Fanfics Brasil - Capítulo 22 Promessa Duradora (terminada)

Fanfic: Promessa Duradora (terminada)


Capítulo: Capítulo 22

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     Ocorreram três coisas de uma vez: Seu revolver disparou, Derrick saltou para trás e o mundo a seu redor explodiu no rugido de mil balas. Abriu os olhos quando seu ombro se golpeou contra o duro chão. O primeiro que viu foram às vestes gasta de umas botas masculinas. As de Derrick.


Fechou de novo os olhos, rodou sobre um flanco e se viu sacudida por violentas arcadas. Umas mãos tentaram segurá-la por seus ombros para ajeitá-la um pouco. Resistiu, e a puxaram com mais força. Gemeu, mas foi um protesto mudo; não podia ouvir nada exceto um ensurdecedor zumbido nos ouvidos. As mãos a sujeitaram com mais firmeza e, a contra gosto, teve que levantar-se.


Algo duro endireitou os ombros. Isso era melhor; ao menos, o mundo deixou de dar voltas. Notou alguns tapinhas no rosto. Acreditou haver dito que se parassem, mas não estava segura de que seus lábios se limitaram a desenhar as palavras ou se era certo que as tinha pronunciado. O incomodou zumbido seguia ressonando. Deus, como doía à cabeça!


Disse-o em voz alta. 


- Eu sei minha vida, mas se abrisse os olhos estaria muito agradecido.


Deveria ter adivinhado que era Alfonso, incomodando-a quando tudo que ela desejava era que a deixassem em paz.


- Quanto exatamente? - quis saber, mantendo os olhos fechados porque o pouco sol que penetrava entre suas pestanas era suficiente para fazer chiar os dentes.


Alfonso se pôs a rir, e os espasmos de sua gargalhada se transmitiram para a mão que apoiava nos ombros dela, sacudindo-os, o que agravou sua dor de cabeça. Gemeu, e ele se mostrou contrito, deixando de rir no ato para passar a lhe afastar o cabelo da testa, beijar-lhe e sussurrar coisas que nunca imaginou chegar a ouvir de lábios de um homem, palavras doces e algumas ridículas. Palavras de amor.


Anahí elevou a mão às cegas e introduziu os dedos entre seu cabelo. Baixou-lhe a cabeça e lhe disse, com um rouco murmúrio:


- Eu acho que estou horrível.


- Está preciosa - respondeu ele, beijando-a desta vez nos lábios.


- Deixa isso para mais tarde, moço - lhes interrompeu uma severa voz - Vamos cuidar dessa jovem. Não sabe fazer nada melhor que incomodar uma paciente com uma ferida na cabeça?


No mesmo momento se viu estendida no chão com a suavidade e delicadeza de uma pluma. Franziu o cenho: preferia muito mais os lábios de Alfonso ao frio chão.       


Fez um gesto com a mão, buscando-o.


- Alfonso...


- Estou aqui.


Notou que uma mão áspera e cálida rodeava seus dedos.


- Meu pai não matou a minha mãe.


- Eu ouvi. - respondeu ele, beijando seu rosto com a suavidade da brisa.


- Deixa os beijos para mais tarde, moço.


Aquela áspera voz só podia pertencer ao doutor. Por um momento, uma sombra se interpôs entre ela e a luz do sol. Anahí exalou um gemido de alívio.


- Olá, doutor.           


- Que tal está, Anahí?


- Onde está Alfonso?


- Aqui do lado, tão imóvel como se o tivessem pego com cauda, mas isso não responde a minha pergunta - respondeu ele com sua habitual brutalidade.


- Dói-me muito a cabeça, mas ao menos já não escuto aquele zumbido.


- Ah, bom; então eu diria que está muito bem.


Anahí ouviu um pequeno chiado, algo que recordava desde menina: o doutor estava abrindo sua maleta.


- Nada de remédios repulsivos - exigiu, enquanto sujeitava a mão para lhe medir o pulso.


- Já veremos - respondeu o doutor em tom amável, ao tempo que Alfonso dizia «Tomará que o doutor diga que deva tomar».


- Deixa em paz meu paciente ou terá que esperar a uma distância - ordenou o doutor.


Alfonso não voltou a abrir a boca, mas Anahí pôde ouvir como se removia em seu lugar, inquieto. Sorriu, imaginando a muda indignação que desafogavam seus pés.


