Fanfics Brasil - 57 Promessa Duradora (terminada)

Fanfic: Promessa Duradora (terminada)


Capítulo: 57

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jl desculpe ta demorando, reta final na facu, e minha net não anda cooperando nada, mas juro que tou fazendo o possivel pra ter poste diariamente!!!
besos e gracias por continua comentando!!!


Alfonso vaiou de dor. Ela conteve o fôlego. O sangue começou a emanar da ferida. Molhou de novo o tecido na bacia. A água se tingiu de uma horrível cor rosada. Torceu o tecido até lhe tirar parte da água, respirou fundo e voltou a aplicar-lhe. Desta vez Alfonso não emitiu o menor ruído, mas fechou os olhos e se encolheu. Por causa das costelas aquilo deve ter sido muito dolorido. Para confirmar sua hipótese, o suor brotou da testa de seu marido. Ela deixou o tecido sobre a ferida para que absorvesse a sujeira.


Ficou com a vista fixa no tecido e na ferida, sem ver nenhuma delas em realidade, tentando evitar as náuseas. Respirou fundo várias vezes enquanto repetia o processo. Nunca tinha afetado tanto atender a alguém, e isso que inclusive tinha chegado a amputar um pé. Aquela vez também sentiu náuseas, mas era o mais razoável: se não lhe tivesse amputado o pé, o vaqueiro teria morrido. A mesma regra se aplicava agora, e esta vez não havia por que sentir náuseas; não era mais que um corte.


Repetiu aquilo várias vezes, mas não serviu de nada, porque, se era sincera, aquela era a primeira vez que tinha que tratar a alguém a quem amava.


Deixou de retorcer o tecido um momento. A enormidade daquela conclusão a deixou aniquilada. Amava aquele homem! Que Deus a assistisse! Quando voltou a colocar o tecido, suas mãos tremiam. Amava-o, e ele se casou com ela para conseguir um rancho próprio, além de respeitabilidade. Fechou os olhos para não deixar-se invadir pela dor e a vulnerabilidade. Seu pai tinha razão, era uma ingênua de nascimento!


Abriu os olhos e comprovou o estado da ferida. Já estava limpa, ao menos pelo que podia ver. Deixou brandamente o tecido na bacia e inundou as mãos na bacia de uísque. Olhou para Clint, e a poltrona do canto protestou quando o vaqueiro ficou de pé. Anahí moveu a cabeça para Alfonso.


- Segure-o.


Os olhos de seu marido se abriram de repente.


- Não me costurará!


Ela o olhou nos olhos, tirou forças da fraqueza e recordou a si mesma que aquilo era o mais razoável, o único que se podia fazer.


- Tenho que fazer isso.


- Se você me tocar juro que vou colocar você fora do rancho de uma patada! - advertiu a seu empregado.


Era uma ameaça sem sentido, e Alfonso sabia. Não havia nada que ele pudesse fazer para evitar que o vaqueiro o sujeitasse. Tal como estava, certamente nem sequer poderia deter Anahí. Clint se deteve e olhou para sua esposa. A única coisa que Alfonso podia ver dela era seu perfil, e nele não havia nenhuma doçura a que apelar. Tampouco a havia em sua voz quando afirmou em voz baixa:


- Vou costurá-lo.


- Não deixarei que o faça! - rugiu.


Anahí empunhou aquela agulha de aparência sinistra e esticou bem o fio.


- Mais tarde poderá brigar por minha desobediência - lhe disse com voz decidida - Mas agora o que vou fazer é fechar essa ferida, e você sabe que estou certa, é o mais razoável.


- Não há nada razoável em que cravem uma agulha na carne! - protestou, notando como encolhia o estômago: Deus, como odiava as agulhas.


Anahí se deteve um momento


- Não está achando que estou feliz por está costurando sua ferida...


- Pois claro que não! - respondeu Alfonso, notando que a dor se estendia por todo seu corpo devido a tanto discurso a viva voz; deteve-se um momento para recuperar forças e continuou com voz mais inteira - Não suporto as agulhas.


- O que quer dizer é que lhe dão medo - corrigiu Anahí em uma voz que lhe pareceu muito aguda.


- Os homens não têm medo de agulhas!


