Fanfic: Lost Memories (Vondy) *Terminada*

Capítulo 46: Compreendendo

Quando eu iria imaginar uma cena dessas? Carregar Christopher, o homem que achei que nunca se abala-se, que parecia sempre firme em suas decisões e atitudes, sendo carregado, totalmente bêbado.

Falando dessa maneira, parecia que eu estava o condenando por essa atitude totalmente idiota e irresponsavél. Mas na verdade, eu acho que podia compreende-lo...

Christopher estava sofrendo... Ele se importava comigo bem mais do que eu conseguia imaginar... Tentava me proteger, tentava me afastar do que para ele seria a dor e o sofrimento. Christopher sabia muito bem o qual terrivel e destrutivo o mundo era e queria ao maxímo possivel evitar que eu descobri-se da pior maneira póssivel. Ele estava cercado pela morte, pela dor e não queria que as outras pessoas a sentisem. Acho que esse era o motivo dele ter se tornado médico.

Christopher era um anjo tentado proteger mais do que alguem conseguia. E naquele momento, enquanto eu gastava todas as minhas forças para descer os degraus da escada com ele apoiado a meu corpo, me senti o ser mais sortudo do mundo por te-lo ao meu lado. Por te-lo como meu anjo protetor.

Mas ele precisava entender que era impossivel salvar todos. Era impossivel evitar que as pessoas não conhecessem a dor, até porque, infelizmente, ela fazia parte da vida. Estranho eu pensar isso, pois nem mesmo eu conhecia ela verdadeiramente, apenas tinha uma mínima idéia. Mas meu momento chegaria...

Ninguem se importou em ver uma garota carregar um cara bebado no meio da multidão que dançava e bebia na pista de dança. Obviamente todos já deviam estar acostumados com cenas parecidas ou até piores.

 Anahí não estava avista. Talvez no meio da folia. Talvez no primeiro salão, decidindo pegar um ar com os poucos convidados de sua “festa da alta sociedade”. Não importa, eu iria tentar resolver esse incoveniente sozinha.

Consegui atravessar aquele mar de pessoas com Christopher( ainda não sei como consegui esse feito). Não havia quase nenhum convidado no primeiro salão. Um homem de terno e aparencia elegante vendo minha situação ( eu já estava suando pelo esforço, Christopher era incrivelmente pesado) teve a bondade de me ajudar.

- O que aconteceu? – perguntou ele, retirando Christopher de meu ombro.

- Como pode ver, acabou se empolgando na bebida... – falei agradecendo pelo enorme peso tirado de minhas costas.

- Os jovens de hoje precisam de mais limites.. – comentou enquanto o carregava até a entrada.

Algumas outras pessoas que ainda restavam no salão acabaram mudado o foco para a situação a frente deles. Alguns até se aprocimaram para perguntar se não havia algo que pudessem fazer. Eu neguei, não queria estragar a festa mais do que já estava fazendo.

O senhor que estava me ajundando, levou o anjo até a entrada do casarão e pegou o celular.

- Vou liguar para meu motorista – disse já discando o número. – Ele vai poder leva-los para casa em segurança. Tenho certeza que esse rapaz não conseguiraá nem abrir os olhos hoje, quanto mais dirigir.

- Agradeço... – foi tudo que pude dizer. Estava com bastante vergonha de ter dado tanto trabalho à aquele homem.- E já peço desculpas...

- Não necessita. Só espero que lhe dê uma boa bronca quando acordar.

- Farei isso...

Não demorou para o carro ( se é que posso chamar aquela Limousine de um mero carro) surgir e nos acolher. Dei ao motorista o endereço da casa ( eu já havia visto o sistema de endereços que a cidade usava, mas nem havia me atentado ao fato que se encaixava exatamente no papel que havia naquele envelope... que idiota... somente agora havia percebido que poderia ter encotrado a resposta bem antes...).

Passou-se vários minutos. Tive que ficar segurando os ombros do anjo para que ele não despenca-se a viajem inteira. Mas não reclamei, até porque, nunca havia ficado tão perto dele antes...

Ao chegar em casa. O motorista me ajudou a carrega-lo até a porta. Ainda bem que o anjo tinha as chaves, pois em não tinha copías. Levei ele até seu quarto e o coloquei na cama. Pensei em trocar a roupa dele, mas fiquei totalmente corada só de imaginar isso... Apenas tirei a camisa dele, estava fazendo muito calor...

Olhando para ele naquela situação, confesso que fiquei bastante triste. O anjo se importava tanto comigo que havia até acabado daquele modo... não era justo eu mentir para ele... não era justo eu escoder dele a minha decisão de recuperar minhas memórias. Eu querendo ou não, Christopher estava envolvido na história de uma maneira que eu não podia mais tentar afasta-lo. Nem ele, nem Anahí. Eu tinha que contar para eles minha decisão, mesmo que isso afeta-se nossa relação. Mesmo que já parece-se tarde de mais.

Respirei fundo vendo as complicações que estavam me aparecendo e me virei seguindo para fora do quarto. Percebi que a mesa aonde o anjo analisava os exames e suas pesquisas estava com o abajour acesso. Decidi me aproximar para apaga-lo.

Foi quando avistei, ao centro da mesa, o envelope que Christopher havia negado me entregar. O envelope que restará de meu acidente. As únicas pistas que eu realmente tinha de meu passado.

O conteúdo que havia sido guardado dentro dele estavam expostos sobre a mesa. A carta, o papel com um endereço e a chave. Peguei o pequeno papel com o endereço que eu havia descoberto o significado durante a festa e percebi que Christopher havia escrevido algo embaixo dos números: “Endereço de um apartemento ao norte da cidade”.

Ele... ele sabia... ele havia descoberto... mas... mas por que ele me escodeu isso? Por que ele me escondeu algo tão importante? Ele não percebia que mais cedo ou mais tarde eu descobriria?

Confesso que, mesmo sabendo das boas intenções dele, me senti traída. Se ele estava impedindo que eu recupera-se minha mémoria, por que ainda pesquisava? Por que ainda tentava encontrar a resposta?

Olhei para ele, verificando se ainda estava dormindo. Dificilmente acordaria naquele momento. Então, em um movimento rápido, peguei o envelope e coloquei a carta, o endereço e a chave dentro e me dirigi para fora do quarto. Saquei meu celular e disquei um número.

- Anahí? – perguntei .- Sou eu, Dulce. Sim... sim, eu já fui embora... Não... deixa eu falar! Depois te explico, agora preciso te perguntar uma coisa. Você pode dirigir? Preciso que me leve a um lugar, e ainda hoje...