Fanfic:  Feitiços do Amor- AyA [♥] (adp) [FINALIZADA]

— Ei, devagar, mocinha! Sei que enfrenta cascavéis, salva a vida de uma vítima de infarto e faz os melhores biscoitos que já comi, mas ainda preciso saber mais a seu respeito. Por exemplo, sabe dançar?
— Danças latinas.
— Que tal uma quadrilha texana?
— Danço qualquer coisa.
— O que gosta de ler?
O resto da viagem foi preenchido pela conversa inofensiva e divertida. Anahí descobriu que ela e Poncho tinham muitos pontos em comum. Por exemplo, apreciavam as mesmas formas de lazer e tinham o mesmo ponto de vista sobre a política e a criação dos filhos. Era um bom começo. Vira muitos relacionamentos construídos sobre a base frágil do sexo, e nenhum deles havia durado muito. Um casamento duradouro precisava de outras coisas para continuar existindo. Interesses em comum, crenças compartiIhadas, amizade, companheirismo...
Casamento. A palavra soava tão natural quanto permitir que Poncho segurasse sua mão. Não sabia para onde iam no futuro, mas esperava que seguissem juntos para algum lugar especial.

Na sexta-feira de manhã, Anahí desceu com as malas fechadas e despediu-se da cozinha que havia aprendido a amar.
— Estarei de volta no final da tarde — Poncho disse ao irmão. — Se precisar de mim, use o celular.
— Certo. Volte quando quiser, Anahí. E obrigado por ter deixado a massa dos biscoitos congelada.
— Não foi nada. Sigam as instruções quando forem assá-la, e terão biscoitos por um mês.
— Boa viagem, Anahí. E não se esqueça de nós. 
Poncho entrou no carro e ligou o motor sem dizer mais nada.
Ele dirigia em silêncio, evitando tocá-la. Não era fácil, mas planejava um ataque fulminante no futuro. Para garantir o sucesso do plano, precisava controlar-se.
— Seu pai estará trabalhando para nós no feriado de Ação de Graças — ele lembrou quando já estavam na estrada. — Por que não tira alguns dias de folga e vem celebrar conosco?
— Não sei se vou estar de plantão.
A resposta teve o poder de silenciá-lo, e o restante do trajeto até Houston foi percorrido numa atmosfera triste e pesada.
Poncho deixou-a na casa dos Puente. O lugar parecia frio e sombrio quando ela abriu a porta, permitindo que ele deixasse a mala no hall.
— Bem... obrigada por tudo — Anahí murmurou com voz triste.
O sentimento de perda era horrível. Tentara fugir dos encantos de Anahí, mas havia sido como fugir de si mesmo.
— Vai ficar sozinha aqui. Mantenha as portas trancadas, está bem?
— É claro. Adeus, Poncho.
— Você e eu nunca diremos adeus. Que tal até breve?
— Melhor — ela sorriu. 
Poncho hesitou.
Tentando amenizar a atmosfera, Anahí sorriu.
— Conheço uma joalheira que fica aberta até tarde.
— O quê?
— Podemos ir comprar as alianças e um anel de noivado.
— Continue pensando nisso. Um dia vamos discutir essa sua obsessão por casamento. Por enquanto, tenho de...
— Se disser que vai dar banho nos cachorros, juro que começarei a gritar.
— Oh, não! Tenho de voltar e traçar uma estratégia de marketing para atingir o mercado que queremos conquistar com nossa carne.
— Ah, sim... Bem, pelo menos isso soa mais importante.
— Tanto quanto cuidar de doentes e ensinar nutrição. Vou sentir saudades, Anahí. Não demore muito para aparecer, está bem? Eu telefono...
— É o que todos dizem!
— Então telefone para mim! — Poncho sugeriu ao entrar no carro.
Ela ficou onde estava, esperando até que a caminhonete desaparecesse além da esquina. Só então entrou em casa, fechou a porta e chorou.