Ela ficou olhando comprido com gesto impenetrável. Clint seguia de pé a seu lado. Alfonso não tentou enganar-se acreditando que o homem estava indeciso: Se Anahí queria que o segurasse, Clint o faria.


Algo ocorria com sua esposa: pôde notar que em seu rosto se refletiam sentimentos encontrados, que passavam muito velozes para poder decifrá-los; entretanto, quando deixou de lhe dar voltas ao que fosse, o gesto final foi de um resignado pragmatismo: ia costurar-lhe a ferida e não havia mais que falar. Pela primeira vez, Alfonso não admirou sua perseverança frente à adversidade.


- Segure-o, por favor - disse ao Clint.


Alfonso levantou uma mão.


- Estou completamente decidida a fazê-lo


- Apesar de saber que eu não quero que o faça e de que a única razão de que esteja fazendo é porque não posso me defender?


- Sim.


- E não se sente nem um pouco culpada?


- Não.


- Maldita seja - se lamentou, fazendo seguidamente um gesto ao Clint para que se afastasse - Não há necessidade que me segure!


Já era bastante deplorável que Anahí o tivesse contemplado tão fraco como não poder opor um firme «não»: Não ia cair ainda mais em sua estimativa fazendo que o sujeitassem como a um aprendiz.


- Talvez fosse melhor que Clint te segure. Necessito que esteja completamente imóvel - disse Anahí, em um tom tão conciliador que quase lhe dava mais medo que a agulha. Olhou-a com gesto áspero.


- Não sou nenhum menino para precisar que me obriguem a ficar quieto.


Ela deu um suspiro, acovardada, o que fez que Alfonso se sentisse culpado, embora não tão quando ouviu o fraco «O sinto» que deixou escapar ao lhe cravar a agulha no flanco.


Quando a agulha perfurou a carne soltou um audível juramento. Uma gota de água se esmagou contra seu seio. Voltou a jurar, tão somente porque fazê-lo era mais reconfortante que sentir a agulha.


- Fecha a boca! - grunhiu Clint, que parecia tão afetado como se fosse ele quem estava sob a agulha.


Alfonso abriu os olhos. O rosto de Anahí estava a poucos centímetros do dele, e estava chorando. Uma nova lágrima baixou rodando por seu rosto para cair do queixo até o peito dele. Tragou saliva enquanto fazia sair à ponta da agulha pelo lado oposto da ferida.


Alfonso não conseguia pensar. Jurou de novo. Os olhos da Anahí voltaram a encher-se de lágrimas, e outra vez tragou saliva. Sua boca murmurou um novo «Sinto muito» antes de morder o lábio.


Era difícil não ver o que acontecia: Ter que costurá-lo estava matando-a. A vez seguinte não necessitou do sério olhar do Clint para afogar seu juramento antes que pudesse escapar.


Durante o último mês, Alfonso tinha perguntado o que faria falta que acontecesse para que Anahí começasse a chorar. Agora tinha a resposta: apenas ser obrigada a lhe machucar.


Acreditou que ia estalar em soluços enquanto atirava do fio, e não pôde evitar dar um suspiro. Tomou a mão de sua esposa antes que ela pudesse atar o ponto. Anahí o olhou, surpreendida.


- Clint pode acabá-lo.


- Não - disse ela com gesto teimoso.


- Não se preocupe, senhora - interveio Clint, estendendo a mão para a agulha - Costurei mais feridas que muitos médicos.


Anahí o olhou com ferocidade.


- Não se atreva a tocá-lo!


Clint afastou a mão com tal rapidez que qualquer pessoa juraria que o tinham mordido.


- Nem me ocorreria fazê-lo!


Anahí não pareceu apaziguar-se.


- Fique tranqüila, Anahí, Clint o fará perfeitamente.


- Não é certo - disse ela, negando com um gesto - Você mesmo disse, os homens são alguns desastrados.


Alfonso desejou ter sido sensato para morder a língua antes de soltar aquilo.


- McKinnely foi tão delicado como uma mariposa. Diria algo para tentar se libertar da agulha.


Sem deixar de sujeitar a mão de sua esposa, Alfonso olhou a Clint e fez um gesto para a porta.


