Fanfics Brasil - 68 Promessa Duradora (terminada)

Fanfic: Promessa Duradora (terminada)


Capítulo: 68

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dedicado a jl, gracias pelos 900 comentarios, adorei!!




Alfonso ficou tão rígido como se o acabassem de empalar, sem mover um só músculo, mas seus olhos arderam até voltar-se negros como o carvão. Anahí sentiu que o coração lhe retumbava nos ouvidos, ensurdecendo-a. Sua impetuosa revelação podia ter brotado no momento mais inoportuno, pensou enquanto lutava por não derrubar-se. Contou dez pulsados de seu coração até que por fim Alfonso conseguiu articular palavra. Se não fosse porque se via claramente que estava muito emocionado, sua resposta poderia havê-la destroçado:


- Obrigado - foi só o que conseguiu dizer com voz quebrada, pouco antes de sair pela porta, uma resposta que não era exatamente o que sonharia escutar uma mulher apaixonada.


Anahí ficou olhando fixamente a porta fechada e concluiu que tinha sido um engano lhe anunciar aquilo justo naquele momento. Por muito que desejasse que seu marido soubesse que para ela ele era o primeiro, dizer a Alfonso que o amava quando estava a ponto de enfrentar-se a seu melhor amigo, a quem via como a um inimigo, talvez não tivesse o efeito calmante desejado. De fato, podia desencadear os mesmos instintos super protetores que estava tentando abrandar.


Ouviu os passos de Alfonso descendendo as escadas. Quando chegou ao pequeno patamar, dois degraus antes do final, deteve-se. Anahí imaginou reunindo energias e adotando um gesto seguro e zombador. Quando se deu conta de que demorava para reatar seu caminho, o ligeiro sorriso de Anahí se fez mais ampla: Criatura! Sua declaração de amor tinha que havê-lo afetado muitíssimo.


Seu gesto se fez mais séria quando Alfonso seguiu descendo as escadas. Ouviu ranger a porta do escritório ao abrir-se, e conteve o fôlego. Certamente aquele seria o instante em que os homens se encontrariam frente a frente. Não se ouviram disparos, embora sim vozes iradas. Conseguiu distinguir um «Filho de puta!» e um áspero «Quando se gelar o inferno!» antes de ouvir uma porta batendo forte.


Nenhuma daquelas frases serviu muito para aplacar seus nervos. Começou a recolher objetos de roupa do vestidor, sem saber sequer o que fazia, e deu um suspiro quando um «E uma merda!» fez vibrar as vigas do chão. Para ela seria muito mais fácil deixar que Alfonso dirigisse todo aquilo se estivesse segura de que tudo se esclareceria mediante uma raciocinada discussão, sem que os punhos entrassem em jogo. Alfonso não estava completamente curado, por muito que gritasse. Aaron sabia, além disso, porque ela tinha mencionado o disparo em sua nota. Como se atrevesse a aproveitar-se disso, ela...!


Olhou a seu redor em busca de inspiração, e a encontrou ao dar uma olhada sob a cama: Amassaria-lhe a cabeça com o urinol!


Nenhum grito mais conseguiu transpassar a porta fechada. O único que podia ouvir eram murmúrios incompreensíveis, alguns um pouco mais alto que outros. Sentou-se na borda da cama e tirou seus sapatos. Batendo o gancho para ajustar as botas como se de uma arma se tratasse, grampeou-os com firmeza. Ao acabar se esforçou por adivinhar a conversação do piso inferior, sem êxito.


Ficou em pé de um salto e começou a percorrer a estadia sem descanso. Não tinham nenhum direito a deixá-la fora! Estava tão implicada no problema como qualquer um deles, de modo que tinha todo o direito a formar parte da conversação, maldita seja! O rítmico rangido do chão lhe alterava os nervos. Segurou o almofadão que tinha acabado de bordar alguns dias antes e o jogou sobre a poltrona. Fixou-se no bordado e moveu a cabeça de um lado a outro: seus dedos percorreram o delicado trabalho que formava a frase «Lar, doce lar». Enrugou o almofadão entre suas crispadas mãos antes de deixá-lo cair sobre seu colo. Se Alfonso desejava que seu lar fosse doce no futuro, pensou enquanto tomava umas quantas presilhas da mesinha e se recolhia o cabelo, teria que deixar de ser tão fastidiosamente protetor.


