Fanfic: Promessa Duradora (terminada)
jl: romantismo é que não falta... besos e gracias por comenta
capitulo dedicado a vc.
Nos dias nublados, a cor azul da Pensão do Millicent Foster resultava brilhante. Em um dia ensolarado como aquele, o azul e o rosa ofuscante faziam mal à vista. Entrar no estabelecimento não aliviava a confusão dos sentidos: Millicent o tinha decorado segundo seus impulsivos gostos, sem ter nada em conta o estilo, nem tampouco a coordenação de cores. Cada mesa reluzia uma toalha diferente. O ataque se agravava devido ao tumulto gerado pelos comensais que enchiam o pequeno restaurante.
Entretanto, ninguém se queixava, graças ao celestial aroma que adulavam o olfato. O único caos provinha da necessidade que tinha o cliente de escolher entre os distintos pratos do menu. Estava claro que Millicent Foster sabia cozinhar.
- Parece que esta noite há muita gente... - sugeriu Anahí.
- Sim, parece que Millicent vai fazer um bom caixa - respondeu Alfonso, olhando a seu redor.
- Quer esperar que fique livre alguma mesa?
- Está brincando? - respondeu ele, em um tom que deixou claro que não pensava mover-se dali.
- Não foi isso que eu pedi! - gritou um homem loiro da mesa que estava junto à janela.
Anahí viu que tinha à garçonete agarrada pelo braço, lhe impedindo que servisse um prato na mesa adjacente.
- Não foi! - respondeu no ato um homem de aparência bastante sinistra da mesa vizinha.
- Bom, fará bom caixa se seus clientes não destroçam antes o restaurante - corrigiu Alfonso ao ver que ambos os homens ficavam em pé de um saltou.
Anahí sorriu ao ver que a garçonete, uma jovenzinha, retirava-se ao fundo do estabelecimento, levando o manjar em disputa.
- Isso não ocorrerá se Millicent estivesse aqui.
Ainda não tinha acabado de pronunciar a frase quando entre ambos apareceu um monte de cabelos alaranjados, manejando uma enorme colher de madeira.
- Millicent? - perguntou Alfonso, sorrindo com aquele gesto seu tão familiar.
Anahí assentiu e se retirou um pouco da porta. Alfonso a imitou.
- Vocês dois, escória sem maneiras! - uivou Millicent, golpeando a ambos nas descobertas cabeças com a enorme concha de sopa.
Quando ambos levaram ambas as mãos aos doloridos crânios, a mulher assinalou para a porta:
- Saiam daqui agora mesmo! Fora! - acrescentou, golpeando-os de novo ao julgar que não se moviam com suficiente rapidez.
- E nossa comida?
- Sim! - fez coro o outro - Pagamos por ela!
- Bessie! - gritou Millicent, empunhando a concha de sopa para fazê-los retroceder para a porta - Traz aqui fora o que estes cavalheiros pediram!
Bessie voltou a trazer a bandeja e Millicent a segurou, sujeitando-a com uma só mão. Assim que os dois homens cruzaram a soleira lhes jogou a bandeja com todo seu conteúdo. O ar se encheu de comida e maldições.
- Se vocês se comportam como porcos em meu estabelecimento, eu lhes alimentarei como tais! - gritou, plantada no vão da porta com seu corpão de mais de um metro e oitenta - Nem pensem em voltar a pôr os pés neste lugar!
- Mas Milly!
- Onde vamos comer então?
- Talvez nesse refinado hotel daí de cima sirvam para pessoas de sua classe!
Ato seguido, deu meia volta e fechou a porta com uma batida forte; a ponto esteve de tropeçar com Anahí quando voltava para sua cozinha.
- Annie!
Seu sorriso era tão familiar para Anahí como a luz do sol.
- Olá, Millicent.
- É este seu novo marido, do que tanto ouvi falar?
- Sim.
