Fanfics Brasil - 73 Promessa Duradora (terminada)

Fanfic: Promessa Duradora (terminada)


Capítulo: 73

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— E está! — disse ele, negando-se a sentir-se culpado; inclusive coberta de sangue e pó estava preciosa e maravilhosamente viva.
Anahí se retorceu, sem fazer caso aos esforços de seu marido por mantê-la direita, tentando se ver, embora de soslaio no espelho do vestíbulo ao passar. Alfonso supôs que tinha conseguido ver seu reflexo, para ouvir que seu gemido de dor se transformava em um uivo de terror.
— Passei por toda a cidade com esta aparência?
— Não podia fazer muito mais, já que ninguém se aproximou e ofereceu um pente.
Ela não fez o menor caso à lógica de seus argumentos.
— Perguntei se eu estava horrorosa, e você disse que não! — exclamou, enquanto tentava levantar o braço bom para endireitar o coque.
— Eu garanto que estava preciosa.
Alfonso empurrou a porta do dormitório com o pé. O leito estava só a dois passos. Millicent se apressou a adiantar-se para tirar as mantas.
Anahí dedicou a seu marido um olhar cheio de ira enquanto deitava sobre os suaves lençóis brancos.
— Mentiu!
— Não é verdade.
Alfonso lhe colocou a cabeça sobre o travesseiro. O rosto da Anahí estava tão branco como os lençóis.
— Poderia me esquentar um pouco de água para que possa lavá-la? — pediu a Millicent, sem tirar os olhos de sua esposa.
Ela franziu o cenho e fechou os olhos; sem dúvida, gritar não tinha ajudado muito a aliviar sua dor de cabeça.
— Agora mesmo — respondeu Millicent, dirigindo-se à porta — Dá um grito quando a tiver despido e preparado. Virei imediatamente.
— Obrigado.
Alfonso suspirou, aliviado diante aquela amostra de tato. Não desejava nenhuma testemunha, por muito desejoso de ajudar que estivesse. Necessitava de alguns momentos para tranqüilizar-se. Talvez assim suas mãos deixariam de tremer e deixaria de ver uma e outra vez em sua cabeça a imagem de Anahí desabando-se sob uma ensurdecedora guerra de disparos. Talvez assim poderia chegar a acreditar por fim que estava viva.
Contemplou-a ali estendida, com os olhos fechados. O sangue criava um horrível contraste sobre sua pele. Percorreu com o dedo magro um filete de cor vermelha escura que girava junto a sua orelha, deslizando-se depois pescoço abaixo. Esfregou a mancha com o polegar, aplicando-se até não deixar nem o menor sinal. Se Deus pudesse apagar suas feridas, e tudo que as antecederam, com a mesma facilidade. Afastou delicadamente o cabelo de sua ferida e a examinou atentamente. Sentiu que a náusea o invadia; alguns centímetros mais abaixo e estaria morta.
— Não menti, Anahí — disse, consciente de que ela estava aguardando uma resposta a suas acusações — Possivelmente estava afastada de sua aparência habitual quando James estava apontando à cabeça com aquela pistola, ou quando as balas começaram a voar em todas direções e eu não pude chegar até você depois que ele tivesse disparado sua arma. Meu coração parou quando caiu ao chão e não sabia se estava viva ou morta.
Alfonso pousou a testa sobre a de sua esposa e confessou:
— Mas quando estava sentada no chão, soltando aquelas tolices sobre sua aparência, foi a coisa mais maravilhosa que estes olhos tinham visto na vida.
A mão de Anahí se deslizou até a nuca de seu marido.
— Você me quer! — suspirou emocionada junto a seus lábios.
— Mais que tudo no mundo — ele admitiu, girando-se ligeiramente para beijá-la.
— Mais que ao bolo de maçã? — quis saber ela.
A gargalhada que escapou de repente o surpreendeu inclusive a ele mesmo.
— Sim — sussurrou — Mais que ao bolo de maçã.
— Alegro-me. — disse ela, esfregando o nariz contra a dele — Porque eu te quero tanto que estava um pouco ciumenta.
— Dos bolos?
— É uma vergonha — admitiu, em um tom que não podia ser mais desavergonhado — Mas invejava a atenção que dedicava a eles.
A seguir baixou a cabeça enquanto confessava timidamente:
— É que come com os olhos de uma maneira...
Alfonso aproximou os lábios até seu ouvido. Era como se as circunvoluções de sua delicada orelha o chamassem.
— A próxima vez que façamos o amor, mantenha os olhos abertos — sussurrou, riscando com seus beijos um atalho que ia da orelha à rosto — Verá que o que sinto pelo bolo de maçã não é nada comparado com o que sinto por você.
Ela se estremeceu e soltou um gemido.
— Dói a cabeça? — perguntou ele.
— Sinto muito. Não estou com forças para brincar.
Alfonso voltou a sentir-se culpado. Primeiro, Anahí recebia um disparo, e agora não fazia mais que incomodá-la em lugar de fazer o possível por que se recuperasse.
— Sou eu quem deve desculpar-se. Estou um pouco emocionado, e não sei nem o que faço.
Ela segurou a sua mão quando o viu ajeitar o corpo.
— Quero você.
Se aquelas palavras não o tivessem enfeitiçado, o teria conseguido a paixão com que sua esposa as tinha pronunciado. Não havia dúvida alguma de que falava a sério. Quando Anahí fazia algo, fazia com toda a alma.
— Está segura de que é isso o que quer dizer? — perguntou — Não é que tenha feito muito por melhorar como marido: Primeiro fiz que recebesse um tiro, e agora nem sequer sou capaz de seguir as instruções do doutor.
— Você não fez que eu recebesse um tiro.