De repente se escutou um forte golpe e o piso tremeu sob seus pés; Anahí se sobressaltou tanto que se cravou a forquilha no dedo em lugar de no coque. Afastou rapidamente a mão dolorida. Todos os músculos de seu corpo se petrificaram enquanto esperava, sentada e com o dedo metido na boca, desejando contra toda esperança que se reatassem os gritos.


O piso voltou a tremer e Anahí deixou escapar um bufido. Ao porrete as soluções pacíficas! Ficou em pé e fincou a última presilha no cabelo. Deixou o almofadão sobre a poltrona e se dirigiu para a porta. Seu trato com Alfonso não incluía o sacrifício de sua herança por culpa de uma briga.


Deu um suspiro para ouvir outro golpe que voltou a fazer tremer as paredes. Maldito Aaron! Se pensava aproveitar-se da debilidade de Alfonso teria que enfrentar-se com ela. Chegou ao patamar justo quando Aaron e Alfonso saíam a toda velocidade do escritório. Teve que inclinar-se por cima do corrimão para salvar o vaso favorito de sua mãe, que estava sobre a mesa do saguão. A mesa estava completamente em pedacinhos, como se tivesse se chocado com ela um irado macho de quase duzentos quilogramas.


- Basta! - trovejou Anahí por detrás das flores que tinha demorado meia hora em arrumar no dia anterior.


Seu grito se perdeu no meio do estrondo causado ao aterrissar ambos os homens no chão, primeiro Aaron e depois Alfonso justo em cima.


- Não acredito que a tenham ouvido.


Anahí elevou a vista e viu Puma na soleira do escritório. Entre seus lábios pendurava um cigarro sem acender.


- Por que não tenta detê-los? - perguntou-lhe.


Ele se encolheu de ombros e esboçou um meio sorriso enquanto Alfonso encaixava um bom murro no rosto do Aaron.


- Não parece que tenham acabado ainda sua discussão.


Anahí saltou ao ver que Aaron empurrava Alfonso contra o corrimão. Se mantivessem a discussão naquele nível, destroçariam toda a casa.


- Sim acabaram! - exclamou, sorrindo enquanto inclinava o enorme vaso sobre os dois homens, empapando o rosto de água mesclada com rosas que lhes tapou boca e narizes.


Enquanto ambos, asfixiados, começavam a tossir e cuspir a água, ela deixou o vaso sobre o corrimão e olhou a Puma.


- Acredita que me escutarão agora?


Seu meio sorriso se ampliou, de brinca a orelha.


- Parece que sim - disse, elevando uma sobrancelha, embora no momento assinalou com um movimento do queixo os opositores - Ao menos nesse momento.


Anahí olhou na direção indicada e viu que os dois homens se enxugavam o sangue e a água do rosto, olhando-se como se pensassem reatar a briga.


- Se vocês voltarem a se comportarem de uma maneira tão vergonhosa se arrependerão, malditos sejam! - advertiu em um tom que não deixava lugar a dúvidas.


O resignado «Oh, merda» de Alfonso se ouviu justo depois do escandalizado «Anahí!» de Aaron. Ela fez caso omisso de seu marido para centrar-se no vizinho:


- Não se atreva a me jogar na face minha linguagem quando você vem a minha casa e ousa provocar uma briga com um homem indefeso!


- Indefeso? E uma merda! - grunhiu Alfonso.


Aaron ficou olhando-a fixamente, e depois olhou o sangue que cobria a mão que acabava de se separar do rosto.


- Olhou para mim também? Isto que tenho no rosto não é sopa, digamos!


Ela se negou a deixar-se convencer.


- Sei muito bem que as tenha porque Alfonso teve que se defender, e é certo que você sabia que estava ferido e ainda assim provocou uma briga.


Aaron secou o sangue nas calças, olhou Alfonso e depois elevou a vista para Puma, que tampouco estava muito amigável.


- Não é possível que achem que fui eu que começou isso tudo.


- É obvio que acredito - replicou ela - Alfonso é um homem muito inteligente para não dar-se conta de que suas feridas o deixariam em uma situação de desvantagem.