Anahí sorriu ao ver que Alfonso abria seus olhos como pratos, atônito: Millicent possuía a atraente voz de uma sereia, quando não estava em confusão, o qual chegava tão mal com sua robusta constituição que sempre deixava deslocados aos que acabavam de conhecê-la, principalmente os homens. Millicent lhe deu uma palmada nas costas, com um vigor que desmentia seus mais de cinqüenta anos:
- Como vai você, homem?
- Muito bem.
Anahí tomou Alfonso pela mão:
- Alfonso Herrera, apresento-lhe a Millicent Foster.
Alfonso levou a mão à asa de seu chapéu.
- Encantado de conhecê-la, senhora.
A sincera gargalhada de Millicent encheu a estadia.
- Ouviram isso, cavalheiros? Annie pescou um homem que sabe como comportar-se diante uma dama!
Seguidamente se aproximou do mostrador, recolheu um bolo recém assado da prateleira e fez oscilar sob seus narizes.
- Isto daqui é para vocês, assim que acabe o jantar.
Alfonso exibiu aquele preguiçoso sorriso que conseguia sempre acelerar o pulso de Anahí.
- Bolo de maçã! Meu favorito! Faz séculos que não o provo!
Millicent sorriu de orelha a orelha. Anahí perdoou aquela mentira de seu marido, porque a temperamental cozinheira lhe parecia uma magnífica pessoa.
- Isso é uma injustiça, Milly! - gritou o xerife do fundo do restaurante - Eu te chamei senhora à semana passada e não me ofereceu bolo de maçã!
Millicent soprou de uma maneira nada elegante enquanto conduzia Alfonso e Anahí para a mesa que tinha deixado livre o loiro operário da ferrovia. - A quem crê que engana, xerife? Tão somente me chamou senhora porque estava sendo sarcástico!
- Seja boa, Milly!
- Já sou muito boa por permitir que coma o que eu cozinho!
Depois se voltou para o casal.
- Bem, o que quer tomar, Annie?
Anahí estendeu o guardanapo sobre seu colo.
- Eu gostaria de um pouco de batata-doce.
- Não vai mal como aperitivo, mais o que pensa tomar como prato principal?
- A verdade é que não tenho muita fome.
- Menina, falamos deste tema muitas vezes. Esses ossos não se cobrirão de carne se não começar a comer como é devido.
- Amanhã pela manhã tomarei um bom café da manhã - prometeu Anahí, dolorosamente consciente de que Alfonso seguia atentamente aquele diálogo.
- Isso diz agora, mas eu não estarei ali para comprová-lo. - se lamentou Millicent, exalando um sentido suspiro.
Os homens da mesa do lado se dispuseram a partir, e ela começou a empilhar seus pratos na bandeja.
- Sei que seu pai tinha certas idéias sobre que aparência deve ter a mulher, mas você deveria as abandonar.
Anahí sentiu o familiar puxão no estômago, a agitação e a náusea. Era muito consciente de que os olhos de Alfonso estavam cravados nela.
- O problema é que não tenho fome, Millicent.
Se nesses momentos comia algo estava segura de que o vomitaria tudo. Começou a retorcer o guardanapo entre os dedos.
- Já... - disse Millicent, em um tom que denotava que não estava acreditando naquela desculpa.
Anahí notou que uma mão cálida e calosa se deslizava sobre a sua, e que Alfonso a olhava. Seu marido assentiu e lhe apertou brevemente a mão. Depois entrelaçou os dedos com os seus, fazendo que soltasse o guardanapo, enquanto dizia:
- Eu cuidarei dela, senhorita Foster.
A frase não mereceu mais que um suspiro incrédulo e um olhar gelado.
- Já ouvi isso outras vezes - disse Millicent, ao tempo que equilibrava a carregada bandeja com um perito movimento de ombros.
- Não de meus lábios.
Millicent se endireitou e olhou Alfonso de cima abaixo sem dizer nada. Anahí notou que a tensão entre ambos era afiada como uma faca. Desejou com todas suas forças que Millicent gostasse de Alfonso. Depois do que lhe pareceu uma eternidade, a mulher proclamou bruscamente:
- Acredito que acabará bem.
