Fanfic: "Dois em um" (vondy)

Nas duas horas seguintes não tiveram mais tempo para pensar em muita coisa. Havia muito a se fazer ali concluíram após a primeira conversa profissional.  Falaram com os técnicos de som, iluminação e outros responsáveis, olharam plantas, fotos e muitas outras coisas. Estavam realmente entusiasmados com aquela empreitada, o que na certa resultaria em um bom resultado, pensou Christopher. Ainda mais ele, com o belo estímulo que teria ao seu lado, concluiu satisfeito. Apesar de esforçar-se para se concentrar ao máximo em seus afazeres, era inevitável não olhar para ela. E fez isso, diversas vezes, não encontrando nenhuma imperfeição.

De volta ao escritório, Dulce sentou-se na mesma cadeira que ocupara antes e ele arrastou a sua ficando ao seu lado. Ela revirou os olhos incomodada com a proximidade, mas era necessário, afinal trabalhavam em equipe. Enquanto ele mostrava-lhe o material que tinha, ela se esforçava ao máximo para prestar atenção e ignorar o perfume masculino que exalava dele. Teve um ímpeto de fazer algum comentário acerca disso, mas deu graças a Deus por se dar conta a tempo de não fazer tamanha besteira.

Chris: então, o que você acha? – ela enrijeceu sentindo um leve calor ao ouvir a voz rouca dele lhe falando de tão perto. – Dulce?

Dul: sim? – ela virou a cabeça para mirá-lo. Seu grande erro. Como não havia percebido que estavam TÃO perto assim? Ficaram se olhando com os rostos a centímetros de distância e percebeu que o olhar dele alternava de seus olhos para sua boca.

Chris: eu perguntei o que você achou.  – ele falou mansamente adorando aquela situação.

Dul: muito bom. – virou-se rápido – eu achei muito bom o seu trabalho. – deu um suspiro de alívio. Mas o que diabos estava acontecendo com ela? E com ele também?

Era verdade que não o conhecia, mas pode notar que ele estava bem diferente do dia em que se conheceram. E para piorar o infeliz parecia ainda mais bonito. Lembrou-se do que Poncho havia lhe dito na noite em sua casa. Não estava interessada nele! Pensou com veemência. Só o achava bonito, oras, isso não era nenhum pecado, ela só não era cega. Não havia gostado nenhum um pouco do que sentiu naquele momento. Não havia sentido-se assim da última vez. Seu estomago pareceu dar voltas e tinha a certeza que estava com as bochechas coradas. Inferno!

Chris: acho que seja uma boa hora para uma pausa... – despertou com a voz dele um pouco mais distante. Ele estava de pé.

Dul: tem razão. Eu preciso pegar uma coisa no meu carro, com licença. – e saiu feito um foguete.

Christopher coçou a cabeça intrigado. Também não ia ataca-la pra ela sair daquele jeito, embora vontade não faltasse. Sorriu lembrando-se de como ela ficara atordoada com aquela repentina aproximação, e ele não estava diferente, pelo contrário, estava zonzo até agora. A tonalidade castanha dos olhos dela o fascinou. Ela tinha um olhar doce, inocente, o que entrava em contradição com seu corpo exuberante. Realmente uma mistura interessante. Pensou satisfeito. Havia feito uma força descomunal para não segurá-la naquele momento e beijá-la até não poder mais. Suspirou. Por sorte seu auto-controle falou mais alto. Caso contrário a esta hora estaria com o rosto ardendo por um belo tapa e com o trabalho todo comprometido. O que seria muito, muito ruim. Teve o os pensamentos interrompidos pelo toque deu seu celular. Olhou no visor e atendeu calmo.

Chris: oi.

Luis: nossa quanta educação. Não lembro da última vez que você falou assim comigo. Acho que nunca falou. – Christopher deu um risinho.

Chris: não importa o quanto você tente, nada vai estragar meu dia hoje. O que foi?

Luis: só tava um pouco entediado aqui e achei que te encher o saco me faria bem – falou com naturalidade – mas o que aconteceu pra te deixar com esse humor esplêndido? Conheceu a coleguinha de trabalho? E ela é gata? – perguntou fingindo curiosidade.

Chris: Conheci. Ela... – pensou um pouco – é normal. – falou em tom sério e Luis perguntou incrédulo.

Luis: você achou isso? Digo... é mesmo? – disfarçou.

Chris: sim. – pensou um pouco e Luis se adiantou.

Luis: então tá, até depois.

Chris: até. – desligou. Uma das melhores partes das suas paqueras sempre foi a parte em que contava ao irmão cada detalhe do encontro e da garota em questão. Mas dessa vez, inexplicavelmente não conseguiu falar. Conhecia bem Luis para saber o que ele pretendia, ele mesmo não era diferente, mas dessa vez sentiu algo estranho. De repente começou a ver todos aqueles joguinhos como uma grande idiotice. No principio eram adolescentes, só queriam se divertir. Mas agora não, já eram homens e estava mais do que na hora de amadurecer. Tudo bem que haviam garotas que gostavam daquilo, mas outras não. E tinha certeza que já haviam magoado varias delas. E só de pensar em Dulce magoada daquele jeito sentiu um grande desconforto. Não sabia bem o porquê, mas definitivamente, não contaria a Luis sobre ela. Sentia uma grande necessidade de protege-la seja lá do que fosse. Havia experimentado sensações até então desconhecidas durante as horas que passaram juntos, e principalmente quanto estiveram mais próximos. Será que ele estava... ? Não, isso não era possível! Ou será que era?  Nunca foi desses caras que tinha medo se envolver, ao contrário. Mas nunca tinha passado por isso antes, não saberia o que fazer, como agir, e só de pensar em estar perto deste fato o deixava apavorado.

Com esse meu sumiço acabamos nem tendo uma leitora da semana, mas a sessão ainda continua e teremos uma eleita na próxima quinta-feira como combinado. Bjus, las amo!