- Há algo mais que lhe doa, além da cabeça? - quis saber o doutor, enquanto lhe apalpava a têmpora.


- O ombro, da queda.       


Embora o doutor a tocava com muito cuidado doía horrorosamente; Anahí deu um suspiro.


- Dói?


 - Sssim... - falou entre dentes.


- Não se preocupe. - respondeu o doutor enquanto baixava os dedos para seu pescoço, examinando-o brandamente - Foi apenas um tiro de raspão, mais não acredito que haja danos permanentes.


- Então, por que ela não abriu os olhos ainda? - quis saber Alfonso. 


- Suponho que tenha uma forte dor de cabeça e o sol lhe incomoda.


A mão do doutor chegou até sua clavícula.


- Não, não se estique. - advertiu.       


Os dedos se deslizaram pelo braço, endireitando-o, ao mesmo tempo em que seu joelho lhe pressionava o peito. Antes que ela pudesse dar-se conta do que estava fazendo, o doutor recolocou seu ombro no lugar. Anahí soltou um agudo grito ao sentir aquela lacerante dor.


- Deus! - exclamou Alfonso, ao tempo que o doutor se desculpava pelo dano causado.


- Agora está melhor, verdade? - disse o doutor, antes de exclamar - Alguém sustente a esse homem!


Anahí abriu os olhos a tempo de ver que Puma ajudava a Alfonso a sentar-se. O doutor meneou a cabeça.


- Sempre são os mais duros.


Trocou de postura para evitar que o sol batesse nos olhos de Anahí. Desgraçadamente, isso também impediu de ver Alfonso; quão único podia ver era a silhueta do doutor, com seu grisalho cabelo arrepiado e em desordem.


- O que? - perguntou Anahí com rouca voz ao notar que o doutor a olhava interrogante.


- Espero que não conte com ele quando chegar à hora de dar a luz a seus filhos.


Anahí nem sequer tinha pensado nisso, mas nesse momento compreendeu que sim contava com sua ajuda.


- Por quê?


O doutor se encolheu de ombro.


- Não servirá de muita coisa se desmaiar cada vez que você soltar um gemido.


- Alfonso desmaiou?


- Digamos que afrouxou um pouco os joelhos.


- Alfonso? - repetiu ela, incrédula.


O doutor sorriu.


 - Sim.


Como se seu nome fosse um conjuro, Alfonso apareceu junto ao doutor e se ajoelhou a seu lado. Estava tão branco como um fantasma.


- Sinto muito, meu amor.


- Por quê?


Anahí provou a mover o braço bom. Não doía, de modo que o elevou para os lábios de seu marido. Alfonso beijou os dedos antes de apertar fervorosamente sua mão entre as suas.


- Por não me dar conta de que Derrick e Rodrigo estavam juntos nisso.        


- Bom, ainda assim tudo saiu bem.


Anahí tomou fôlego e olhou para onde estava o corpo do Derrick. Não tinha movido.


- Está morto?


- Sim. - disse Alfonso, lhe acariciando a rosto.


- Será que alguma vez cheguei a conhecê-lo de verdade?           


Alfonso negou com um gesto.


- Ao que parece, ninguém chegou a conhecê-lo realmente. - disse o doutor, fechando a maleta.


Anahí mordeu o lábio.


- Eu o matei?


Alfonso se encolheu de ombros. O doutor ficou em pé com um grunhido e se aproximou do cadáver.


- Se disser que foi você, terá que brigar com outros trinta indivíduos que crêem do mesmo.


Anahí fez um gesto de horror ao imaginar isso. Apesar do acontecido, sentiu-se agradecida de não ter que culpar-se pela morte de Derrick.


Alfonso voltou a lhe acariciar o rosto, como se precisasse manter o contato.


- Não agradou a ninguém a forma em que ele te maltratava.


- Eu também não estava muito satisfeita - respondeu ela, olhando a seguir ao doutor - Posso me levantar do chão?


- Não vejo por que não.


Alfonso deslizou os braços sob seu corpo.


- Com cuidado - indicou o doutor.


Era uma advertência completamente desnecessária. Ninguém tinha levantado nunca uma taça de porcelana com a delicadeza com que ela foi elevada. Fechou os olhos e apoiou a cabeça no largo peito de Alfonso.