- Vá procurar McKinnely.


- Muito bem - disse Clint, dirigindo-se a toda pressa para a saída.


- Puma não colocara um dedo em cima de você - lhe assegurou Anahí, em um tom que contradizia as lágrimas de seu rosto.


- Seja razoável, pequena - tentou convencê-la - Costurar-me está sendo mais doloroso para você que para mim. Entretanto, para McKinnely não incomodará absolutamente ter que me cravar uma agulha.


- Ambos sabemos que está la embaixo, bebendo - respondeu ela, sujeitando com força fio e agulha - A esta altura estará tão bêbado que certamente acreditaria estar trabalhando com duas agulhas.


A veemência de sua esposa fez que Alfonso movesse a cabeça de um lado a outro.


- Está claro que tem algo contra o álcool, né?


- Converte aos homens em animais.


Bom, ao menos agora sabia por que o tinha racionado a dois dedos escassos, o qual não era suficiente para lhe tirar a dor, e muito menos a um homem adulto. Tocou-lhe a mão.


- Nem todos os homens perdem o controle ao beber.


Anahí o olhou com incredulidade, de modo que Alfonso trocou de argumento:


- Precisaria muitos goles para embebedar um homem do tamanho do McKinnely.


- Não tocará em você nem um fio de cabelo.


Não havia mais que falar, compreendeu Alfonso. Acariciou-lhe o dorso da mão com o polegar. Não tinha muita confiança em que aquilo a acalmasse, mas supôs que valia a pena tentá-lo.


- Está completamente decidida a acabá-lo você, então?


Anahí se mordeu o lábio e a cor desapareceu de seu rosto, mas sua voz não fraquejou ao responder:


- Sim.


Alfonso se acomodou sobre os travesseiros.


- Faça, então. Não direi nenhuma palavra mais.


Murmurando um novo e dilacerador «Sinto muito», Anahí atou e cortou o ponto.


Embora seguisse controlando perfeitamente a expressão de seu rosto, Anahí não pôde estender esse rígido controle a seus olhos, que refletiam toda a agonia que tentava ocultar de seu marido.


Alfonso acariciou o rosto com a mão livre. A princípio acreditou que era sua imaginação, mais depois compreendeu que não: Anahí estava apoiando a rosto em sua mão, achando consolo em seu contato, apesar de que seguia insistindo em costurá-lo e em causar-se a ela mesma aquele sofrimento. Moveu a cabeça de um lado a outro: aquela mulher era o espírito da contradição em pessoa.


- Está tudo bem. - se viu dizendo enquanto ela voltava a lhe cravar a agulha.


Por toda resposta ela murmurou uma desculpa. Alfonso olhou em direção à porta, perguntando-se onde estaria McKinnely. Parecia que tinha deixado sobre seus ombros a tarefa de consolar a sua esposa.


- Que grande casal formamos, senhora Herrera - sussurrou, enxugando uma lágrima que acabava de rodar pelo rosto. - Muito teimoso até para nós mesmos.


- Não sou teimosa - grunhiu ela, no momento mordeu o lábio.


- Acredito.


O que Alfonso via era que sua esposa desejava protegê-lo a todo custo. Se não fosse porque enquanto isso não fazia mais que chorar e chorar, inclusive teria desfrutado daquela sensação tão nova para ele.


- Nem McKinnely nem Clint o fariam bem - disse ela.


- Puma é o filho do doutor, e Clint seu sobrinho. O que te faz pensar que não poderiam fazê-lo tão bem como você?


Anahí se deteve como se estivesse meditando uma decisão.


- Eles não o conhecem como eu. Certamente diria algo que ofenderia.


Alfonso pôs-se a rir.


- Está me dizendo que sou um provocador?


- Sabe que sim.


Anahí atou o novo nó e ele aproveitou o breve intermédio para relaxar os músculos.


- Se Clint for primo de Puma... - começou ela.


- Não sabia?


- Não - respondeu, enquanto fazia um novo nó ao extremo do fio - Se Clint for primo de Puma, por que não está no Tumbling M?


- McKinnely tinha suas suspeitas sobre o que estava ocorrendo aqui ultimamente - disse Alfonso, elevando uma sobrancelha para ela - E conforme parece, você rechaçou a ajuda que te ofereci.