Alfonso apoiou o ombro contra o corrimão. Ela notou que o fazia com grande cuidado e se preocupou ao vê-lo gemer antes de dizer:


- Tentei que tudo fosse pacífico.


- Estou segura de que sim. Sei muito bem quão irascível pode ser Aaron - respondeu ela, olhando a seu vizinho com rosto de poucos amigos.


- Não provoquei nada, maldita seja, e você sabe! - gritou-lhe Aaron a Alfonso; parecia como se estivesse desejando reatar a briga.


Alfonso se encolheu de ombros em um eloqüente gesto para sua mulher, como lhe dizendo «Vê o que tentava te explicar?»


- Se não foi você quem começou Aaron, como começou a briga então? - quis saber Anahí.


Enquanto aguardava sua resposta colocou melhor o vaso sobre o corrimão. Aaron limpou o rosto com a manga.


- Vim aqui logo que recebi sua nota e, assim que pisei na soleira, seu «marido» - disse, pronunciando com grande sarcasmo esta palavra - Começou a me dirigir muito graves acusações. Acusou-me de lhe haver disparado e de afundar o Rocking C!


- E pude ver que não o negava! - exclamou Alfonso.


- Demônios, nem sequer tive tempo de fazê-lo! - protestou Aaron - Assim que deixou de cuspir mentiras começou a soltar murros!


Anahí se voltou para Alfonso.


- É certo isso?


- Bom...          


- Não pedi que minta para mim. Perguntei se era certo.


- Mais ou menos - respondeu Alfonso; ao momento se afastou um pouco da parede, sujeitou-se as costelas e emitiu um gemido.


Anahí sabia bem que, se realmente estivesse tão mal, seu marido não emitiria nem a menor queixa, de modo que fez caso omisso a aquele descarado intento de distrair sua atenção.


- Prometeu-me que tentaria de tudo para ser civilizado a menos que fosse provocado! - recordou-lhe.


- Exatamente - respondeu seu marido, olhando Aaron com uma fúria logo que reprimida.


Ao notá-lo, as suspeitas da Anahí aumentaram exponencialmente.


- Houve provocação?


Alfonso trocou de postura e gemeu com mais força.


- Perde seu tempo; não penso deixar que me distraia - informou Anahí ao ver seus gestos teatrais; ato seguido deu alguns suaves toques sobre o vaso - Houve provocação?


Incrivelmente, Aaron saiu em defesa de Alfonso, fazendo que Anahí suspeitasse imediatamente que havia algo estranho:


- Agora que me lembro, talvez disse algumas coisas um pouco fora de tom.


- Isso é certo, senhora - interveio Puma.


Ela os olhou atentamente aos três: todos eles eram o vivo retrato da sinceridade, e todos estavam de repente unidos em um objetivo comum, quando, apenas alguns minutos antes, estavam dispostos a derrubar sua casa com ela dentro. O que era o que estavam tentando lhe ocultar?


- Não acredito, em nenhum! - espetou.


Os três tiveram o descaramento de fingir-se surpreendidos.


Tão somente uma coisa estava clara, pensou Anahí: Alfonso só trocaria tão radicalmente de opinião para protegê-la. Olhou Aaron: um tic fez que se movesse um músculo em seu rosto.


Anahí apoiou ambos os cotovelos no corrimão e declarou:


- Sabe, Aaron? A última vez que pude ver esse tic em seu rosto e essa face de inocência foi quando disse à professora que tinha sido eu quem pôs a rã em sua marmita.


Aaron estava secando um filete de sangue que lhe saía da boca. Deteve-se no ato.


- Isso foi há muito tempo, Annie.


- O qual serve para demonstrar que alguns costumes não mudam nunca.


- Você era a favorita da senhorita Panetta, e sabia que não seria severa com você.


- Então, para você, isso justificava tudo.


- Só teve que fazer algumas cópias. Se fosse eu, teriam me enviado ao abrigo.


- E teria merecido isso, já que era a quarta vez que fazia aquela sacanagem.


- Não me caía bem.


Anahí suspirou.          


- E creio que, se conseguia que partisse, viria alguém que caísse melhor.


- Isso.


- Sempre acreditou saber o que convém melhor para todo mundo, mas, para sua informação, Aaron, sim eu gostava da senhorita Panetta, e não queria que partisse.


- Certamente por isso ficou durante tanto tempo.


