Fanfics Brasil - Capítulo 64: Alone Lost Memories (Vondy) *Terminada*

Fanfic: Lost Memories (Vondy) *Terminada*


Capítulo: Capítulo 64: Alone

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Capítulo 64: Alone


 


“Você está bem?”. Essas foram às primeiras palavras que falei para Gabriel. Aquele garoto que havia quase quebrado o braço subindo no pinheiro de minha casa iria ser, sem eu ter nem mesmo a mínima possibilidade de imaginar, o homem que eu amaria por toda minha vida.


Tenho que ser sincera, no começo, eu não gostava muito dele. Daniel era aquele garoto levado, energético e meio explosivo. Éramos crianças e “não ir com a cara” era algo normal para nossa idade. Mas mesmo não gostado dele a principio, nossa amizade se formou quase de imediato.


O tempo passou, aquele garoto que antes eu não ia muito com a cara havia se transformado em um rapaz calmo e prestativo. Mas as pessoas não mudam de repente e com ele não foi exceção. Gabriel havia perdido seu pai que havia pegado uma grave doença. Lembro-me dele olhando o tumulo de seu pai enquanto deixava uma lagrima escorres por seu rosto...


A partir dali me aproximar de Gabriel foi algo quase que natural. E ficamos ligados de um maneira tão forte que logo começamos a namorar. Ele havia me pedido em um parquinho que tinha na cidade, até flores havia me dado e mesmo que tenha sido simples, essa cena ficou em minhas lembranças.


Se havia algo que ele sabia fazer, era explorar a região onde morávamos. Todo dia, havia um local novo para eu conferir, uma bela paisagem que sempre me dava inspiração a pintar. E ele fazia com esse intuito, ele me apoiava para que eu me torna-se uma pintora, mesmo não gostando da ideia.


- Nossa! Esse lugar é lindo! – falei olhando para a enorme campina que nos cercava. – Aposto que já deve ter se cansado de sempre escutar me ouvir isso...


- Claro que não! São justamente essas palavras que eu sempre tenho como alvo quando te levo nesses locais.


Acabei deitado na grama, ele fez o mesmo. A noite já havia chegado e o céu estava totalmente iluminado por varias estrelas e como morávamos no interior, com certeza se podia ver uma quantidade quase que infinitamente maior que na cidade grande.


- Espero conseguir passar essa paisagem para o quadro... – comentei.


Ele não disse nada, apenas encarava os pontos brilhantes.


- Eu vou ser uma pintora famosa – declarei de repente. Ele me encarou. – Eu sinto que finalmente encontrei algo em que sou boa, algo que eu gosto de fazer e sei fazer. Quero mostrar isso para as pessoas.


- Mas... bem, numa cidade pequena como essa, acho difícil você ficar famosa ou pelo menos da maneira que quer.


- Não pretendo ficar muito tempo aqui... eu preciso saber até onde posso chegar. Mas eu sei que devo ir devagar...


Ele apenas me olhava. Naquele momento, eu não sabia o que ele achava, mas acreditava que ele me apoiaria.


Comecei a vender meus quadros no centro da cidade e ele me ajudava de vez em quando. Como a cidade era pequena, não demorou para que eu ficasse conhecida. Com o tempo, eu já tinha até mesmo minha clientela.


Alguns anos se passaram e eu junto a Gabriel decidimos nos casar. Foi até fácil ter a aprovação de meu pai e conseguir uma casa para morarmos também não foi difícil.


Mas eu queria ir para a cidade grande, desejava mostrar meus trabalhos para algum dono de exposições. O fato foi que Gabriel me convenceu de que era melhor ficarmos na cidade, pelo menos por algum tempo.


Bem, esse tempo passou bem mais do que eu esperava, e quando percebi eu havia tido um filho. Um garoto de nome Arthur que tinha a cara toda do pai. Ele foi o fator para que meus planos de mudança fossem ainda mais adiados. Confesso que os melhores momentos que tive em minha vida foram ao lado dos dois. Gabriel era um ótimo pai, e meio que havia trazido seu jeito energético de criança de volta. Mas mesmo cercada por toda essa alegria, eu sentia um vazio dentro de mim. Sentia que meu objetivo, que o sonho que eu almejava alcançar havia ficado de lado.


Então decidi retornar, mesmo que precisa-se fazer sacrifícios. Tais sacrifícios como deixar de visitar os pais por quase dois anos se dedicando a cursos de pintura e ao treinamento. Eu não saia de casa, era somente pintando e pintando. E logo após perder meus pais, minha determinação se multiplicou. Eu iria alcançar meu objetivo por eles e não somente por mim.