— Teria que ter visto ele vir.
— E eu deveria ter tido o suficiente sentido comum para não me colocar junto ao homem de que suspeitava como autor de um intento de assassinato.
— Não deveria ter estado ali, em primeiro lugar — disse ele enquanto começava a desabotoar o vestido — Assim que tire esta roupa vamos ter uma pequena conversa sobre sua obediência.
— Não sei do que está falando. Segui suas ordens ao pé da letra.
Alfonso se deteve um momento e a olhou aos olhos. O sorriso que desenhavam seus lábios brilhava travessa naqueles profundos olhos verdes.
— Exatamente.
Alfonso a levantou para poder tirar o vestido. O esforço de tentar tirar-lhe do ombro direito a fez suar. Para distraí-la da dor que provavelmente lhe estava causando, perguntou-lhe:
— Como chegou a essa conclusão?
— Você me disse que, estava tendo desentendimentos com Aaron, deveria procurar algo que me protegesse contra a mordida de serpente — respondeu ela, encolhendo o ombro são — Então tudo que fiz foi aplicar seu conselho ao Rodrigo, e depois ao Derrick.
— E essa pistola de brinquedo foi o melhor que pôde encontrar para se proteger? — perguntou, conseguindo libertar por fim seu braço direito.
Anahí sorriu enquanto brincava com as ninharias soltas da nuca de seu marido.
— Era a única que cabia em meu saquinho. — disse, dando um puxão; Alfonso olhou para ela e se encontrou com seu doce sorriso de apaixonada — Pode respirar Alfonso: não me está fazendo mal.
Alfonso negou com um gesto e admitiu em tom irônico:
— Não sei se conseguirei voltar a respirar regularmente depois desta tarde.
— Será melhor que o consiga.
— Mas como?
— Porque quero que esteja presente quando nascerem nossos bebês.
Anahí desejava ter filhos com ele! O pensamento o fez sorrir. E tinha certeza que os filhos que tivessem seriam o terror da área. Imaginou um bebê com o cabelo loiro escuro de sua mãe, jogando aos pés desta enquanto estava sentada no alpendre. Imaginou seu ventre arredondado já por uma segunda gravidez. Imaginou seu rosto e o viu doce e satisfeito. Não podia esperar: pousou a mão sobre seu ventre, rodeando a área onde seu filho descansaria um dia. Olhou para cima e compreendeu que não teria que esperar para ver a satisfação em seu lindo rosto.
— Prometo fazer o melhor possível, minha vida — respondeu com voz rouca.
— E fará muito bem, Alfonso.
Ele sentiu remorsos. Havia algo ainda pendente de esclarecer entre eles.
— Algumas vezes parece que está procurando um herói, pequena, e eu não chego a tanto.
Anahí lhe acariciou a rosto.
— Quem necessita de um herói? — disse, encolhendo o ombro são com desdém. — Eu quero um homem real.
Alfonso evitou olhá-la nos olhos, com o pretexto de tirar o vestido. Deus, como desejava ser um herói para ela, mover montanhas, envolvê-la entre algodões, protegê-la de tudo que pudesse ameaçá-la. Desejava-o tanto que esse pensamento lhe corroia as vísceras como se fosse um veneno.
— Nunca serei um herói, Anahí. — Ela o obrigou a olhá-la com um novo puxão do cabelo da nuca.
— Não necessito de um herói, Alfonso. Eu mesma posso me encarregar dos maus — lhe disse, enquanto penteava as sobrancelhas com a mão boa — O que preciso é a alguém que me faça rir, que me queira, que seja amável e carinhoso, que me de liberdade e que sorria feliz a me ver voar.
A mão desceu pelo varonil rosto até descansar o polegar sobre seus lábios, e com quatro palavras pronunciadas com uma voz cheia de orgulho fez migalhas os medos de seu marido:
— Eu necessito de você.
Alfonso a beijou apaixonadamente, tentando expressar sem palavras o muito que sua esposa significava para ele, porque simples e sinceramente não havia palavras que o expressassem. Anahí era tudo para ele: passado, presente, futuro, esperanças e promessas, tudo encarnado nela. Sua esposa aceitou seu beijo e toda a emoção que expressava com ele, devolvendo-lhe com acréscimo.
Não era suficiente. Anahí ofegou, procurando ar, e ele se separou ligeiramente, cobrindo de beijos seus rostos, olhos e nariz. Ela deslizou uma perna sobre as suas, colocando-se de flanco. Seu marido a ajudo a colocar o braço ferido em uma posição cômoda, apoiando-o em seu peito. Quando a cabeça da Anahí procurou refúgio no espaço de seu ombro, Alfonso sussurrou:
— Quero você.
Pareceu-lhe que nunca se cansaria de dizê-lo.
— Eu também te quero.
Ela esfregou o nariz contra o pescoço de seu marido, e suas pestanas fizeram cócegas na pele ao piscar. Sua mão mediu procurando a dele, e quando a encontrou a apertou com força e lhe disse:
— Bem-vindo ao lar Alfonso.
Então ele recordou a oração que tinha pronunciado aquele dia em que estava quebrado e sangrando no beco. Não era mais que um menino ferido, tendo saudades de um lar. Recordou seu desesperado rogo de ser aceito, a promessa que tinha feito, e a que tinham feito a ele. Inclinou-se e beijou Anahí na cabeça. Apertou-lhe brandamente o braço, olhou ao teto e piscou rapidamente.
Era estranho ver como uniam as promessas. Agora não só era aceito, mas também amado até a medula por uma mulher que não tinha nem a menor idéia do que significava fazer as coisas pela metade. Por fim estava em casa, e pareceu que tão somente havia uma coisa que podia responder:
— Obrigado.


