Fanfics Brasil - 37 Promessa Duradora (terminada)

Fanfic: Promessa Duradora (terminada)


Capítulo: 37

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Clint ficou atrás, ao tempo que Alfonso se colocava à altura de sua esposa.


- Aconteceu alguma coisa? - quis saber.


Ela negou com um gesto enquanto um novo estremecimento a percorria ao notar a sincera preocupação que havia em sua voz. Não estava acostumada que alguém se preocupasse com ela.


- Trouxe-lhe o almoço.     


Um sorriso iluminou o rosto de Alfonso.


- Alegrou meu dia - disse, voltando-se ato seguido para o Clint - Obrigado por acompanhá-la até aqui.


- Não foi nada.


- Houve algum problema?


- Nenhum. Quer que me adiante a ver como estão os moços para tirar as cabeças de gado perdidas do canhão?


Shameless se colocou ao mesmo tempo do Sauzal enquanto Alfonso respondia:


- Tenho certeza que agradecerão a ajuda.


- Pois vou. Senhora... - saudou Clint, tocando a asa do chapéu.


- Senhor Clint... - respondeu ela inclinando ligeiramente a cabeça.


Então notou algo a seu lado. Olhou para baixo e pôde ver que Alfonso estava inspecionando o conteúdo da cesta. Sorriu.


- Se não tirar as mãos daí acabará vertendo algo.


- Queria ver o que havia trazido.


- Não gostava de comer biscoitos secos e queijo?


- Teria me contentado com isso, mais não se compara com... - deteve-se cheirando o conteúdo - Bolo de maçã?


- É capaz de sentir o cheiro com toda esta peste a cavalo e a couro?


Alfonso apoiou a mão sobre a coxa da Anahí. Ela notou sua calidez e sua fortaleza, tão reconfortantes, através da malha da saia. Seu marido sorria serenamente. Não podia ver os olhos, ocultos na sombra projetada pela aba do chapéu.


- Valerá menos meus talentos se confessar que também cheira a pão e a frango frito? - disse ele, com um encolhimento de ombros.


Anahí se pôs a rir, e ele correspondeu apertando a coxa com a mão.


- Pensava me fazer companhia? - acrescentou ele, em um tom que Anahí não soube discernir se era de tristeza ou esperança.


- Posso voltar para casa, se prefere estar sozinho.


- Que homem em seu juízo perfeito deixaria escapar a oportunidade de comer com uma formosa mulher?


Anahí notou que seu rosto avermelhava. Algumas vezes parecia notar que ele não brincava, mas sim de verdade acreditava que era formosa.


- Faz um momento passei junto a um arroio - continuou ele, tomando seu rubor como um sim - Está em um pequeno terreno baixo, de modo que estaremos protegidos do vento.


Então, sua mão abandonou a coxa da Anahí, e ela sentiu falta daquele contato imediatamente. Deus! Aquele homem era a pessoa mais efusiva que tinha conhecido, e o pior era que a jovem começava a acostumar-se a isso.


- Onde fica? - perguntou ela, fazendo um gesto com a mão.


Ele apanhou sua mão no ar. Shameless se colocou muito perto de Sauzal enquanto cavalgavam, de modo que a perna de Alfonso se roçava continuamente com a dela. Anahí sentiu uma comichão no estômago, e recordou ao momento qual tinha sido a última vez que o tinha notado: No estábulo. De repente precisou romper a tensão, não fora a ser que acabasse fazendo algo vergonhoso.


- Por que colocou Clint para me espiar?


Pareceu-lhe que a mão que sustentava a sua se crispava um instante antes que Alfonso respondesse:


- Não está espiando, está cuidando de você.


- Já faz muitos anos que sei cuidar de mim mesma.


Alfonso levou sua mão aos lábios e depositou um suave beijo em seu dorso. As cócegas que sentia no estômago se intensificaram, e não pôde evitar exalar um suave gemido. Depois se atreveu a olhar para ele. Alfonso afastou o chapéu dos olhos, e o sorriso que se desenhou em seus lábios não lhe deixou à menor duvida sobre se a tinha ouvido.


- Eu cuido do que é meu, Anahí.


- Não sou nenhuma menina que precise vigilância.


- É minha esposa e tenho o dever de te proteger.


- Proteger-me do que?


- Dos foragidos; dos índios; dos animais selvagens; do Jack Hennessy.


Esta vez não custou olhá-lo aos olhos, porque era óbvio que falava a sério.


- Faz séculos que não aparece por aqui nenhum foragido. Os índios foram expulsos, e nunca escapei correndo ao ver um animal selvagem.


- Anahí, falas como se o que tenho feito fosse pouco razoável.


- Eu não gosto que me vigiem.


- Pois é uma pena, porque ou sai com escolta ou não sai.


- Não pode me dizer o que devo fazer!


No momento mordeu os lábios. Podia, e ambos sabiam. A única coisa que Alfonso tinha que fazer era lhe ordenar que ficasse em casa, e seu mundo se reduziria às quatro paredes do rancho. Cavalgadas acabariam.