 Uma medalha, um simples cheque e o reconhecimento de meu trabalho por toda a cidade em um concurso foram o estopim para decisão de investir fortemente em minha carreira.


- Dulce, você vai fazer o que? – disse Gabriel, não acreditando em minhas palavras.


- Vou morar em um apartamento. Ou pelo menos, irei passar o meio da semana lá.


- Você está louca? – ele estava totalmente irritado. – E o Arthur? Quando vai ter tempo de ficar com ele?


- Nos finais de semana eu apareço...


- Eu não quero que meu filho veja a mãe somente nos finais de semana!


- Você precisa entender! Eu só vou poder ser reconhecida se arrumar uma exposição! Não tem como eu ficar presa nesse fim de mundo o resto da minha vida!


- Esse fim de mundo é onde nascemos, onde nos conhecemos, onde casamos, tivemos nosso filho! Aqui é o nosso lar!


- E enquanto ao meu sonho? E todos esses anos que fiquei estudando, que participei de concursos, que luto para conseguir realiza-lo?


A raiva estava tomando de conta de meu corpo. Estávamos em casa, Arthur havia subido para seu quarto enquanto a discussão rolava. Eu sabia que Gabriel não iria gostar muito da ideia, mas nunca esperei aquela reação dele.


- Não estou falando para desistir de seu sonho! É o mesmo que dizer que nunca se quer tentei lhe ajudar, que apoiei você, o que é uma grande mentira! – disse Gabriel. – Dulce, por favor... espere mais algum tempo.... precisamos...


- Eu já estou cansada de esperar! – gritei seguindo em direção a porta. – Já estou cansada de ter minha vida atrasada por vocês! Meus pais morreram por minha culpa! Morreram por que eu não havia conseguido realizar meu sonho! Não posso, não devo esperar, tenho que fazer isso por eles!


Percebi o quanto Gabriel havia ficado chocado com aquela palavras... E mesmo assim atravessei aquela porta com uma enorme raiva em meu coração. Eu não conseguia aceitar a reação dele a minha decisão. Não conseguia entender o porque dele não me apoiar e de só estar pensando ele mesmo, ou pelo menos, era o que eu achava...


Para demostrar o quanto eu estava zangada, decidi dormir em um motel que havia na cidade. No outro dia, ao chegar em casa, constatei que não havia ninguém. Presumi que Gabriel havia levado Arthur para tomar café fora em uma lanchonete que costumavam ir.


Decidi retornar a pintar um quadro que eu havia começado semanas antes. Coloquei o cavalete na sala e abri a cortina. Percebi então que o céu estava nublado e com cara que iria cair uma chuva daquelas.


Comecei a pintar. Uma hora havia se passado e percebi que Gabriel estava demorando a retornar. A chuva já estava caído forte lá fora. Comecei a sentir um desespero brotar dentro de mim, como se algo ruim tivesse acontecido. Decidi então pegar um copo de água na cozinha. Foi quando constatei que havia um envelope marrom acima da mesa e sobre esse envelope uma carta:


 


“Dulce, me desculpe por não poder lhe ligar ou mandar um e-mail lhe avisando, pois sei que você anda muito ocupada e dificilmente me atenderia ou retornaria. Vou seguir de viajem hoje à noite e enquanto você estiver lendo essa carta, provavelmente já estarei na estrada.


 


Também sei que você deve estar desesperada ao perceber que  ele não está. Por favor, não venha atrás porque não vai encontrar. Adeus...


 


 


 


Ps: Sinto muito pelo que aconteceu... eles eram como um família para mim também".


 


Fiquei totalmente estática por alguns segundos. Mesmo lendo aquelas palavras varias vezes eu não conseguia acreditar no que ele havia feito. Gabriel não poderia ter ido embora com meu filho! Desesperada, corri em direção ao meu quarto levando o envelope e a carta comigo. Na gaveta que ficava em uma mesinha ao lado da nossa cama, peguei a chave de meu apartamento novo junto a um papelzinho com o endereço. Coloquei tudo no envelope e segui em direção ao meu carro.


Não havia muitos lugares em que Gabriel pudesse ir com Arthur. Ele tinha uns amigos na cidade grande, eu iria atrás dele e resolveria esse assunto de uma vez. A raiva percorria meu corpo inteiro, não acreditando no que ele havia feito, mas no fundo eu ainda sentia que algo ruim havia acontecido.


