentando me equilibar. Anahí estava muito antenta ao casal a frente e nem percebeu meu estado. Olhei também para o casal e pude ver a garota se levantar, triste, e sair deixando o rapaz sozinho, com as flores.

Meu nariz começou a sangrar. Pude ver algumas gotas cairem a grama e senti minha boca sendo totalmente coberta pelo sangue.

- Não acredito que ela não aceitou... – cometou Anahí se virando para mim – Dulce! O que aconteceu com você?

E antes que eu pude-se responde-la, desabei ao chão.