- Deus! Isso mesmo estava pensando eu - replicou Alfonso, sem soltar a mão da Anahí.
Millicent deu rédea solta a suas estrondosas gargalhadas, fazendo que todas as cabeças se voltassem para eles.
- Só por dizer isso, além do bolo, lhe trarei o frango especial da casa, com guarnição de bolas de massa guisada.
Anahí respirou aliviada. Não teria podido suportar que Millicent e Alfonso não dessem bem. Millicent era o mais parecido a uma mãe que tivera na vida.
- Isso é uma honra - informou Alfonso, enquanto Millicent ziguezagueava por entre as mesas, de volta a sua cozinha.
- Isso eu decidirei depois de provar suas bolas de massa guisada - disse, com amável sorriso.
O prato que Millicent colocou diante de Alfonso transbordava comida.
- Coma tudo isso e depois trarei o bolo.
Se Alfonso comesse tudo aquilo, pensou Anahí, teria que sair correndo à casa do médico em busca de algum remédio contra a dor de estômago.
- Volte daqui a uns dez minutos - disse Alfonso em tom guloso e crédulo.
Millicent resplandeceu.
- Eu gosto de homens que sabem comer.
- Nesse caso, senhora, vamos nos dar muito bem - respondeu Alfonso, enquanto ela colocava um copo de água frente a ele.
Millicent soltou uma risada e se voltou para a Anahí. Esta se preparou para a recriminação que sabia que ia vir. Primeiro ela serviu com um golpe seco sua porção de batata-doce.
- Aqui tem o que pediu.
Millicent assinalou a Alfonso com o dedo gordo:
- Como espera seguir o ritmo de um homem como este, por não falar em retê-lo, se não ter nenhum pingo de carne nesses ossos?
- O senhor Herrera é livre de partir no momento que desejar. - afirmou Anahí, notando que o estômago encolhia ao dizê-lo.
Millicent podia ser muito brutal quando expressava sua desaprovação.
- Mas, que classe de...?
A grave voz arrastada de Alfonso a interrompeu:
- Não acho que isso preocupa muito; Anahí sabe bem que não vou a lugar nenhum.
Millicent girou no ato para ele.
- O homem é errante por natureza - disse, enfatizando a frase com sua onipresente concha de sopa de madeira.
Alfonso mordeu tranqüilamente uma parte de massa guisada, e seu rosto expressou a mais radiante felicidade enquanto o mastigava.
- É você uma cozinheira de primeira, senhorita Foster.
- Não tente me distrair me dando adulação nesse tom lisonjeador - respondeu ela, empunhado ameaçadora a concha de sopa.
Alfonso limpou a boca com o guardanapo.
- Isso não me ocorreu.
- Sei!
Ia ganhar um bom golpe na cabeça, Anahí sabia. Alfonso estava provocando Millicent com seu estilo brincalhão, e ela acabaria por lhe dar uma conchada na cabeça. E se isso ocorria, Alfonso teria que suportar uma boa dor de cabeça durante dias. Anahí afundou o garfo na cheirosa batata-doce, cozinhada com manteiga e um pingo de canela.
- Tem razão, Millicent. Tenho que começar a comer mais, agora que tenho marido.
Meteu uma parte de batata-doce na boca, embora para ela fosse como tragar um punhado de barro. Não sabia nem como conseguiu enviá-lo garganta abaixo sem que engasgasse.
Millicent a olhou com gesto de suspeita. Anahí se arrumou para sorrir fracamente. Isso não pareceu tranqüilizar a cozinheira, mas ao menos relaxou um pouco. Justo quando Anahí estava segura de que Millicent ia deixá-la em paz, Alfonso falou:
- Não, não tem razão.
Se nesse momento Anahí tivesse uma escopeta na mão o teria enchido as costas de chumbo. Comprovou horrorizada como os olhos azuis do Millicent voltavam a arder de fúria.