- Eu não gosto disso. - protestou.


- Tampouco eu, mas graças à ferrovia há um montão de gente que passa pelo Cheyenne, incluídos esses ladrões que tantos problemas lhe deram. Se uma de suas fontes de financiamento se esgota, poderiam procurar outras.


- Tenta me assustar?


- Se acreditasse que assustar você te afastasse do perigo, é obvio que o tentaria.


- Eu acho que não acontece nada estranho.


- Claro que acontece: não sabe julgar à pessoas.


- Escolhi você, não?


- Não.


O altivo sorriso que iluminou o rosto de Alfonso lhe deu uma pista.


- Maldito seja! O velho Sam contou verdade?


- Não sei do que está falando.


- Esse traidor! Prometeu que não contaria a ninguém que lhe tinha pedido conselho.


- E como sabe que não cumpriu sua palavra?


- Pela forma em que sorriu, como se fosse o único gato do estábulo que conseguiu beber o leite.


Alfonso riu em voz baixa.


- Parece que vou ter que melhorar minha cara.


Se assim era, estava perdida. Sauzal escorregou ao descer à pequena costa, e Anahí trocou o peso do corpo para trás para facilitar sua descida. Shameless se fez a um lado para esquivar uma árvore. Alfonso não soltou a mão de sua esposa até o último momento, quando já acreditava que não tinha mais perigo.


Quando Anahí voltou a colocar-se a seu lado já sabia que ele estaria sorrindo. Nada parecia pô-lo nervoso, e, entretanto desfrutava muitíssimo atormentando-a. Era como o vento, que tão logo sopra com força como acaricia brandamente. Nunca se podia predizer o que faria no momento seguinte. Mantinha-a sempre alerta, tentando sempre fazê-la... sorrir.


Fixou-se em sua harmoniosa forma de desmontar. Os músculos das costas esticavam sua camisa, marcando seus largos ombros. Era um homem da cabeça aos pés: musculoso, honrado, com uma fama o bastante sólida para ganhar o respeito do resto dos homens, e, entretanto, parecia procurar as risadas com tanto interesse como seu pai tinha procurado os defeitos. Anahí meneou a cabeça de um lado a outro: não sabia bem o que preferia: um desse costume era muito familiar, enquanto que a outra era fascinantemente distinta.


Não havia muitas virtudes que admirasse em seu pai, além de sua tremenda determinação. Em troca admirava muitas coisas em Alfonso, sobretudo a calma com a que o confrontava tudo. Como agora. Anahí o tinha estado olhando fixamente durante vários minutos, sem ter consciência disso. Sem dúvida isso tinha que fazê-lo sentir incômodo, entretanto, limitou-se a ficar ali de pé, aguardando, sem censurá-la, aceitando que ela necessitava um pouco de tempo.


- Sinto muito. Não era minha intenção ficar olhando-o assim.


Alfonso levantou os braços para ajudá-la a desmontar.


- Não tem problema.


- Foi grosseiro.


- Não me importa contanto que não tenha encontrado algo em mim que te incomode.


- Tenho certeza que sabe que é um homem muito atraente.


- Bom, é certo que os meninos não choram quando me vêem. - admitiu enquanto a depositava no chão - Mas este rosto conheceu dias melhores.


Era possível que não se sentisse cômodo com sua aparência? Em seu nariz havia um pequeno vulto que sugeria uma possível falha, e uma pequena cicatriz lhe cruzava a maçã do rosto direito.


- Já volta a me olhar fixamente - disse ele, sujeitando as rédeas do Sauzal - Está contando os defeitos?


Disse aquilo como se não fosse a primeira vez que lhe ocorria. Anahí se perguntou se o teriam rechaçado outras vezes.


- Eu gosto de seu rosto - declarou, em um tom mais apaixonado do que ela mesma esperava.


Alfonso estava atando o Sauzal a um tronco caído, junto ao Shameless. Voltou o rosto para ela e lhe sorriu.


- Também gosto do seu.   


- É muito arrumado.


Disse como se fosse algo importante. Alfonso se perguntou se Anahí acreditava que lhe preocupava sua própria aparência. Acariciou o pescoço do Sauzal e também de Shameless, algo mais afetuosamente, e voltou aonde lhe esperava sua esposa, tensa e com os punhos fechados. Compreendeu que ela acreditava que se sentia ferido em seu orgulho e que estava disposta a defendê-lo. Deteve dois passos dela.


- Alegro-me que você goste de meu rosto.


- Não quero que pense que teria preferido ter um marido com rosto de menino, um desses que não sabem como comportar-se em uma briga e que é obvio não tem o nariz torto e nem cicatrizes no rosto.


Alfonso tomou as mãos da Anahí com a mão livre.


- Acredito que o orgulho não me permite seguir comentando meus defeitos.


- Meu Deus! Não era minha intenção feri-lo! - exclamou Anahí, consternada.


