Fanfic:  Feitiços do Amor- AyA [♥] (adp) [FINALIZADA]

Anahí se tornara uma lenda entre os empregados do Rancho Herrera.
— É estranho — ela comentou no sábado à noite, enquanto jantava com Christopher e Poncho. — Eles me olham como se eu fosse uma criatura de outro planeta!
— Nenhum deles jamais pegou uma cascavel com um graveto — explicou Poncho.
— E daí? Não fui atacada pela cobra.
— Isso é o que mais surpreende! — Christopher exclamou. — Uma cascavel ataca mesmo sem ser provocada. O que você fez foi quase místico. Sabe se há algum encantador de cobras na família?
— Nenhum. Meu irmão tinha uma jibóia, mas ela foi levada para longe depois de devorar o coelho do vizinho. Mike vendeu a cobra para um criador. Ele já estava noivo daquela jovem doce e delicada. A pobrezinha quase ficou maluca quando meu irmão morreu. Os médicos tiveram de mantê-la sedada por dois dias, e ela nem foi ao funeral.
— Ainda tem contato com essa jovem?
— Não. Ela se tornou missionária e viajou para a América do Sul. Algumas pessoas parecem ter nascido marcadas pela tragédia. O avião em que ela viajava foi confundido com o de um famoso traficante e abatido a tiros. Creio que ela sobreviveu, mas nunca voltou à América com os outros.
— Colter também ficou perturbado com essa tragédia — Christopher comentou. — Cá entre nós, ele gostava da noiva de Mike, mas era um cavalheiro, e por isso nunca disse nada a nenhum dos dois.
— Ele ainda trabalha como patrulheiro no Texas? — quis saber Anahí.
— Sim. Foi promovido a tenente há pouco tempo, porque é competente e dedicado.
Ela terminou de beber o café e se levantou.
— Se já comeram, vou lavar os pratos e limpar a cozinha. Não quero ir deitar muito tarde. Amanhã Poncho vai me levar para visitar meu pai, sabe?
— Que sujeito mais doce! — Christopher brincou.
— Oh!, ele tem sido doce comigo, porque fui a única mulher a pedi-lo em casamento. Poncho sente-se culpado por ter me rejeitado.
— Ele a rejeitou? Não tem importância. Eu me caso com você! Marque a data e o lugar, e estarei esperando num terno novo e...
— Cale a boca! — Poncho disparou irritado.
— Anahí, ele está gritando comigo! — Christopher fingiu choramingar.
— Vai querer biscoitos no café da manhã, Poncho?
— Tudo bem, não vou esganá-lo. Mas só pelos biscoitos. — Poncho levantou-se e beijou-a nos lábios diante do irmão. — Vá dormir cedo, ouviu bem? Christopher e eu temos de ir checar o gado no curral.
— Certo. Leve um agasalho — ela recomendou sorrindo.
— Não estou com frio.
— Está. Use um agasalho.
Poncho suspirou e fez uma careta, mas pegou a jaqueta que deixava pendurada ao lado da porta da cozinha.
Christopher seguiu o irmão com um sorriso nos lábios. Durante a brincadeira que envolvera os três na cozinha, testemunhara algo que jamais havia sonhado ver. Talvez Poncho ainda não soubesse, mas estava apaixonado pela doce cozinheira. E, a menos que estivesse enganado, o sentimento era mútuo.