- Está me dizendo que não sei o que digo?
As costas de Millicent, Anahí gesticulava freneticamente para rogar silêncio a seu marido. Alfonso não fez o menor caso.
- O que quero dizer é que, se tenta convencer a minha esposa de que vou andar por aí procurando coisas melhores, você e eu vamos ter problemas.
Todo o restaurante foi ficando em silêncio à medida que os clientes foram dando conta de que o combate estava igualando. Millicent colocou os braços cruzados em frente de seus seios.
- Vejo que seu problema é que eu consiga a convencer disso, não que seja ou não verdade.
Anahí deixou escapar um gemido: Aquela mulher adorava discutir.
- Que verdade seria essa? - perguntou Alfonso, sem perder a calma.
- Que aos homens não gosta das magricelas - respondeu Millicent com autoridade - Acabam cansando que lhes cravem os ossos continuamente.
- Ah, sim? - disse Alfonso, interessado.
- Tenho que dizer que essa é a pura verdade! - uivou o xerife.
Aquela frase desencadeou toda uma tormenta de gritos e uivos, já que não era nenhum segredo na cidade que o xerife via com muito bons olhos ao Millicent.
- Pois não me parece - replicou isso Jed Stuart - Eu gosto de um bom tipo, elegantes como lindas gatinhas.
Anahí desejou poder afundar-se em seu assento, ao ver que o tema das preferências masculinas crescia mais e mais, sem que ninguém se preocupasse se era ou não de boa educação falar disso. Millicent e Alfonso nem escutavam sequer: sua discussão era entre ambos, e mantinha sustentando seus olhares.
- Sim, assim é - replicou Millicent, repetindo as palavras de Alfonso com toda a força de sua imponente personalidade.
Anahí sabia bem o que significava enfrentar aquela força da natureza: acabava sentindo-se como se tivesse sobrevivido a um furacão. Entretanto, Alfonso não parecia estar sendo despenteado sequer por uma suave brisa.
- Bom, eu não gosto de discutir, mas temos direito a decidir seus próprios gostos - disse, tomando outro bocado de frango.
- E quais são os seus?
Millicent era tão obstinada como uma mosca. Anahí desejou que, embora só fosse por uma vez, a mulher deixasse de meter-se em sua vida. Não queria saber quais eram as preferências de Alfonso quanto a mulheres: para ela seria uma tortura inteirar-se de que gostava das loiras roliças.
- Estou perfeitamente satisfeito com minha esposa.
Alguem duvida disso???
Autor(a): annytha
Este autor(a) escreve mais 30 Fanfics, você gostaria de conhecê-las?
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Alfonso disse aquilo em tom sincero, sem sorrir, sem brincadeiras, como proclamando um fato lógico. Anahí sentiu que cedia um pouco a tensão de sua garganta. Bebeu um novo gole de água e descobriu que por fim podia engolir a parte de batata-doce. Millicent golpeou o chão com a ponta do pé como dez vezes antes de deter-se. Sua figu ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 927
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annytha Postado em 13/01/2012 - 20:05:22
desculpam pela demora pra posta, tava outra vez sem net, mas ja estamos quase no final dessa web, logo teremos surpresas aqui, assim tambem como novas historias!!!
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jl Postado em 22/12/2011 - 16:08:41
Essa web me cansa as ezes de ler.... é muito blá blá blá neh, mas De certo que foi o rodrigo mesmo U_U
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jl Postado em 22/12/2011 - 16:08:40
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jl Postado em 22/12/2011 - 16:08:39
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jl Postado em 22/12/2011 - 16:08:39
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jl Postado em 22/12/2011 - 16:08:38
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jl Postado em 22/12/2011 - 16:08:38
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jl Postado em 22/12/2011 - 16:08:37
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jl Postado em 22/12/2011 - 16:08:37
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jl Postado em 22/12/2011 - 16:08:36
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