- Fique tranqüila - riu ele, beijando-a na ponta do nariz - Você gosta de minha aparência?


- É o que acabo de dizer.


- Pois isso é tudo que preciso saber.


Anahí se soltou de sua mão e segurou a cesta que ele sujeitava.


- Pequena confusão que criei. - se lamentou.


- Bom, isso depende do ponto de vista - respondeu ele, caminhando pausadamente junto a ela.


- Por quê?


- Nenhum homem gosta de saber que sua mulher não o suporte, e que dá vontade de sair correndo quando está à luz do dia.


Aquela frase conseguiu arrancar de sua esposa uma tímida risada. Quando viu que Anahí se dispunha a cruzar o arroio para internar-se no bosque próximo, deteve-a imediatamente.


- Acredito que este é um bom lugar.


- Oh! - disse ela detendo-se bruscamente; depois se ruborizou ligeiramente e assentiu bastante confundida - Sim, é certo.


Alfonso tomou como um bom sinal. Talvez tudo o que esteve contendo durante a última semana estava dando seus frutos. Anahí começava a confiar nele. Apesar de que tinha planejado não ir a casa na hora de almoçar, Alfonso tinha acabado indo de todos os modos, pois morria por vê-la. E mais tarde, ao vê-la cavalgar para ele junto ao Clint, sentiu-se completamente feliz: Anahí procurava diretamente sua companhia. Sim, decididamente, as coisas estavam melhorando muitíssimo.


Anahí estendeu uma manta sobre o musgoso chão. Por cima de suas cabeças, os ramos de abeto proporcionavam um fragrante dossel. Se não fosse pelo calor que fazia, aquela teria sido uma área muito úmida para almoçar, mas naquela época do ano o lugar oferecia um íntimo refúgio, a salvo do vento e de olhares curiosos. Alfonso estava decidido a aproveitar tais vantagens, porque o certo era que morria por um beijo. Um beijo de verdade, desejado por ambos, não um desses forçados intentos de atraí-la para si que tinha utilizado até então. Sim, isso exatamente era o que queria.


Antes de sentar-se sobre a manta, junto a ela, Alfonso afastou um pau que havia debaixo. Se as sobremesas resultavam ser tal e como ele tinha planejado, não desejava nenhuma arruda intromissão.


- Deus!  Até parece um enorme banquete!


- Um homem de seu tamanho precisa alimentar-se bem.


Anahí o olhou de cima abaixo e acrescentou outra dourada porção de frango frito a seu prato antes de entregar-lhe. Ele o deixou no chão, a seu lado.


- Tenta me engordar?


- Não viriam mal alguns quilos.


- Eu adorarei que tente, mas devo adverti-la que sempre fui magro.


- Bom é sabê-lo.


- Ah, sim?


Anahí sorriu enquanto se servia delicadamente.


- Significa que este inverno não terei que passar horas alargando calças.


Alfonso soltou uma gargalhada, mas ao ver a muita escassa quantidade de comida que aquela rapariga se serviu moveu a cabeça com desaprovação. Nem um pássaro poderia manter-se com aquela ridícula quantidade.


- Ainda há esperanças para você.


- Ah, sim?


- Sim, porque acaba de fazer uma piada - disse, acrescentando outra parte de frango ao prato de sua esposa.


- Não sabia que acreditasse que me falta senso de humor - respondeu ela, voltando a colocar na cesta a ração extra.


- Bom, tinha minhas dúvidas - disse ele, tirando uma coxa de seu prato para colocá-lo no dela - Começava a perder a esperança de que conseguisse relaxar o suficiente quando ando perto para tirá-lo a luz.


- Que forma tão apaixonada por explicá-lo - disse ela, tomando a parte de frango na mão.


 


 



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Autor(a): annytha

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  - Assim sou eu, todo paixão, sem refinamentos. Alfonso negou com a cabeça quando viu que Anahí tentava devolver o frango a seu prato. - Não? - disse ela com voz afetada. - Nesse prato não há comida suficiente nem para alimentar a um mosquito - respondeu ele, desviando a mão até devolvê-la a seu prato. ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 927



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  • annytha Postado em 13/01/2012 - 20:05:22

    desculpam pela demora pra posta, tava outra vez sem net, mas ja estamos quase no final dessa web, logo teremos surpresas aqui, assim tambem como novas historias!!!

  • jl Postado em 22/12/2011 - 16:08:41

    Essa web me cansa as ezes de ler.... é muito blá blá blá neh, mas De certo que foi o rodrigo mesmo U_U

  • jl Postado em 22/12/2011 - 16:08:40

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  • jl Postado em 22/12/2011 - 16:08:39

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  • jl Postado em 22/12/2011 - 16:08:39

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  • jl Postado em 22/12/2011 - 16:08:38

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  • jl Postado em 22/12/2011 - 16:08:38

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  • jl Postado em 22/12/2011 - 16:08:37

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  • jl Postado em 22/12/2011 - 16:08:37

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  • jl Postado em 22/12/2011 - 16:08:36

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