Foi então, que antes de sair, o telefone tocou. Reconheci a voz do delegado da cidade na outra linha e na mesma hora parei de respirar. As palavras dele ecoaram por todo meu corpo, atravessara minha alma e dilaceraram meu coração.


Gabriel estava indo para a cidade grande junto com Arthur em nosso segundo carro. A chuva estava tão forte na estrada que ele acabou perdendo o controle do carro e caindo em um precipício na estrada... eles... eles estavam...


Soltei o telefone e corri em direção ao carro. Joguei o envelope no banco ao lado e liguei o carro seguindo em direção a estrada em alta velocidade. Eu não podia acreditar no que estava acontecendo... não... não... aquilo era mentira, eu precisava ver com meus próprios olhos.


Eu chorava fortemente. A chuva não dava trégua e a estrada pouco visível. O acidente não havia sido longe, talvez o delegado estivesse enganado, talvez não fosse o nosso carro, talvez eles ainda estivessem seguindo em direção a cidade.


A dor, a tristeza, o arrependimento pelo que eu havia dito, a lembranças, o rosto deles. Tudo isso estava passando diante de meus olhos. Eu não podia perde-los, não a única coisa que ainda me restava.


Acabei passando em alta velocidade por um buraco na estrada e quando dei por mim o caro já havia capotado. O mundo girava, senti sangue escorrendo por todo meu rosto. Eu podia ver o lamaçal do local onde o carro havia parado, conseguia ver uma brecha para sair. Não sei como consegui forçar para isso, mas consegui escapar do carro pela janela.


Deitada na terra molhada, tentei me arrastar em direção a pista, mas eu não conseguia mais me mexer. O mundo estava ficando escuro, a dor em minha cabeça parecia que iria faze-la explodir. E então tudo acabou.


Eu estava de volta a aquela campina e olhando para aquelas duas lapides eu sabia o que havia acontecido. Os nomes das duas pessoas que mais amei nesse mundo estavam esculpidos...


Eu estava sozinha... eu havia perdido tudo o que tinha... nada fazia sentido... eu não devia ter procurado por meu passado... agora não havia mais nada, não restava mais nada dele... era melhor eu não ter sabido da verdade... eu deveria ter escutado o anjo... tudo que eu queria era morrer...


Minha visão começou a escurecer... senti o sangue ser vomitado por minha boca... aquele era meu fim... ali em frente a aquelas lapides eu iria reencontrar o que eu havia perdido... E em um ultimo movimento, cai a grama...




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Autor(a): Walter

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  • anne_mx Postado em 29/03/2016 - 03:03:38

    O fim eu n entendi ficou meio que sem nexo sla mais a fic foi incrivel e muito bem escrita !!!

  • thailavondy Postado em 01/06/2012 - 18:15:16

    eu é que tenho que agradece-lo por mais uma vez me aguentar quando pegava no seu pé pra postar, e vc mais uma vez arrasou. Sinceramente não imaginava esse fim, acho que vc conseguiu seu objetivo:fazer emocionar e criar misterios envolventes, uma coisa é certa a dul conseguiu essa nova oportunidade para recomeçar quando ela passou a se dar bem com suas lembranças

  • thailavondy Postado em 30/05/2012 - 15:12:07

    depois quando eu te elogio vc fica todo "que é isso" "imagina" olha ai que capitulo maravilhoso e cheio de misterio e surpresa

  • megstar Postado em 28/05/2012 - 22:15:30

    Mas ja vai ser o ultimo, poxa. Posta mais q to q não me aguento d curiosidade. Bjss

  • maah_torres Postado em 28/05/2012 - 20:36:34

    posta maaais

  • maah_torres Postado em 28/05/2012 - 20:36:33

    posta maaais

  • thailavondy Postado em 28/05/2012 - 15:32:30

    meu capitulo que quase me fez chorar vc ainda me mata Walter poxa não pode me dar esse susto, como assim o proximo é o ultimo? o.o, to chocada, to abalada e nem sei o que dizer e isso é raro!!! Poxa to muito doida e olha vou digerir o capitulo e depois volto e faço um comentario mais decente :)

  • thailavondy Postado em 28/05/2012 - 13:45:24

    ta me devendo um post mocinho

  • thailavondy Postado em 28/05/2012 - 13:42:49

    ta me devendo um post mocinho

  • thailavondy Postado em 25/05/2012 - 18:09:28

    muito curiosa!!! quero muito ler a web!!!!


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