- Deve vigiar se por acaso aparecem sinais de comoção cerebral. - continuou o doutor - Não deixe que durma nem tome nada para a dor em vinte e quatro horas. Depois desse tempo pode dar uma colherada deste pó dissolvido em um copo de água, três vezes ao dia.


Anahí notou que descendia ligeiramente quando Alfonso recolheu a bolsinha que estendia o doutor.


- E seu ombro? - quis saber Alfonso.


- Com algumas semanas em tipóia ficará como novo.


- Obrigado, doutor.


- Chamem-me se houver alguma mudança, mas não espero que haja complicações, além de certa rigidez - disse, enquanto caminhava, abrindo espaço entre os curiosos - Vão, moços, deixem um pouco de espaço.


Anahí abriu os olhos e viu que ao seu redor estava meia cidade. Enquanto Alfonso abria caminho entre a multidão se ouviram gritos e aclamações. Um dos presentes deu uma palmada em Alfonso nas costas, sem pensar bem o que fazia, fazendo ricochetear a cabeça de Anahí. O doutor se voltou a ele como uma fera:


- Tome cuidado, animal!  


Ela fechou os olhos e agradeceu a Deus não parecer um espantalho. A dignidade era quase o único que ficava depois de ter dado um espetáculo diante de toda a cidade.


Alfonso levou Anahí para a rua acima, até a casa de hóspedes do Millicent. Ela se sentia incrivelmente frágil e delicada em seus braços. Precisou jogar mão de toda sua capacidade de concentração para guardar a compostura e não apertar-se contra ele, abraçá-lo forte para não voltar a sentir-se nunca mais em perigo.


- Aonde vamos? - perguntou em voz baixa.


- Pensei que seria uma boa idéia ver se Millicent pode nos alojar. Não está bem para viajar até o rancho.


- Ah.


- Algum problema?


- Não. 


A parte mais irracional de Alfonso protestou diante da docilidade de sua mulher. Suspirou ao dar-se conta de que era um efeito da pressão que acabava de estar submetido. Ainda assim, estava desejando começar uma briga com quem fosse. Talvez passasse mais tarde pelo saloon. Um homem sempre podia encontrar com quem desafogar aquele tipo de necessidades.


Para quando chegou frente aos degraus da casa de hóspedes, Millicent estava já de pé na soleira.


- McKinnely me disse que viriam - anunciou - Preparei a cama do quarto que há junto à sala de atrás. Na penteadeira encontrará ataduras e tudo que precisar.


- Obrigado.


Alfonso subiu cuidadosamente os três degraus que conduziam ao alpendre. Ao passar junto ao Millicent, esta estalou a língua e declarou:


- Deus santo, querida! Primeiro o que temos que fazer é limpá-la bem. Parece um desastre!


Alfonso murmurou um juramento ao ver que Anahí ficava sem jeito imediatamente.


- O que? - exclamou, voltando imediatamente para ele seus enormes olhos verdes - Disse que estava preciosa!


 



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Autor(a): annytha

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— E está! — disse ele, negando-se a sentir-se culpado; inclusive coberta de sangue e pó estava preciosa e maravilhosamente viva. Anahí se retorceu, sem fazer caso aos esforços de seu marido por mantê-la direita, tentando se ver, embora de soslaio no espelho do vestíbulo ao passar. Alfonso supôs que tinha conseguido ver seu reflexo, para ouvir que seu gemido de dor se transf ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 927



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  • annytha Postado em 13/01/2012 - 20:05:22

    desculpam pela demora pra posta, tava outra vez sem net, mas ja estamos quase no final dessa web, logo teremos surpresas aqui, assim tambem como novas historias!!!

  • jl Postado em 22/12/2011 - 16:08:41

    Essa web me cansa as ezes de ler.... é muito blá blá blá neh, mas De certo que foi o rodrigo mesmo U_U

  • jl Postado em 22/12/2011 - 16:08:40

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  • jl Postado em 22/12/2011 - 16:08:39

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  • jl Postado em 22/12/2011 - 16:08:39

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  • jl Postado em 22/12/2011 - 16:08:38

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  • jl Postado em 22/12/2011 - 16:08:38

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  • jl Postado em 22/12/2011 - 16:08:37

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  • jl Postado em 22/12/2011 - 16:08:37

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  • jl Postado em 22/12/2011 - 16:08:36

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