Fanfic: Promessa Duradora (terminada)

- Nunca disse que fosse, mas não é um homem, e isso é o principal, pareça isso justo ou não.

Essa vez tampouco soube o que responder.

- Acomodado a que, quando Aaron te visitou, não te falou de marcar animais nem de reunir o gado.

- Não, mas se preocupava comigo. Sabia que estava nós atacando os ladrões, e perguntou se isso estava nos fazendo ter dificuldades para pagar a hipoteca do banco.

- Sabia da hipoteca?

- Claro que sim. Se ele não tivesse falado em meu favor, o senhor  De La Rata nunca teria respeitado o acordo que fez com meu pai.

- Foi seu pai quem negociou essa hipoteca?

- Sim, mas morreu antes de arrumar toda a papelada, e o senhor  De La Rata não queria respeitar o acordo.

- O que teria acontecido nesse caso?

- Quer dizer se teria perdido o rancho?

- Sim.

- Não; fomos solventes.

- Então, por que demônio tinha que respeitar o acordo?

A dor fez pronunciar aquela pergunta com mais brutalidade da que teria querido dar. Estava desejando acabar de uma vez com essa maldita costura.

- Sinto-o - esta vez Anahí não parecia senti-lo tanto - Meu pai desejava ampliar o programa de cria. Muitos rancheiros estavam falando de cruzar cabeças de gado Hereford com o Longhorn. Como a ferrovia estava a ponto de chegar, parecia que seria uma boa forma de ficar com o mercado de carne do Este.

- E o que tem que ver Aaron com tudo isso?

- Ambos eram sócios.

- E ele não tentou te dissuadir de continuar?

Anahí o olhou com comiseração.

- E acaba de me dizer que não posso levar o rancho igual a um homem! Se o plano de Aaron e meu pai funcionasse, em alguns anos disporia do dinheiro suficiente para não passar apuros.

A agulha voltou a cravar-se na carne de Alfonso.

- Quantos pontos nos faltam?

- Dois.

O tom da Anahí era tenso, sem dúvida por estar lhe atravessando de novo a ferida com a maldita agulha.

- Assim Aaron e seu pai estavam juntos nesta.

- Sim.

O cérebro de Alfonso começou a trabalhar mais rápido.

- Suponho que a água seria crucial em um plano assim.

- Sim. A sequia estava pondo as coisas muito difíceis para Aaron, porque o cruzamento resultante não é tão resistente como as Longhorn.

- Já vi que seu pai permitiu que Aaron utilizasse os bebedouros do rancho.

- Sim.

- Há algum acordo por escrito?

- Não, mas Aaron sabia que ele nunca negaria água.

Alfonso não tinha pensado que Aaron fosse uma pessoa que confiasse em outros.

Anahí o olhou com desconfiança.

Não pensou em negar?

- Não tinha pensado nisso.

...Até hoje, acrescentou para si mesmo.

          - Teve Aaron que pedir um empréstimo para financiar sua parte do negócio? - quis saber Alfonso.

    Ela fez uma careta.

- Não sei. Certamente não - respondeu enquanto atava distraidamente o novo ponto - Sempre me pareceu que tinha dinheiro de sobra. Diz-se que sua esposa é rica.

Alfonso recordou a si mesmo que devia comprovar aquilo. Um homem que poderia perder tudo se arrebatassem seus direitos sobre a água era alguém a quem valia a pena vigiar de perto.

- Acabei! Já está pronto! - exclamou Anahí, com um grande suspiro de alívio.

Alfonso olhou a ordenada fileira de pontos de linho negro que se alinhavam em seu flanco.

- Um trabalho excelente - elogiou Alfonso, sem deixar que seu rosto traísse o horror que lhe parecia em realidade.

Anahí voltou a inundar a agulha na bacia de uísque.

- Se não infeccionar, dentro de pouco tempo estará novo em folha.

Estendeu a mão para posá-la na testa de seu marido, como se acreditasse que poderia espantar a febre por mera sugestão.

- Não se preocupe - disse ele, com segurança - Jamais tive febre e não penso fazê-lo jamais.

Ela sorriu fracamente, não tão segura como seu marido. Fez um gesto de aproximação com os dedos:

- Incline-se um pouco e me dê um beijo.

- Não pensa em outra coisa? - perguntou ela, sem deixar por isso de fazer o que lhe pedia.

O sorriso de Alfonso se fez mais amplo quando ela o beijou.

- Quando você está perto, não. Quando está comigo não penso em nada mais.