Fanfic: Lost Memories (Vondy) *Terminada*

Capítulo 45: Uma historia

Levantei meu rosto para olha-lo. Christopher estava com uma expressão estranha. Algo como perplexo, assutado, parecia que havia visto algo surreal. Ele estava olhando para mim. Certo, vocês poderiam pensar que ele me olhava dessa maneira por estar me achando incrivelmente bonita, mas acho que não tinha nada a ver com isso... algo estava errado naquele olhar...

Ele continuou a me olhar daquela maneira por minutos. Eu apenas olhava de volta. Não sabia o que estava acontencedo. Comecei a ficar nervosa.

- Você está bem? – perguntei.

Sua visão, ao mesmo instante que escutou minha voz, voltou ao normal.

- Acho... que preciso tomar um ar...

Ele se virou no mesmo instante.

- Espera! – falei automaticamente. Não queria ficar ali sozinha e ele não parecia nada bem. – Posso lhe fazer companhia?

Seu olhar se desviou do meu. Parecia receoso se iria me responder.

- Pode...

Um seco e frio “pode”. O que estava acontecendo com ele? Desde aquela manhã o seu comportamento estava assim. Não acredito que tudo isso seja por causa do meu desejo de pegar aqueles papeis de volta. Pensando nisso, agora que tive aquela lembrança, com certeza precisarei daqueles papeis. Tenho que encontrar um modo de recupera-los. Talvez eu consigua convencer ele... não... deve haver alguma outra maneira.

Christopher entrou naquele amontodado de pessoas da pista de dança. Com dificuldade, consegui segui-lo até chegarmos do outro lado. Anahí não nos avistou e achei melhor assim.

Havia uma escada bem ao canto da parede. O anjo subiu ela e eu segui logo atraz. Parecia que ele conhecia bem a casa. Subimos alguns degraus até alcançarmos o piso superior. Acabamos indo parar em um corredor. Christopher seguio emfrente até o seu final. Havia uma porta dupla com varias janelinhas feitas de vidro. Ele abriu e se dirigiu para o que parecia ser uma sacada. Quando o alcancei, o encontrei encostado a banquada da sacada olhando para a paisagem e ao seu lado uma garrafa de vinho e duas taças. Em que momento ele pegou aquilo?

- Esse... - disse ele quase em um sussurro enquanto olhava a paisagem. – Esse foi o único motivo de eu ter recomendado esse lugar para ela fazer a festa...

- Então ela não mora aqui – conclui.

Ele apenas deu um pequeno sorriso. Me aproximei devagar. A sacada era cercada por vasos de flores de varias especies e a paisagem parecia uma bela pintura que nem mesmo eu em minha maior inspiração iria conseguir recria-la em uma tela.

-Lindo! – foi tudo que eu disse.

Christopher pegou uma das taças e a encheu, derramando em sua boca logo em seguida.

- Não achei que bebesse... – comentei, me aprocimando da garrafa ao seu lado.

- E não bebo... – sua voz melancolica.

- E o que seria o conteúdo dessa garrada? Charope?

- Peço que não me repreenda.

- Não tenho esse direito.

Ele soltou um grunido e despejou mais uma quantidade de vinho no copo. Por que aquilo? Por que se afogar na bebida?

- Não posso acreditar... – falei precionando minhas mãos para segurar minha raiva. – Não acredito que está fazendo isso só por causa daqueles papeis... Por que essa atitude tão...

- Estranha? Idiota? Desnecessaria? – ele completou.

Segui meus olhos por seu rosto tentando entender o que estava acontecendo com aquele homem.

- Já estou bebendo a algum tempo... – disse girando sua taça, encarando o liquido que se mechia dentro. – Sou fraco na bebida... mas ainda a tempo para um história...

Dessa vez ele pegou a propria garrafa na boca e bebeu tudo antes que eu pudesse impedir. A soltou no chão e ficou olhando para as estrelas.

- Christopher... o que esta... – tentei falar espantada com a situação que ele se encontrava.

- Hoje... hoje de manhã... – começou a falar, sua voz já meio alterada. – Hoje de manhã.. o hospital estava cheio... Como muitos médicos pedem férias nessa época do ano... eu.. eu tive que trabalhar dobrado...

Seu rosto começou a mudar. Parecia está pronto para desabar...

- Tentei cuidar de cinco... cinco pacientes ao mesmo tempo! – disse mostrando o numero quatro com os dedos da mão. – E acabei tendo que deixar meus outros pacientes que costumo... cuidar... de lado...

Seus olhos se encheram de lágrimas... eu já estava ficando muito assustada...

- Um desses pacientes... era uma garotinha de dez anos... Ela... Ela havia sofrido um acidente de carro... e acabou em coma... como você... Até mesmo a cor do cabelo dela era igual ao seu... vermelho como uma rosa...

As lagrimas começaram a descer... Ele soluçava enquanto falava e chorava... Eu não conseguia fazer nada... apenas escutava aquelas palavras...

- E quando.. eu estava cuidando de uma paciente que acabava de chegar... a enfermeira chegou correndo e me disse... me disse... que ela havia morrido...

Ele se ajoelhou no chão. Suas lagrimas caido de seu rosto. Eu estava paralisada.

- Eu... eu não acreditei... E quando vi aquele cabelo vermelho sendo coberto por um pano... percebi que eu havia falhado... que ela havia morrido porque eu não estava presente... A enfermeira disse... que se eu tivesse visitado ela mais cedo... poderiamos ter percebido que tinha algo de errado...

-Christopher... – tentei me aprocimar. Não sabia o que fazer.

- Por um instante... achei que era você... por um momento... percebi que poderia ter sido você... Eu não quero que isso aconteça... você não pode morrer... não pode recuperar aquelas lembranças... eu não posso deixar... não posso...

Ele quase desabou, mas consegui apioa-lo em meu ombro.

- Você... se parece tanto... com ela... com.. a dona... desse vestido...

E logo depois apagou...