FIM!!!
gente outra vez agradeço a todos que nos acompanhou ao longo dessa web, depois de tanta aventura finalmente chegamos ao fim.
gracias pela paciencia é claro, e espero que tenham se divertido muito.
porem a diversão continua agora em:
As Duas faces - http://www.fanfics.com.br/?q=fanfic&id=14214


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Autor(a): annytha

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Comentários do Capítulo:

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  • annytha Postado em 13/01/2012 - 20:05:22

    desculpam pela demora pra posta, tava outra vez sem net, mas ja estamos quase no final dessa web, logo teremos surpresas aqui, assim tambem como novas historias!!!

  • jl Postado em 22/12/2011 - 16:08:41

    Essa web me cansa as ezes de ler.... é muito blá blá blá neh, mas De certo que foi o rodrigo mesmo U_U

  • jl Postado em 22/12/2011 - 16:08:40

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  • jl Postado em 22/12/2011 - 16:08:39

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  • jl Postado em 22/12/2011 - 16:08:39

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  • jl Postado em 22/12/2011 - 16:08:38

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  • jl Postado em 22/12/2011 - 16:08:38

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  • jl Postado em 22/12/2011 - 16:08:37

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  • jl Postado em 22/12/2011 - 16:08:37

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  • jl Postado em 22/12/2011 - 16:08:36

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