- Isso não dava direito a você de me enviar nenhum espião!


- Não arme um escândalo por isso - a advertiu, notando o puxão que lhe tinha dado ao nó do extremo - Puma só queria assegurar-se de que estava bem.


- Deveria ter respeitado meus desejos.


- Eu fiz isso. Clint só veio por precaução.


Anahí olhou com gesto irado para a porta. Não fazia falta ser um gênio para imaginar que se sentia traída.


- A única coisa que queria era meu rancho.


- Utiliza a cabeça, mulher - a cortou Alfonso - O Tumbling M é uma magnífica propriedade de três mil acres. É impossível que esse homem deseje ter, além disso, a dor de cabeça que é o Rocking C. Demônios, suas terras nem sequer são divisórias com as dele.


Anahí não pareceu convencida.


- McKinnely é um bom homem, e estava preocupado, eu acredito que com motivo, por que todos pensariam em aproveitar-se de uma mulher sozinha. - acrescentou Alfonso, franzindo o cenho diante de seu gesto de rebeldia - Eu o respeito por isso, embora você não tenha bom sentido de fazer o mesmo. Fez o que qualquer homem honorável faria. É o único de seus vizinhos que tem feito algo minimamente útil.


Essa vez Anahí cravou a agulha na carne sem vacilar. Alfonso se imaginou que teria captado seu desprezo para o Aaron. Sua seguinte frase o confirmou:


- Aaron veio muitas vezes me visitar.


- Tentando aproveitar-se de seus sentimentos.


- Não sou nenhuma sentimental!


- É a mulher mais sentimental que conheci, tentando ou não dissimular.


Anahí o olhou atônita e horrorizada.


- Não disse como insulto - corrigiu asperamente.


- Posso ser tão pragmática como qualquer homem.


- Nunca disse que não fosse - disse, suavizando o tom - Mas isso não significa que não tenha sentimentos.


- Com um mínimo de cooperação por parte dos peões, poderia levar o rancho tão bem como você.


- Nunca o duvidei.


- Sim, duvidou.


- Que você não tenha que fazer o trabalho de um homem não significa que não poderia fazê-lo bastante bem.


Anahí passou o fio pelo seguinte ponto.


- Aí tem!


- O que é que tem?


- Acaba de admitir que não sirvo - disse ela, atando o seguinte nó.


- Maldita seja, está decidida a inverter tudo o que digo!


- Não estou, e não jure.


- Está dizendo que pode imobilizar uma vaca adulta?


- Bom...


- Está dizendo que pode derrubar um touro, castrá-lo e marcá-lo?


Seu «Não» demorou bastante para chegar. Alfonso seguiu pressionando:


- Está dizendo que, quando cavalga pela serra, os homens não lhe vêem como alguém frágil?


- Assaltam também os homens.


- Mas não os violam, e tampouco se convertem em objetivos tão somente por diversão.


Ela não soube o que responder.


- E pense muito bem antes que ocorra me responder alguma tolice como que não tem medo que apanhem e lhe violem - acrescentou Alfonso - É impossível não haver estremecido com tal possibilidade.


Anahí fechou a boca, e Alfonso teve que sofrer outra espetada antes de ouvir sua resposta:


- Isso não quer dizer que seja uma inútil!


 



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Autor(a): annytha

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 927



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  • annytha Postado em 13/01/2012 - 20:05:22

    desculpam pela demora pra posta, tava outra vez sem net, mas ja estamos quase no final dessa web, logo teremos surpresas aqui, assim tambem como novas historias!!!

  • jl Postado em 22/12/2011 - 16:08:41

    Essa web me cansa as ezes de ler.... é muito blá blá blá neh, mas De certo que foi o rodrigo mesmo U_U

  • jl Postado em 22/12/2011 - 16:08:40

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  • jl Postado em 22/12/2011 - 16:08:39

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  • jl Postado em 22/12/2011 - 16:08:39

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  • jl Postado em 22/12/2011 - 16:08:38

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  • jl Postado em 22/12/2011 - 16:08:38

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  • jl Postado em 22/12/2011 - 16:08:37

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  • jl Postado em 22/12/2011 - 16:08:36

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