Fanfic: Lost Memories (Vondy) *Terminada*

Capítulo 6: Um anjo protetor 

E agora, o que eu iria fazer? Eu só tinha dois papéis - que estava evitando olhar - e uma chave que eu não fazia idéia do que abria. Para onde eu iria? Como eu vou conseguir minha memória de volta? Eu não tinha idéia de como resolver todos esses problemas que eu enfrentava nesse pouco tempo que eu havia acordado. Era como se o mundo quisse-se me engolir antes mesmo de eu saber que estava nele.

Fiquei senguindo o anjo. Ele estava muito pensativo e algumas vezes olhava para mim com preocupação, eu sempre lhe enviava um sorriso de volta. Como alguem que supostamente te conheceu a poucas horas estivesse tão preocupado com você? Algo me dizia para eu desconfiar daqueles gestos de bondade, mas eu não queria me escutar. Eu com certeza, devia estar errada, ele era uma boa pessoa e só isso.

- Vamos pegar a autorização para você poder sair do hospital. Tenho certeza que quer conhecer a cidade e pensar melhor no que vai fazer - ele falou enquanto entravamos no elevador.

Não falei nada. No fundo eu estava com medo de conhecer esse mundo. Eu tinha medo de descobrir que ele poderia ser ainda mais terrivel do que uma familia se esquecer de você... Nos poucos momentos que eu havia acordado eu já havia conhecido a dor e não queria voltar a senti-la... apesar de saber que ela sempre iria me acompanhar, até eu poder ter minha memoria voltar, eu esperava...

Em minhas mãos, eu apertava o envelope que o dr. Tales havia me dado. Aqueles três objetos eram as unicas coisas que poderiam me ajudar a ter minha memória de volta. Mas o medo de lêr o que aqueles papeis tinham ou de descobrir o que aquela chave guardava me asolavam. Provavelmente, vocês devem estar pensando que eu sou uma covarde  e eu estaria mentido se disse-se que não... É como se ao mesmo tempo que eu quise-se me lembrar de tudo eu tivesse medo de ver que as coisas poderiam ter sido melhores se eu não as lembra-se... Ai! Minha cabeça sempre dói quando eu penso essas coisas...

 Chegamos na recepção novamente. Ainda havia muita gente sentada, esperando o atendimento e a todo instante outras pessoas apareciam vindas em macas e atravessando o corredor. A maioria parecia estár com perigo de vida. Fiquei pensando se eu havia aparecido daquela maneira quando cheguei nesse hospital. Com a cabeça arrebentada, braços quebrados e quase morta... um arrepio percorreu meu corpo.

- Conseguio os documentos? - perguntou a Cintya.

Christopher abaixou a cabeça, desanimado.

- Não...

- Hum, não dá para ajudar todo mundo e você devia saber disso.

Ele não falou nada. Dessa vez, eu coloquei minha mão ao seu ombro.

- Ele já me ajudou muito. Eu não tenho idéia de como posso agradecer por tudo que ele está fazendo.

Cintya me enviou um sorriso e olhou para o Christopher dando uma piscadela. Ele pareceu ter ficado com vergonha. Não se se foi por causa do que eu disse ou por causa da Cintya.

- E o que desejam então? - ela perguntou.

- O dr. Tales deu alta para ela e vinhemos pegar a autorização.

A mulher mexeu em seu computador e imprimiu um papel entregando para mim.

- Mesmo tendo alta, você deve voltar aqui amanhã para fazes alguns exames. Ai está o horário.

Guardei o papel no envelope. O anjo me levou para a entrada do hospital. Muita gente estava passando, então ficou dificil de atravessar. Quando saimos, ele me levou até a calçada onde ficamos encarando um ao outro. Eu não sabia o que fazer agora e acho que ele não poderia seguir em frente comigo... agora sim, eu estava sozinha.

- Obrigado mais uma vez - agradeci.

- Não precisa agradecer... - ele me enviou um de seus sorrisos radiantes, mas me olhava com preocupação. - E agora? Para onde você vai?

Dei de ombros.

- Você vai ficar bem? - ele me perguntou.

- Acho que sim. Hora de encarar esse mundo.

- Nesse caso... cuidado.

Lhe enviei um sorriso em agradecimento pela preocupação e me virei começando a seguir pela rua. Respirei fundo para tentar me acalmar. Eu iria conseguir resolver o meu problema de memória e encontrar a minha familia, mesmo que eu tenha que fazer isso sozinha. Quando dei o primeiro passo, Christopher falou:

- Espera! - me virei para saber o motivo daquele pedido - Eu... eu não posso deixar você sair desse jeito... - coçando a cabeça, sem graça - Você nem tem um lugar para ficar, nem mesmo dinheiro. Não posso deixar você ir desse jeito... então - ele olhava para o meus pés (acho que não queria me encarar) - quer ficar na minha casa por algum tempo? Só enquanto você consegue um lugar para ficar - ele estava vermelho - Eu sei, um estranho pedindo para ficar em sua casa é de se desconfiar, então eu vou entender se você não quiser... Ai! Esquece o que eu falei.

- É claro que eu aceito!  

Ele estava vermelho e supreso. Naquele momento eu me sentia com muita sorte, simplesmente por ter esbarrado em um anjo. Um anjo protetor...