Fanfic: Lost Memories (Vondy) *Terminada*

Capítulo 36: O que há de importante?

Ainda consegui andar alguns passos para tráz antes de sentir minhas pernas fraquezarem e eu acabar caida na grama. Não havia mais ninguem por perto e o casal já havia passado.

Com meu rosto colado a grama, senti aquela terrivel dor de cabeça. O sangue em meu nariz logo manchou o verde. Segurei o maxímo possivel minha vontade de gritar. Anahí estava dentro da casa e eu não queria que ela soubesse que eu havia tido um de meus “ataques”.

“Por que não?”, vocês devem estar pensando. Se eles percebessem que minhas lembranças estavam voltando ainda com uma certa frequência, nunca me deixariam sair de perto deles e eu nunca poderia recuperar minha mémoria com eles do meu lado e vocês sabem disso.

Demorou mais do que eu imaginava, mas consegui voltar a controlar minhas pernas e me levantar. Boa parte de meu sangue estava na grama e ver a quantidade que eu havia perdido me assustou. Meus labios e queixo também estavam manchados.

Meio que arrastando meus pés, consegui me sentar no único degrau à frente da casa. Limpei o sangue do meu rosto com o braço – eu precisava arranjar um lenço. Minha dor de cabeça estranhamente ainda continuava – normalmente parava sempre que os sangramentos cessavam – só que estava bem mais fraca que o normal.

Era de longe, um sinal que eu estado estava se agravando. O medo acabou retornando para uma visita. Na verdade, eu não estava com medo de morrer e sim de não recuperar minhas lembranças antes disso.

Olhando desse modo, percebi o quanto meu modo de pensar havia mudado desde o meu despertar naquele quarto de hospital. Naquela época – que não fazia mais que duas semanas, mas que pareciam ter se passado anos -  eu tinha medo de praticamente tudo. O.k, eu posso estar exagerando, o fato era que, quando acordei eu só pensava em como iria encarar o mundo e enteder a minha situação.

Depois desses dias passarem, eu só queria as respostas para minhas perguntas que surgiram com minhas lembranças. Eu só queria minha vida de volta, mesmo que eu morrese para consegui-lá. Parece não fazer sentido ou até mesmo ser loucura, e talvez realmente seja. Eu não sábia como lidar com tudo o que estava me acontecendo e me apegar a um objetivo sem me importar com o preço, apenas para não entrar em desespero foi a saida que encontrei. É a única explicação que tenho para ter tomado essa atitude naquele tempo...

Decidi entrar e lavar meu rosto. Anahí estava na sala, deitada enquanto teclava em seu celular. Passei por ela tentando trasparecer normalidade. Ela estava muito entretida, não me notaria mesmo se eu estivesse coberta de ouro. Me dirigi até o banheiro.

 De frente ao espelho, percebi o quanto minha pele estava pálida, meus olhos sem brilho e meu rosto abatido. Era como se eu estivesse doente...

Deixei uma boa quantidade de água acumular em minhas mãos e lancei ao rosto. Senti o cheiro de sangue que ainda continha e minha pele. Molhei meu rosto mais algumas vezes e sequei com a toalha de rosto ao lado do espelho. Segui para meu quarto.

Deitada em minha cama, comecei a pensar no homem que insistia em aparecer nas minhas lembranças recuperadas. Depois daquele momento na praia, eu já tinha uma idéia de que tipo de relação eu tinha com ele. O garoto dos olhos azuis... então ele foi meu primeiro namorado? Me supreendi ao perceber isso. Mas por que lembranças com um ex-namorado – eu acho – do que com meus pais? O dr. Aklanto mencionou que as lembranças mais marcantes e importantes viriam primeiro. Então, o que havia de tão importante nele? Sinceramente, eu não sei...