Anahí sorriu depois de tantos anos, Aaron seguia frustrado por não ter conseguido que seu plano funcionasse.


- Por isso e porque se casou com o ferreiro.


Afogada a gargalhada de Puma ressonou na estadia.


- Isso tampouco foi capaz de evitá-lo - comentou.


Alfonso olhou para Aaron.


- Parece que tem o costume de colocar o nariz onde não é chamado. - lhe espetou.


- Nem sempre sabem o que é melhor para eles.


- E você sim? - perguntou Anahí.


Aaron cruzou os braços, apoiando-se na escada.


- É certo ou não é certo que o ferreiro se arrependeu de casar-se com a professora de escola?


- Estou completamente segura de que os problemas matrimoniais da senhorita Panetta provêm de causas muito diferentes às que poderia prever um menino de dez anos.


- Sem mencionar os costumes de fim de semana do ferreiro - acrescentou Puma, ganhando com isso uma muda reprimenda de Alfonso que fez acrescentar, dirigindo-se a Anahí -... você desculpe a rudeza.


- Nada disso troca o fato de que eu sabia que aquele matrimônio era um engano - assinalou Aaron.


Com a mesma segurança, Anahí respondeu:


- E nada disso troca o fato de que estou completamente segura de que agora trama algo que eu deveria saber.


Alfonso olhou Anahí e depois para Aaron. Pareceu pensar-lhe um momento, antes de limpar a mão na calça e tomar uma decisão:


Diga-lhe Aaron.


Aaron o olhou como se acabasse de brotar do pescoço uma segunda cabeça.


- Não acredito que seja necessário.


Anahí estava a ponto de intervir quando notou a rigidez da mandíbula de seu marido. Voltou para sua relaxada postura e se entreteve balançando o vaso sobre o corrimão.


Alfonso recolheu a flor que tinha caído sobre seu colo.


- Nisso não estou de acordo - disse para Aaron, para depois dirigir-se a sua esposa - Vai tentar aproveitar estas flores?


Ela negou com um gesto, e Alfonso jogou a flor para a porta principal antes de voltar-se para o Aaron:


- A meu modo de ver, posso me comprometer com você mantendo a salvo seu segredo, ou posso me decidir por apoiar Anahí.


Seguidamente examinou Aaron da cabeça aos pés antes de enviar uma segunda flor para a porta principal e concluir:


- Não se ofenda, mas minha esposa está a milhares de postos acima que você na lista de pessoas que admiro.


- Não há por que preocupar Anahí com algo que está mais que morto e enterrado... - respondeu Aaron, olhando a Puma em busca de apoio.


Não serviu de muita ajuda.


- Acredito que não sou o mais adequado para decidir nada - respondeu o aludido - Parece que tanto Anahí como Alfonso pensam que deveria confessar.


- Nesse momento era o único que se podia fazer!


Puma se encolheu de ombros.


- Talvez.


Aaron se voltou de novo para Alfonso:


- O que teria feito você se tivesse que confrontar uma situação similar?


Alfonso o olhou severamente:


- Não sei o que dizer por que não estava ali, mas agora deve confessar.


- Por favor, poderia alguém me dizer que é o que está tão morto e enterrado que Aaron segue tendo dificuldades para enfrentar isso? - perguntou Anahí, a ponto de perder a paciência.


 



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Autor(a): annytha

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 927



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  • annytha Postado em 13/01/2012 - 20:05:22

    desculpam pela demora pra posta, tava outra vez sem net, mas ja estamos quase no final dessa web, logo teremos surpresas aqui, assim tambem como novas historias!!!

  • jl Postado em 22/12/2011 - 16:08:41

    Essa web me cansa as ezes de ler.... é muito blá blá blá neh, mas De certo que foi o rodrigo mesmo U_U

  • jl Postado em 22/12/2011 - 16:08:40

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  • jl Postado em 22/12/2011 - 16:08:39

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  • jl Postado em 22/12/2011 - 16:08:39

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  • jl Postado em 22/12/2011 - 16:08:38

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  • jl Postado em 22/12/2011 - 16:08:38

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  • jl Postado em 22/12/2011 - 16:08:37

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  • jl Postado em 22/12/2011 - 16:08:37

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  • jl Postado em 22/12/2011 - 16:08:36

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